Iene se desvaloriza após decisão do Banco do Japão sobre a taxa de juros

O iene japonês desvalorizou-se em relação a outras moedas importantes na sessão europeia de sexta-feira, depois de o Banco do Japão ter elevado a sua taxa de juro de referência em 0,25 pontos percentuais, numa altura em que a inflação se mantém teimosamente acima da meta.

O conselho de política monetária decidiu aumentar a taxa de juros overnight sem garantia para “cerca de 0,75%”, ante “cerca de 0,5%”.

Anteriormente, o Banco do Japão havia elevado a taxa básica de juros em 25 pontos-base em janeiro.

O banco central afirmou que as taxas de juros reais deverão permanecer significativamente negativas após a alteração da taxa básica de juros e que as condições financeiras favoráveis ​​continuarão a dar um forte apoio à atividade econômica.

Caso a atividade econômica e os preços evoluam conforme as estimativas para outubro, o Banco do Japão continuará a aumentar a taxa básica de juros e a ajustar o grau de acomodação monetária, afirmou o banco.

O Banco do Japão deixou a porta aberta para novos aumentos na taxa de juros, mas o iene japonês tem sofrido enorme pressão. Ueda, presidente do Banco do Japão, declarou em coletiva de imprensa: “Continuaremos a aumentar a taxa básica de juros se a economia e os preços se comportarem conforme o previsto, em consonância com as melhorias na economia e nos preços.”

Em notícias econômicas, dados do Ministério de Assuntos Internos e Comunicações mostraram que os preços ao consumidor no Japão subiram 2,9% em novembro em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse resultado ficou em linha com as expectativas e foi inferior aos 3,0% registrados em outubro.

Em termos mensais, a inflação manteve-se inalterada em 0,4%.

O núcleo do IPC subiu 3,0% em relação ao ano anterior, em linha com as previsões e inalterado em relação à leitura de outubro.

Entretanto, as ações europeias apresentaram pouca variação, um dia depois de o Banco Central Europeu e o Banco da Inglaterra terem emitido sinais de postura mais conservadora em relação às perspectivas para suas trajetórias de taxas de juros.

Após o relatório de inflação dos EUA de novembro ter mostrado uma queda inesperada no crescimento dos preços, o núcleo do índice de preços PCE, amplamente considerado o indicador de inflação preferido do Federal Reserve, juntamente com o relatório de vendas de imóveis residenciais, estarão em foco ainda hoje.

Além disso, os líderes da União Europeia decidiram contrair empréstimos para financiar a defesa da Ucrânia, em vez de usar fundos russos congelados.

No pregão europeu de hoje, o iene caiu para uma mínima histórica de 197,35 em relação ao franco suíço, para uma mínima de quase 35 anos de 183,74 em relação ao euro e para uma mínima de mais de 17 anos de 209,83 em relação à libra esterlina, após atingir máximas iniciais de 195,81, 182,42 e 208,22, respectivamente. Caso o iene estenda sua tendência de baixa, é provável que encontre suporte em torno de 198,00 em relação ao franco, 186,00 em relação ao euro e 212,00 em relação à libra esterlina.

Em relação ao dólar americano e ao dólar canadense, o iene caiu para uma mínima de 9 dias, atingindo 156,94, e para uma mínima de quase 1 ano e meio, chegando a 113,84, após atingir máximas iniciais de 155,57 e 112,92, respectivamente. O iene provavelmente encontrará suporte em torno de 158,00 em relação ao dólar americano e 115,00 em relação ao dólar canadense.

Em relação ao dólar australiano e ao dólar neozelandês, o iene caiu para mínimas de quatro dias, atingindo 103,73 e 90,28, respectivamente, após ter alcançado máximas iniciais de 102,86 e 89,73. O iene pode testar o suporte próximo a 105,00 contra o dólar australiano e 90,00 contra o dólar neozelandês.

Olhando para o futuro, os dados preliminares de confiança do consumidor na zona do euro para dezembro, as vendas de casas usadas nos EUA para novembro, o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan para dezembro e os dados da Baker Hughes sobre a contagem de plataformas de petróleo nos EUA estão programados para serem divulgados na sessão de Nova York.

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