
Projeto de stablecoin e depositária tokenizada reforça estratégia digital da B3, enquanto ações B3SA3 recuam mais de 3% no pregão desta quarta-feira (17/12)
A B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão (BOV:B3SA3) deu mais um passo relevante rumo à digitalização do mercado de capitais brasileiro. Durante o Investor Day realizado na terça-feira (17/12), em São Paulo, a operadora da bolsa de valores anunciou que planeja lançar, em 2026, uma stablecoin própria, como parte de uma ampla reformulação de sua infraestrutura de depositária, com foco em tokenização de ativos e negociação 24 horas por dia, sete dias por semana.
A iniciativa surge em meio à pausa do projeto Drex, do Banco Central, e busca suprir lacunas deixadas pelo real digital. Segundo a companhia, a stablecoin terá papel central na distribuição, negociação e liquidação de ativos tokenizados, permitindo transações seguras tanto em redes privadas quanto em blockchains públicas, como Ethereum e Solana.
Na avaliação da administração, o movimento posiciona a B3 para capturar novas oportunidades em um mercado que caminha rapidamente para modelos mais digitais, programáveis e com maior eficiência operacional.
Stablecoin como peça-chave da nova infraestrutura digital
De acordo com Luiz Masagão, vice-presidente de produtos e clientes da B3, o novo ativo digital responde diretamente à demanda por instrumentos seguros em um ambiente de negociação contínua.
“Acreditamos que o stablecoin poderá responder à demanda por um ativo seguro, para negociação 24/7”, afirmou o executivo durante o evento.
Stablecoins são criptoativos lastreados em moedas fiduciárias. No caso do projeto da B3, a expectativa é que a stablecoin seja atrelada ao real, com valor estável de R$ 1, e disponibilizada tanto para investidores institucionais quanto para o varejo.
O plano inclui a criação de uma depositária tokenizada, prevista também para 2026, que funcionará em paralelo aos sistemas tradicionais da bolsa de valores. Essa nova arquitetura permitirá liquidez compartilhada, reconciliação quase em tempo real e a possibilidade de escolha entre liquidação convencional ou tokenizada, ampliando a flexibilidade para participantes do mercado.
Contratos inteligentes, eficiência e novos modelos de negócio
A infraestrutura em desenvolvimento deve incorporar recursos programáveis, como contratos inteligentes, viabilizando operações fora do horário regular de mercado e, no médio prazo, um modelo de negociação contínua. A B3 destaca que a eliminação da necessidade de clearing em operações menores, aliada ao foco em liquidez e formação de preços, prepara o sistema para volumes maiores e ganhos de eficiência, abrindo espaço para novos modelos de negócio.
Relatórios de grandes instituições financeiras reforçam essa leitura. Para o UBS BB, a stablecoin será essencial para conectar a depositária tokenizada aos trilhos tradicionais, garantindo fungibilidade e suporte à negociação contínua. Já o JPMorgan avalia que o projeto representa um marco para sustentar um ecossistema totalmente tokenizado, com aplicações como propriedade fracionada e operações fora do horário padrão.
Novos derivativos de criptoativos também estão no radar
Além da stablecoin, a B3 revelou planos para lançar, em 2026, uma nova gama de derivativos de criptoativos, incluindo contratos futuros e opções de Bitcoin (BTC) em dólar, além de produtos ligados ao HASH11, ETF de criptomoedas listado na bolsa de valores brasileira.
A companhia também estuda a criação de opções semanais de Ethereum (ETH) e Solana (SOL), bem como contratos de eventos financeiros atrelados aos preços de BTC, ETH e SOL, ampliando o leque de instrumentos disponíveis aos investidores interessados em ativos digitais.
Apesar do anúncio estratégico, as ações da B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão (B3SA3) operam em queda no pregão desta quarta-feira (17/12). Por volta das 11h21, os papéis eram negociados a R$ 13,25, com recuo de 3,43%, após abrirem o dia a R$ 13,70.
No intradia, a ação oscilou entre R$ 13,18 (mínima) e R$ 13,72 (máxima), com volume financeiro superior a 73 milhões de papéis negociados, refletindo um movimento de ajuste do mercado em meio a realizações e à digestão das novidades estratégicas apresentadas no Investor Day.
A B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão (B3SA3) é a principal infraestrutura de mercado financeiro do país, responsável pela operação da bolsa de valores brasileira e por sistemas de negociação, compensação, liquidação e registro de ativos financeiros e derivativos. A companhia atua como elo central do mercado de capitais, atendendo investidores, corretoras, bancos e empresas, e compete globalmente com outras grandes operadoras de mercado.
O plano de lançar uma stablecoin própria e uma depositária tokenizada reforça a ambição da B3 de liderar a próxima fase de transformação do mercado financeiro brasileiro.
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