Petróleo sobe com sanções à Rússia e tensão geopolítica apesar do excesso de oferta

Os preços do petróleo subiram na quarta-feira, 3 de dezembro de 2025, recuperando-se das quedas anteriores, à medida que os investidores esperam cada vez mais que as negociações de paz entre Rússia e Ucrânia não produzam nenhum avanço que possa suspender as sanções ao petróleo bruto russo. Os ganhos, no entanto, foram atenuados pelas persistentes preocupações com o excesso de oferta global.

Às 08h05 (horário de Brasília), o petróleo Brent para fevereiro subia 80 centavos, ou 1,28%, para US$ 63,25 o barril, enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA para janeiro avançava 86 centavos, ou 1,47%, para US$ 59,50. Ambos os índices de referência haviam caído mais de 1% na sessão de terça-feira.

Analistas do Goldman Sachs observaram em um relatório que “os mercados de petróleo e os mercados de previsão não parecem precificar uma alta probabilidade de um acordo de paz em curto prazo e da remoção das sanções ao petróleo russo”.

O governo russo informou que uma reunião de cinco horas entre o presidente Vladimir Putin e altos representantes do presidente dos EUA, Donald Trump, terminou sem um acordo sobre um possível plano de paz para a Ucrânia. Os participantes do mercado estão acompanhando de perto essas negociações para avaliar se as sanções contra empresas russas — incluindo as grandes petrolíferas Rosneft e Lukoil — poderão ser suspensas, liberando o fornecimento atualmente retido.

As preocupações aumentaram depois que Putin acusou os governos europeus, na terça-feira, de obstruírem os esforços dos EUA para pôr fim ao conflito, argumentando que eles haviam proposto termos que seriam “absolutamente inaceitáveis” para Moscou. Os comentários alimentaram as expectativas de que o petróleo bruto russo provavelmente continuará com restrições, fluindo principalmente para compradores como a China e a Índia.

O analista de mercado da IG, Tony Sycamore, escreveu que, apesar do ceticismo em torno das negociações, “as preocupações com o excesso de oferta e a fraca demanda continuam a pressionar o preço do petróleo bruto, que precisa se manter acima do suporte em torno de US$ 55 para evitar uma queda mais acentuada”.

A guerra, que começou com a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, expandiu-se em escopo, com Kiev visando cada vez mais instalações petrolíferas russas por meio de ataques com drones. Ataques recentes à infraestrutura de exportação ao longo da costa russa do Mar Negro ressaltaram os riscos geopolíticos que pairam sobre o mercado de energia.

Entretanto, o aumento dos estoques de petróleo nos EUA adicionou mais uma camada de pressão. De acordo com fontes de mercado citando dados do Instituto Americano de Petróleo divulgados na terça-feira, os estoques de petróleo bruto dos EUA aumentaram em 2,48 milhões de barris na semana encerrada em 28 de novembro. Os estoques de gasolina subiram 3,14 milhões de barris e os estoques de destilados aumentaram 2,88 milhões de barris.

Os dados oficiais dos estoques da Administração de Informação Energética dos EUA são esperados ainda nesta quarta-feira.

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