DAX, CAC, FTSE100 e mercados europeus recuam com a realização de lucros; BP supera as previsões

As ações europeias recuaram na terça-feira, 4 de novembro de 2025, com investidores realizando lucros após uma série de recordes históricos e em meio à persistente incerteza sobre as perspectivas econômicas da região. A queda também ocorreu após os mercados digerirem uma onda de novos balanços corporativos.

Às 06h42 (horário de Brasília), o índice DAX da Alemanha caiu 1,81%, o CAC 40 da França perdeu 1,63% e o FTSE 100 do Reino Unido registrou queda de 1,11%. O Stoxx 600 caiu 1,49%.

Investidores garantem lucros

As bolsas globais registraram altas recordes neste ano, de Nova York a Tóquio, e os índices europeus acompanharam a tendência. O DAX acumula alta de mais de 20% no ano, o FTSE 100 valorizou-se mais de 18%, enquanto o CAC 40 francês, pressionado pela incerteza política, subiu pouco menos de 10%.

No entanto, o sentimento permanece cauteloso, uma vez que o ritmo de crescimento em toda a zona do euro continua frágil. Muitos investidores estão agora realizando lucros recentes em meio a sinais de desaceleração da atividade econômica.

Dados recentes mostraram que a atividade industrial da zona do euro estagnou em outubro, com o índice PMI final em 50,0, exatamente no limite que separa a expansão da contração. O cenário varia entre os Estados-Membros: Grécia (53,5) e Espanha (52,1) apresentaram fortes melhorias, enquanto Alemanha (49,6) e França (48,8) continuaram a contrair.

Entretanto, as expectativas de novas medidas de flexibilização monetária por parte do Banco Central Europeu estão diminuindo. O BCE manteve as taxas de juros inalteradas na semana passada, pela terceira reunião consecutiva, e os mercados, em geral, não esperam mudanças na decisão de política monetária de dezembro.

BP lidera as manchetes sobre resultados financeiros

A temporada de balanços continuou na Europa, com várias grandes empresas divulgando seus resultados na terça-feira. A BP (LSE:BP.) apresentou um lucro operacional de custo de reposição de US$ 2,21 bilhões no terceiro trimestre, superando as previsões, e manteve inalterado seu programa de recompra de ações de US$ 750 milhões. A empresa também reafirmou seu plano de alienação de ativos no valor de US$ 5 bilhões neste ano.

A Associated British Foods (LSE:ABF) , proprietária das marcas Primark, Twinings e Ovaltine, reportou lucro anual menor e anunciou uma revisão estratégica que pode resultar na separação de suas divisões de varejo e alimentos.

Na Alemanha, a Hugo Boss (TG:BOSS) informou que as vendas e o lucro operacional do ano ficarão na extremidade inferior de sua previsão, após divulgar resultados do terceiro trimestre mais fracos do que o esperado.

A Philips (EU:PHIA) elevou o limite superior de sua previsão de margem para o ano inteiro, reportando fortes resultados no terceiro trimestre, impulsionados pelo aumento de pedidos e pela expansão da rentabilidade.

A Domino’s Pizza (LSE:DOM) apresentou um aumento nas vendas comparáveis ​​no terceiro trimestre, impulsionado por ajustes de preços, novos itens no cardápio e iniciativas de fidelidade que ajudaram a sustentar a demanda em um mercado desafiador.

Em outros setores, a norueguesa Aker ASA (TG:FKM) apresentou um sólido terceiro trimestre, com crescimento no valor patrimonial líquido e forte atividade de investimento em inteligência artificial e imobiliário.

Preços do petróleo diminuem devido a preocupações com o abastecimento

Os preços do petróleo recuaram em reação à última reunião da OPEP+, que resultou em um modesto aumento da produção para dezembro e uma pausa no início de 2026. Às 6h51 (horário de Brasília), o petróleo Brent caiu 1,25%, para US$ 64,08 o barril, enquanto o WTI recuou 1,38%, para US$ 60,21. Os investidores agora aguardam os dados de estoques dos EUA, divulgados pelo Instituto Americano de Petróleo (API), ainda hoje, para obter novas indicações.

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