Vale ganha recomendação de compra do Morgan Stanley, após revisão positiva no setor de metais

Banco norte-americano eleva recomendação para overweight, sobe preço-alvo para US$ 15 e vê dividend yield de 8,6% em 2026; ações VALE3 reagem em alta na bolsa de valores brasileira.

A Vale S.A. (BOV:VALE3) voltou ao radar positivo dos investidores após o Morgan Stanley elevar sua recomendação para as ações da mineradora, passando de equalweight para overweight. O banco norte-americano também revisou o preço-alvo dos ADRs da companhia de US$ 13 para US$ 15, o que representa um potencial de valorização de 17,5% em relação ao fechamento da última segunda-feira (15/07).

Segundo os analistas, mesmo após a forte valorização recente, as ações da Vale ainda apresentam uma relação risco-retorno atrativa. O banco destaca como pilares da tese o foco da companhia em alocação disciplinada de capital, a excelência operacional no negócio de minério de ferro e a perspectiva de crescimento relevante na divisão de cobre, um dos metais estratégicos da transição energética global.

O Morgan Stanley avalia que os papéis da mineradora precificam atualmente um minério de ferro em torno de US$ 74 por tonelada, abaixo da estimativa de longo prazo de US$ 90/t. Além disso, o banco observa redução relevante nos desembolsos de caixa e menor nível de incerteza relacionado a acidentes em barragens, fatores que historicamente pesaram sobre o valuation da empresa.

Dividendos e indicadores financeiros

Outro ponto de destaque é a projeção de rendimento de dividendos de 8,6% para 2026, sustentada pela contínua redução da dívida líquida expandida. Na comparação com pares globais e regionais do setor de mineração, a Vale negocia a múltiplos considerados atrativos: cerca de 3,8 vezes EV/Ebitda e 5,8 vezes preço/lucro, além de um rendimento de fluxo de caixa livre estimado em 8,4%.

Visão para commodities

A equipe de commodities do banco acredita que o minério de ferro encontrará suporte nos custos elevados de produção de minas na China, limitando quedas adicionais de preços. Para o cobre, o cenário é ainda mais construtivo no curto prazo, com expectativa de déficit de oferta e preços sustentados ao longo do primeiro semestre de 2026. Alumínio tende a acompanhar esse movimento, enquanto ouro e prata devem apresentar desempenho mais moderado no próximo ano.

Riscos e catalisadores

No cenário positivo, estímulos mais eficazes na China, redução da incerteza sobre tarifas norte-americanas e cortes de juros pelo Federal Reserve acima do esperado podem impulsionar o crescimento econômico global e favorecer preços de commodities. Já no campo negativo, uma desaceleração econômica global, aumento de tensões geopolíticas ou expansão acelerada do projeto Simandou surgem como principais riscos para o setor.

No pregão desta terça-feira (terça-feira (16/07)), as ações da Vale (VALE3) operam em alta na bolsa de valores brasileira. Às 14h10, o papel era negociado a R$ 69,94, avanço de 1,32%, após abrir o dia a R$ 69,33. Durante a sessão, os preços oscilaram entre a mínima de R$ 69,26 e a máxima de R$ 70,03, com volume financeiro superior a 10,2 milhões de ações negociadas.

A Vale S.A. é uma das maiores companhias de mineração do mundo, com atuação relevante na produção de minério de ferro, pelotas, níquel, cobre e metais básicos. A empresa possui operações no Brasil e no exterior e concorre globalmente com grupos como Rio Tinto, BHP e Anglo American.

Com fundamentos sólidos, política de dividendos atrativa e avaliação considerada descontada frente aos pares, a Vale volta a ganhar protagonismo entre investidores que buscam exposição ao setor de commodities.