
O mercado financeiro global inicia esta quarta-feira (05/11) com sinais mistos, refletindo a tensão entre expectativas de política monetária e a volatilidade do setor de tecnologia. Nos Estados Unidos, os índices futuros do Dow Jones (CCOM:US30) operam em leve alta, enquanto os futuros do Nasdaq recuam, pressionados por preocupações com as elevadas avaliações das empresas tech. O movimento é influenciado pela queda acentuada das ações da Super Micro Computer e pela frustração com as projeções de receita da AMD, divulgadas na véspera.
A cautela em Wall Street se intensifica com a proximidade da divulgação do relatório ADP, às 10h15 (horário de Brasília), que trará dados sobre a criação de vagas no setor privado americano. O indicador ganha ainda mais relevância diante do prolongado shutdown do governo, que já se configura como o maior da história e compromete a divulgação de outros dados oficiais. A ausência de informações confiáveis aumenta a incerteza sobre os próximos passos do Federal Reserve em relação aos juros.
Apesar do clima de aversão ao risco nos mercados internacionais, o Ibovespa (BOV:IBOV) segue em trajetória positiva e renovou mais um recorde na sessão anterior. O índice brasileiro é impulsionado por fatores internos, como a expectativa de flexibilização da política monetária e o fluxo de capital estrangeiro atraído pelos juros elevados. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para as 18h30, é o principal evento do dia no Brasil.
O consenso entre analistas é de que a taxa Selic será mantida em 15% nesta reunião, mas o foco estará no tom do comunicado. O mercado busca pistas sobre o início do ciclo de cortes, que pode começar em janeiro, março ou até mais tarde, dependendo da leitura do Banco Central sobre inflação, atividade econômica e cenário externo. Uma sinalização mais clara pode mexer com os ativos locais e influenciar o comportamento dos investidores nos próximos dias.
O movimento de risk-off observado nos EUA, com redução da exposição a ativos de risco, ainda não contaminou o mercado brasileiro. A resiliência do Ibovespa reflete a confiança dos investidores nos fundamentos da economia doméstica e na perspectiva de queda dos juros, que pode estimular o consumo e os investimentos. Além disso, o bom desempenho de empresas ligadas à infraestrutura e commodities tem sustentado o índice.
No setor de tecnologia, o alerta de correção das ações preocupa analistas e investidores. A forte valorização recente de papéis ligados à inteligência artificial elevou as expectativas, mas também aumentou o risco de ajustes. A queda da Super Micro Computer e a revisão de projeções da AMD acenderam um sinal amarelo sobre a sustentabilidade dos múltiplos atuais, especialmente em um ambiente de juros ainda elevados.
Enquanto isso, os investidores seguem atentos à agenda de indicadores e eventos que podem influenciar os mercados. Além do relatório ADP e da decisão do Copom, discursos de autoridades monetárias e balanços corporativos continuam no radar. A volatilidade pode aumentar ao longo do dia, exigindo atenção redobrada dos operadores e gestores.
A análise deste panorama foi realizada pela ferramenta AI – ADVFN Intelligence, líder em pesquisa e análise financeira baseada em inteligência artificial. A plataforma oferece insights em tempo real e pode ser testada gratuitamente por investidores que buscam decisões mais informadas e estratégicas.
Combinando fatores externos de cautela com fundamentos internos sólidos, o mercado brasileiro entra na quarta-feira com potencial de resiliência. A decisão do Copom e os dados de emprego nos EUA serão determinantes para o rumo dos negócios nesta reta final de semana.
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O pré-mercado desta quarta-feira (05/11) apresenta sinais mistos nos principais índices globais. Nos Estados Unidos, o Dow Jones Futuro avança 0,14%, enquanto o S&P 500 (CCOM:US500) recua 0,07% e o Nasdaq (CCOM:US100) perde 0,21%, refletindo a cautela dos investidores com o setor de tecnologia. Na Ásia, o Shanghai SE sobe 0,23%, mas o Nikkei 225 despenca 2,50%, pressionado por preocupações com o crescimento japonês. Outros mercados da região, como Índia e Austrália, também operam em baixa. Na Europa, os principais índices seguem no vermelho, com o DAX alemão caindo 0,70% e o STOXX 600 recuando 0,40%.
Entre as commodities, o petróleo apresenta leve queda: o WTI recua 0,26%, cotado a US$ 60,40, e o Brent perde 0,22%, negociado a US$ 64,30. O minério de ferro também registra baixa de 0,26% na bolsa de valores de Dalian, cotado a 776 iuanes (US$ 108,84), refletindo a demanda enfraquecida na China. Em contrapartida, o Bitcoin (COIN:BTCUSD) opera em alta de 1,16%, sendo negociado a US$ 101.683,36, mostrando resiliência em meio à volatilidade dos mercados tradicionais. Esses dados ajudam a compor o cenário de expectativa para a abertura das bolsas de valores no Brasil e nos EUA.
Quarta-feira: indicadores, eventos e balanços que movimentam os mercados
A agenda econômica desta quarta-feira (05/11) está repleta de dados relevantes que podem influenciar o humor dos mercados globais. Desde as primeiras horas do dia, foram divulgados os PMIs compostos de outubro na Alemanha, zona do euro e Reino Unido, além do índice de preços ao produtor (PPI) da zona do euro e o CPI da França. Nos Estados Unidos, o destaque é o relatório ADP de criação de empregos no setor privado, às 10h15, seguido por uma bateria de indicadores industriais e de serviços, como os PMIs da S&P Global e do ISM, além dos estoques de petróleo às 12h30. No Brasil, o Banco Central divulga o fluxo cambial semanal às 14h30, e o Japão encerra o dia com seu PMI composto às 21h30.
No campo político e institucional, os investidores acompanham o café da manhã promovido por Donald Trump com senadores republicanos nos EUA, em meio a discussões sobre política fiscal e monetária. No Brasil, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado debate o projeto de lei que propõe isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais — tema com potencial de impacto fiscal relevante. Às 10h, o Itaú realiza sua teleconferência de resultados, e às 18h30, o mercado volta suas atenções para a decisão do Copom, que deve manter a Selic em 15%, mas pode sinalizar o início do ciclo de cortes.
A temporada de balanços também segue intensa. Nos Estados Unidos, o McDonald’s divulga seus números antes da abertura, enquanto a Qualcomm apresenta seus resultados após o fechamento. No Brasil, o destaque fica para a divulgação de balanços de grandes companhias como Rede D’Or, Totvs, Vibra Energia, Vivara, Minerva, Petz, Engie, Dexco, CBA, Guararapes, Aeris, Axia Energia e Brava Energia. A expectativa é de que os números ajudem a calibrar o sentimento dos investidores em meio a um cenário de volatilidade global e decisões monetárias decisivas. Para acompanhar todos os dados em tempo real, acesse o Calendário Econômico da ADVFN.
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