
A indústria brasileira mostrou ritmo mais intenso de produção em outubro, mantendo o setor em movimento positivo após um mês de setembro mais fraco. Segundo a Sondagem Industrial divulgada nesta segunda-feira (24) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o índice de evolução da produção alcançou 51,5 pontos no mês, indicando expansão da atividade. Já o índice de evolução do número de empregados ficou em 48,8 pontos, abaixo da linha de 50 pontos, revelando queda no quadro de funcionários na comparação mensal.
Pela metodologia da pesquisa, indicadores variam de zero a 100 pontos, sendo que valores acima de 50 representam crescimento, enquanto números inferiores apontam retração. No mesmo levantamento, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) subiu um ponto porcentual e atingiu 71% em outubro. Apesar do avanço, o percentual segue abaixo do registrado em outubro de 2024, quando marcava 74%, e empata com o nível observado no mesmo mês de 2023, também em 71%.
O nível de estoques também apresentou ajustes. O indicador de evolução do nível de estoques atingiu 50,3 pontos em outubro, ante 50,7 pontos em setembro. “O índice permanece acima da linha de 50 pontos, mas ao se aproximar dela, revela que houve uma redução no ritmo de acúmulo de estoques na comparação com setembro”, destaca a Sondagem. Já o índice de estoque efetivo em relação ao usual caiu 0,5 ponto, para 50,2 pontos, aproximando-se da linha divisória e indicando, segundo a CNI, que os estoques agora estão praticamente alinhados ao planejamento das empresas.
No campo das expectativas, o humor industrial perdeu força ao entrar em novembro. O índice de expectativa de demanda recuou 1,2 ponto, para 51,3 pontos. “A queda do índice na passagem de outubro para novembro é usual para o período, mas com essa queda, o índice passou a registrar o menor valor para o mês desde 2016”, destaca a pesquisa. “A expectativa de demanda por bens industriais para os próximos meses ainda é positiva, sobretudo por causa das festas de fim de ano, mas está mais fraca do que o normal. Os empresários estão percebendo, há alguns meses, uma queda da demanda por seus produtos. Por conta disso, projetam que a esperada alta do consumo que todos os anos ocorre no período de festas será menos intensa do que a de anos anteriores”, explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
O índice de expectativa de compra de insumos e matérias-primas ficou exatamente em 50,0 pontos em novembro, queda de um ponto ante outubro. Segundo a CNI, o movimento indica que a expectativa de crescimento nas aquisições de insumos nos próximos seis meses deu lugar à projeção de estabilidade. Já os indicadores relacionados ao mercado de trabalho e às exportações também recuaram. O índice de expectativa sobre o número de empregados caiu 0,2 ponto, passando para 49,1 pontos, enquanto a expectativa sobre a quantidade exportada perdeu 0,6 ponto e ficou em 48 pontos. “Isso mostra que a percepção dos empresários de queda na quantidade de postos de trabalho e exportações se intensificou”, destaca a CNI.
Apesar do ambiente mais cauteloso, um ponto de alívio veio do índice de intenção de investimento, que subiu pelo segundo mês consecutivo e alcançou 55,2 pontos. Mesmo assim, a CNI lembra que o indicador acumula quedas ao longo de 2025 e segue abaixo do nível registrado no fim de 2024. A pesquisa ouviu 1.446 empresas entre os dias 3 e 12 de novembro de 2025, sendo 603 de pequeno porte, 492 de médio porte e 351 de grande porte.
Em um cenário de atividade industrial ainda moderada, expectativas mais fracas podem pressionar o mercado de ações, especialmente setores ligados à demanda doméstica e exportação. No câmbio, sinais de menor ritmo exportador tendem a reduzir a entrada de dólares, enquanto, nos títulos públicos, percepções de desaquecimento econômico podem reforçar expectativas de cortes de juros, movimentando a curva futura.
(cni)
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