Petróleo sobe com queda maior nos estoques dos EUA apesar de temores sobre oferta russa

Os preços do petróleo subiram na manhã de quinta-feira, 20 de dezembro de 2025, recuperando-se um pouco da queda da sessão anterior, graças a uma redução maior do que a prevista nos estoques de petróleo bruto dos EUA, que ajudou a contrabalançar as crescentes preocupações de que a pressão diplomática de Washington para pôr fim ao conflito entre Rússia e Ucrânia pudesse injetar mais oferta em um mercado já bem abastecido.

Às 09h30 (horário de Brasília), o petróleo Brent para janeiro subiu 1,09%, ou 69 centavos, para US$ 64,20 o barril, enquanto o West Texas Intermediate para dezembro avançou 0,99%, ou 59 centavos, para US$ 60,03.

A recuperação ocorreu após uma queda de 2,1% na quarta-feira, depois que uma reportagem da Reuters sugeriu que os Estados Unidos haviam instado a Ucrânia a considerar uma proposta de paz elaborada pelos EUA — que envolveria a cessão de território e de certas armas —, segundo duas fontes familiarizadas com as discussões.

O relatório gerou especulações de que um eventual acordo poderia abrir caminho para o relaxamento das sanções às exportações de petróleo russo, aumentando potencialmente a oferta global num momento em que os barris estão se acumulando em navios-tanque e os principais produtores têm aumentado a produção.

Em um comentário divulgado na quinta-feira, analistas do ING observaram que era improvável que a Ucrânia aceitasse a proposta, argumentando que ela parecia favorecer Moscou, mas acrescentaram que “sinais de que os EUA ainda estão tentando chegar a um acordo aliviam algumas preocupações sobre novas sanções contra a Rússia e também sobre a rigidez com que as restrições atuais serão aplicadas”.

Contrabalançando parte do pessimismo, novos dados da Administração de Informação Energética (EIA) mostraram uma redução nos estoques de petróleo bruto dos EUA maior do que a prevista. O declínio refletiu uma atividade de refino mais forte, sustentada por margens saudáveis ​​e uma demanda de exportação firme.

Os estoques caíram 3,4 milhões de barris, para 424,2 milhões, na semana encerrada em 14 de novembro — um valor muito acima das expectativas dos analistas consultados pela Reuters, que previam uma queda de 603 mil barris.

No entanto, os analistas também destacaram que os estoques de gasolina e destilados nos EUA aumentaram pela primeira vez em mais de um mês, indicando uma desaceleração no consumo de combustíveis.

Os investidores também estão atentos à aproximação do prazo de 21 de novembro, estabelecido por Washington para que as empresas suspendam as relações comerciais com a Rosneft e a Lukoil, as duas maiores exportadoras da Rússia, o que poderá influenciar ainda mais a dinâmica da oferta.

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