Juros futuros disparam e curva de juros abre em forte alta nesta terça-feira (16/12)

Movimento dos juros futuros reflete inclinação acentuada da curva de juros, com pressão tanto nos vértices curtos quanto nos longos do DI Futuro.

O mercado brasileiro de juros futuros encerrou esta terça-feira (16/12) com abertura expressiva da curva de juros, em um movimento predominantemente de alta ao longo de todos os vértices da curva de juros. O sentimento do mercado foi de maior cautela, com investidores exigindo prêmios mais elevados diante de sinais mais duros da política monetária e do aumento das incertezas no ambiente doméstico, o que se refletiu diretamente nas taxas do DI Futuro negociado na B3.

Entre os destaques do dia, os maiores avanços ocorreram justamente nos contratos intermediários da curva. Os contratos com vencimento em janeiro de 2030 (BMF:DI1F30) subiram 1,37%, encerrando o pregão a 13,325%, enquanto os contratos com vencimento em janeiro de 2031 (BMF:DI1F31) avançaram 1,36%, para 13,435%. Nos vértices mais longos, os contratos com vencimento em janeiro de 2032 (BMF:DI1F32) também registraram alta relevante de 1,35%, com taxa final de 13,525%. Já no curto prazo, os contratos com vencimento em janeiro de 2026 (BMF:DI1F26) tiveram uma variação mais contida, com alta de 0,01%, encerrando a 14,903%, enquanto os contratos com vencimento em janeiro de 2027 (BMF:DI1F27) avançaram 0,66%, para 13,725%.

A liquidez do pregão ficou concentrada, mais uma vez, nos vértices curtos e médios da curva de juros. Os contratos com vencimento em janeiro de 2027 (BMF:DI1F27) lideraram em volume, com 586.460 contratos negociados, seguidos de perto pelos contratos com vencimento em janeiro de 2028 (BMF:DI1F28), que movimentaram 579.703 contratos, e pelos contratos com vencimento em janeiro de 2029 (BMF:DI1F29), com 509.195 contratos. Esses vencimentos seguem sendo os mais líquidos do DI Futuro, concentrando o posicionamento tático de curto e médio prazo dos investidores.

Nos vencimentos mais longos, que costumam reagir de forma mais sensível às percepções de risco fiscal e político, também houve movimentação relevante. Os contratos com vencimento em janeiro de 2031 (BMF:DI1F31) registraram volume de 290.557 contratos, enquanto os contratos com vencimento em janeiro de 2032 (BMF:DI1F32) somaram 118.580 contratos negociados. Mesmo com volumes menores que os vértices intermediários, esses contratos tiveram altas consistentes, reforçando a inclinação positiva da curva de juros no trecho longo.

Entre os fatores que impulsionaram a alta dos juros futuros esteve a leitura mais conservadora do mercado em relação à condução da política monetária. A ata mais recente do Copom reforçou a mensagem de que a taxa básica de juros deve permanecer em nível restritivo por um período prolongado, sem sinalizações claras de flexibilização no curto prazo. Esse tom mais rígido aumentou a percepção de que o custo do dinheiro seguirá elevado, pressionando principalmente os vértices intermediários da curva.

Além disso, o ambiente político contribuiu para o aumento do prêmio de risco. O mercado passou a incorporar maior volatilidade associada ao cenário eleitoral, reduzindo apostas em narrativas consideradas mais benignas para os ativos domésticos. Esse ajuste de expectativas ajudou a empurrar as taxas do DI Futuro para cima, sobretudo nos contratos mais longos, que são mais sensíveis a incertezas fiscais e institucionais.

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