DAX, CAC, FTSE100 e mercados europeus se mantêm estáveis ​​enquanto os investidores recuperam o fôlego após uma semana agitada

Os mercados de ações europeus apresentaram pouca movimentação na sexta-feira, 19 de dezembro de 2025, após uma semana volátil dominada por importantes divulgações econômicas e decisões de bancos centrais, embora os índices de referência permanecessem a caminho de encerrar a semana com ganhos sólidos.

Por volta das 7h40 (horário de Brasília), o índice DAX da Alemanha subia 0,15%, enquanto o CAC 40 da França subia 0,04%, e o FTSE 100 do Reino Unido operava estável, recuando apenas 0,01%. O índice pan-europeu STOXX 600 subia 0,05%, a 585,63 pontos.

Ao longo da semana, o DAX caminhava para uma alta de aproximadamente 0,2%, com o CAC 40 e o FTSE 100 prestes a subir mais de 1% cada.

Um momento de pausa após intensa atividade dos bancos centrais

A atividade do mercado pareceu moderada, enquanto os investidores assimilavam os resultados de uma semana repleta de reuniões de políticas e divulgações de dados. O Banco Central Europeu manteve sua taxa básica de juros inalterada em 2%, em linha com as expectativas, mas revisou para cima suas projeções econômicas. O BCE agora prevê um crescimento da zona do euro de até 1,4% em 2025 e 1,2% em 2026.

“A economia mostrou resiliência. Cresceu 0,3% no terceiro trimestre, refletindo principalmente um maior consumo e investimento”, afirmou a presidente do BCE, Christine Lagarde, na conferência de imprensa de quinta-feira.

Apesar da melhora nas perspectivas em nível regional, o sentimento dos consumidores alemães se deteriorou acentuadamente. Dados divulgados na sexta-feira mostraram que o índice de confiança do consumidor, compilado pela GfK e pelo Instituto de Decisões de Mercado de Nuremberg, caiu para -26,9 pontos em janeiro, ante -23,4 pontos anteriormente revisados.

No Reino Unido, o Banco da Inglaterra anunciou na quinta-feira o esperado corte na taxa de juros, mas ainda há incertezas sobre os próximos passos. Diversos membros do comitê de políticas expressaram preocupação com as expectativas de crescimento salarial persistentemente elevadas e com as pressões inflacionárias estruturais, mesmo com dados recentes mostrando uma queda nas vendas no varejo em novembro, o que indica uma frágil confiança do consumidor.

Os bancos centrais da Suécia e da Noruega também se reuniram durante a semana, optando ambos por manter as taxas de juros inalteradas, como previsto pelo mercado.

UE aprova novo financiamento para a Ucrânia

Os investidores também estavam assimilando a notícia de que os líderes da União Europeia aprovaram um pacote de apoio de € 90 bilhões (US$ 105 bilhões) para a Ucrânia nos próximos dois anos. O financiamento será obtido por meio de empréstimos conjuntos garantidos pelo orçamento da UE, em vez de recorrer a ativos russos congelados.

Os governos da UE já haviam debatido se deveriam usar cerca de 210 mil milhões de euros em ativos russos congelados, em grande parte detidos na Bélgica, para financiar um empréstimo semelhante a reparações para a Ucrânia, mas acabaram por optar por um empréstimo conjunto.

Atualizações corporativas impactam ações selecionadas

No âmbito corporativo, a varejista de viagens WH Smith (LSE:SMWH) reportou lucros anuais menores e reduziu sua previsão de lucro para o próximo ano, após a queda nos lucros operacionais compensar o crescimento da receita.

Em outras notícias, o grupo de cosméticos Coty (NYSE:COTY) vendeu sua participação remanescente de 25,8% na marca de cuidados capilares Wella para a KKR por US$ 750 milhões, mantendo o direito a uma parte de qualquer venda futura ou receita de IPO.

As ações dos grupos alemães de artigos esportivos Adidas (TG:ADS) e Puma (NYSE:NKE) caíram depois que a rival americana Nike (NYSE:NKE) divulgou vendas decepcionantes na China, marcando o segundo trimestre consecutivo de queda nas margens brutas.

Preços do petróleo caminham para mais uma queda semanal

Os preços do petróleo bruto estavam a caminho de registrar a segunda queda semanal consecutiva, com as preocupações sobre o excesso de oferta e o crescente otimismo em torno de um possível acordo de paz entre Rússia e Ucrânia superando os receios sobre possíveis interrupções no fornecimento relacionadas ao bloqueio anunciado pelos EUA aos embarques de petróleo venezuelano.

Às 07h35 (horário de Brasília), os contratos futuros do Brent para fevereiro caíram 0,1%, ou 0,06 centavo, para US$ 59,76 por barril, enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) para janeiro recuou 0,30%, ou 17 centavos, para US$ 55,98. Ambos os índices de referência devem registrar perdas semanais superiores a 2%.

Os mercados continuam a levar em consideração a expectativa de que a oferta global de petróleo exceda a demanda até 2026, impulsionada pelo aumento da produção de países não pertencentes à OPEP e pelo crescimento mais lento do consumo nas principais economias. Os preços do petróleo bruto nos EUA caíram mais de 21% este ano, registrando seu pior desempenho anual desde 2018, enquanto o Brent caiu cerca de 20%, seu pior resultado desde 2020.

No início da semana, Trump anunciou um bloqueio contra petroleiros que transportam petróleo venezuelano já sujeito a sanções dos EUA, embora o alcance e a aplicação da medida permaneçam incertos. Ele também afirmou na quinta-feira que as negociações para pôr fim à guerra na Ucrânia estão “perto de um resultado concreto”, antes de uma reunião planejada entre autoridades americanas e russas neste fim de semana.

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