
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou nesta terça-feira (16/12) que a atividade industrial brasileira apresentou forte desaceleração em novembro, conforme os dados da Sondagem Industrial. O indicador de atividade recuou 7,1 pontos no mês, atingindo 44,4 pontos, nível considerado baixo e distante da linha de 50 pontos, que separa expansão de retração.
Outro dado que chamou atenção foi a Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que caiu 1 ponto porcentual e ficou em 70%. Esse é o menor patamar desde 2019, sinalizando menor uso do parque fabril e enfraquecimento da produção em diversos segmentos da indústria.
De acordo com a pesquisa, a perda de ritmo em 2025 foi mais intensa do que o padrão histórico para este período do ano. O índice de evolução do número de empregados também recuou, com queda de 1,2 ponto, chegando a 47,6 pontos, o que indica redução no nível de contratações e maior cautela das empresas.
“Alguns elementos ajudam a explicar esse processo de desaceleração da indústria: o principal deles é o patamar elevado das taxas de juros e seus desdobramentos, que acabam puxando o freio da economia e prejudicando a demanda por bens industriais por meio do encarecimento do crédito e das perspectivas de um ritmo mais fraco para a atividade econômica”, afirma Larissa Nocko, especialista em Políticas e Indústria da CNI.
O indicador de expectativa de demanda também apresentou deterioração, com recuo de 1,1 ponto, passando de 51,3 para 50,2 pontos. Segundo a CNI, o resultado aponta para uma perspectiva apenas moderada de crescimento da demanda nos próximos meses. O índice atingiu o menor nível desde junho de 2020, no início da pandemia de covid-19.
Na contramão desse movimento, o índice de expectativa de quantidade exportada avançou 0,4 ponto, alcançando 48,04 pontos. Ainda assim, por permanecer abaixo da marca de 50 pontos, o dado indica que os empresários continuam projetando queda das exportações no curto prazo.
Já o índice de intenção de investimento subiu 0,7 ponto em dezembro, encerrando o ano em 55,9 pontos. Apesar de representar a terceira alta consecutiva, o nível ainda está cerca de três pontos abaixo do registrado no fim de 2024, quando o indicador chegou a 58,9 pontos, mostrando que o ambiente segue desafiador para novos aportes.
A Sondagem Industrial desta edição ouviu 1.402 empresas, sendo 587 de pequeno porte, 485 de médio porte e 330 de grande porte. As entrevistas foram realizadas entre os dias 1º e 10 de dezembro de 2025.
Do ponto de vista de mercado, a desaceleração da indústria tende a pesar sobre a percepção de crescimento econômico, podendo afetar negativamente ações ligadas ao setor industrial na bolsa de valores. Ao mesmo tempo, dados mais fracos de atividade podem influenciar expectativas para juros futuros, além de impactar o câmbio e os títulos públicos, à medida que investidores reavaliam o ritmo da economia brasileira.
(cni)
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