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Banco Central amplia reservas com compras de ouro em meio a incertezas globais. Estoque cresce 33% em 2025

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Depois de quatro anos sem realizar aquisições, o Banco Central voltou a comprar ouro para reforçar as reservas internacionais do País. Entre setembro e novembro, a autoridade monetária adquiriu 42,8 toneladas do metal, elevando o estoque total de 129,6 toneladas para 172,4 toneladas. O avanço representa um crescimento de 33% no volume do ativo mantido pelo Brasil.

Com esse movimento, o valor das reservas em ouro alcançou US$ 23,3 bilhões em novembro, ante US$ 11,7 bilhões em janeiro, o que corresponde a uma alta de 99% no período. A participação do metal no total das reservas internacionais também aumentou, passando de 3,6% para 6,5%, sinalizando uma mudança relevante na composição dos ativos externos do País.

A decisão foi tomada em um contexto de maior incerteza global e de forte valorização do ouro, tradicionalmente visto como ativo de proteção. Segundo dados da London Bullion Market Association (LBMA), o preço do metal acumula variação superior a 60% em 2025. O movimento segue uma tendência observada em diversos bancos centrais ao redor do mundo, com destaque para a China.

Relatório recente do Banco Central Europeu (BCE) aponta que, em 2024, bancos centrais globais ampliaram suas reservas de ouro em mais de mil toneladas pelo terceiro ano consecutivo. O volume representa o dobro da média anual registrada na década anterior, reforçando o papel estratégico do metal em períodos de instabilidade.

Em declaração recente, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a valorização do ouro contribuiu para a decisão, mas ressaltou que a compra não tem objetivo de curto prazo. Segundo ele, a estratégia visa fortalecer o volume das reservas para enfrentar eventuais adversidades. O BC destacou que não atua com foco especulativo, mas com o objetivo de manter um colchão de liquidez robusto.

A política de gestão das reservas internacionais segue um perfil anticíclico, estruturado a partir de três pilares: carteira de referência, limites operacionais e mensuração de resultados. As diretrizes constam em relatório divulgado pela autarquia em março. O documento também informa que as compras de ouro são realizadas exclusivamente no exterior.

A última aquisição do metal havia ocorrido em 2021, quando o Banco Central elevou suas reservas de 67,3 toneladas para 129,6 toneladas, em meio às incertezas da pandemia. Desde então, o cenário internacional incorporou novos fatores de risco, como as guerras na Ucrânia e em Gaza e, mais recentemente, a eleição de Donald Trump para um novo mandato nos Estados Unidos, acompanhada da adoção de tarifas sobre produtos estrangeiros.

Para a economista Luíza Pinese, da XP Investimentos, a movimentação do BC brasileiro está alinhada à estratégia global de diversificação das reservas. Segundo ela, o ouro é tradicionalmente visto como um ativo de proteção em períodos de instabilidade geopolítica e volatilidade financeira. A economista ressalta que, embora a valorização do metal tenha peso na decisão, o objetivo central é reduzir riscos associados à concentração em ativos denominados em dólar.

Avaliação semelhante é feita por Pedro Moreira, sócio da ONE Investimentos, que aponta que a compra, embora não seja expressiva em termos absolutos, representa o maior volume de ouro já mantido pelo Brasil. Para ele, o movimento segue a lógica de ampliar a proteção das reservas diante de choques externos.

Dados do Conselho Mundial do Ouro (WGC) indicam que 87% dos bancos centrais de economias emergentes consideram o desempenho do ouro em períodos de crise como fator determinante para mantê-lo nas reservas. Entre economias avançadas, o percentual é de 77%.

O dólar continua sendo o principal componente das reservas brasileiras, mas sua participação vem diminuindo ao longo dos anos, passando de 86,77% em 2019 para 78,45% em 2024. Segundo o economista-chefe da Equador Investimentos, Eduardo Velho, o movimento reflete tanto uma gestão eficiente dos ativos quanto uma adaptação às mudanças estruturais no papel do dólar como reserva de valor.

As reservas internacionais brasileiras somaram US$ 360,6 bilhões em novembro, ante US$ 357,1 bilhões em outubro. Desde o início do ano, houve aumento de US$ 32,3 bilhões. De acordo com análise da XP Investimentos, a principal contribuição para esse crescimento em 2025 foi a variação por paridade cambial, com adição de cerca de US$ 10 bilhões, além da valorização dos ativos e da remuneração por juros.

Atualmente, as reservas representam 94% da dívida externa bruta e 254% da dívida externa de curto prazo. Apesar do nível considerado confortável, economistas apontam como fatores de atenção a deterioração do déficit em conta corrente, o cenário fiscal doméstico e a volatilidade associada às eleições de 2026, além de riscos fiscais e institucionais no ambiente internacional.

Do ponto de vista de mercado, a ampliação das reservas em ouro tende a ser interpretada como um sinal de prudência macroeconômica. A estratégia pode contribuir para reduzir a percepção de risco soberano, influenciando positivamente o mercado de títulos públicos, enquanto no câmbio ajuda a sustentar a confiança na capacidade do País de enfrentar choques externos. Para o mercado de ações, a leitura é mais indireta, reforçando um ambiente de maior estabilidade institucional.

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