
A caderneta de poupança vive um momento de forte pressão e registrou uma expressiva saída de recursos em outubro. De acordo com dados do Banco Central divulgados nesta sexta-feira (07/11), os brasileiros retiraram líquidos R$ 9,6 bilhões da aplicação mais tradicional do país. No detalhe, os depósitos somaram R$ 351 bilhões, mas não foram suficientes para conter a maré de saques, que totalizou R$ 361 bilhões.
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Este valor representa a maior retirada líquida para um mês de outubro desde 2023, quando a poupança registrou uma fuga de R$ 12 bilhões. A situação mostra uma reversão acentuada em relação ao mês anterior, setembro, quando a captação líquida havia sido positiva em R$ 15 bilhões. O cenário para 2025 é ainda mais preocupante. No acumulado do ano, as saídas líquidas já somam R$ 88 bilhões, um valor expressivamente superior aos R$ 15,4 bilhões registrados no mesmo período de 2024.
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O fenômeno não se limita à poupança urbana. O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) também anotou uma saída líquida de R$ 6,8 bilhões em outubro. A poupança rural acompanhou o movimento, com retiradas de R$ 2,7 bilhões no período. O auge dos saques em 2025 ocorreu em janeiro, com R$ 26,2 bilhões deixando a caderneta. Apesar de breves respiros com entradas líquidas em maio e junho, a tendência de saques prevalece fortemente.
Possíveis impactos no mercado financeiro.
Um movimento consistente de saques da poupança, como o observado, pode ter diversos efeitos em cadeia na economia e nos mercados. Por um lado, esse capital migra para aplicações de renda fixa que oferecem retornos mais atrativos frente à Selic atual de 15% ao ano, como os títulos do Tesouro Direto. Isso pode aumentar a demanda por esses papéis, influenciando positivamente seus preços. Por outro lado, para os bancos, uma redução no estoque da poupança pode impactar a capacidade de empréstimo para pessoas físicas e para o setor imobiliário, que é um dos destinos desses recursos via SBPE. No câmbio, um cenário de maior incerteza ou busca por renda no exterior poderia exercer pressão sobre a paridade Dólar Americano e Real Brasileiro (FX:USDBRL).
Confira o desempenho da poupança em 2025, mês a mês:
Janeiro: R$ 26,2 bilhões (saída)
Fevereiro: R$ 8 bilhões (saída)
Março: R$ 11,5 bilhões (saída)
Abril: R$ 6,4 bilhões (saída)
Maio: R$ 336,9 milhões (entrada)
Junho: R$ 2,1 bilhões (entrada)
Julho: R$ 6,2 bilhões (saída)
Agosto: R$ 7,6 bilhões (saída)
Setembro: R$ 15 bilhões (saída)
Outubro: R$ 9,6 bilhões (saída)
Contexto atual e relevância para o investidor.
A notícia reforça um comportamento do investidor brasileiro em busca de rentabilidade superior em um ambiente de juros altos. Com a Selic a 15% ao ano, a poupança, que rende TR + 0,5% ao mês, se torna menos atrativa frente a outras opções de renda fixa. Esse êxodo de recursos, evidenciado pelo saldo total investido que agora é de R$ 1,006 trilhão – abaixo dos R$ 1,31 trilhão do fim de 2024 –, é um termômetro importante da alocação de capital no país. Monitorar esses fluxos é essencial para antever movimentos nos títulos de renda fixa e na liquidez do mercado creditício.
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