Santander deixa de cobrar taxa de carregamento em fundos de previdência PGBL e VGBL
06 Setembro 2018 - 4:14PM
ADVFN News
O Santander (BOV:SANB11) anunciou hoje que não
cobrará mais a taxa de carregamento – percentual pago pelos
investidores na aplicação ou resgate dos recursos – de todos seus
produtos de previdência, para todos os clientes. A decisão vale
tanto para investidores que já têm recursos no banco quanto para
novos aplicadores, informou o Santander em nota.
A taxa de carregamento é descontada de cada aplicação feita nos
fundos Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e Vida Gerador de
Benefício Livre (VGBL) sob a justificativa de cobrir gastos do
banco e de desestimular o investidor a sacar logo os recursos. A
taxa chegava a 5% de cada aplicação em alguns bancos no varejo, ou
seja, de cada R$ 100,00 aplicados, somente R$ 95 caíam no
fundo.
A decisão do Santander acompanha a de outros bancos, que também
estão deixando de cobrar a taxa em seus fundos de previdência. A
concorrência das corretoras independentes, que passaram a oferecer
fundos de previdência, facilitada pela portabilidade, está
incentivando os investidores a saírem dos grandes bancos, que ainda
concentram 95% dos recursos de previdência privada.
Dos ricos para o varejo
O Santander diz que já não cobrava taxa de carregamento dos
clientes do segmento de gestão de fortunas, ou private banking e, a
partir de hoje, a isenção será estendida para clientes Select, com
renda mensal a partir de R$ 10 mil e R$ 30 mil em investimentos,
Van Gogh, com renda entre R$ 4 mil e R$ 10 mil, e do segmento
Especial, com renda até R$ 4 mil. “A taxa de carregamento sempre
foi uma das mais criticadas pelo mercado, principalmente porque não
é cobrada em qualquer outra modalidade de investimentos”, afirma
Gilberto Abreu, diretor de Investimentos do Santander. “Com a
isenção, queremos aproximar o produto do público em geral e
consolidá-lo como uma excelente solução de investimento de longo
prazo”, diz.
Previdência deve crescer nos próximos anos
O executivo diz que há uma série de fatores que explicam as
apostas no crescimento da previdência privada. A relação entre
reservas de longo prazo (previdência) e Produto Interno Bruto (PIB)
é muito baixa no Brasil, em torno de 6%. Quando comparada à do
Chile, por exemplo, essa proporção é de 70%.
As mudanças na legislação que rege os investimentos dos produtos
de previdência, promovidas pela Superintendência de Seguros
Privados (Susep) no final do ano passado, permitem também que os
gestores sejam mais criativos e entreguem retornos atrativos,
oferecendo mais opções de diversificação. A necessidade de reforma
da previdência, por sua vez, trará à tona o tema entre a população
de modo geral. Há também uma maior percepção do mercado de
previdência corporativo como um benefício necessário aos
funcionários, avalia Abreu.
Tributação de fundos fechados pode atrair R$ 400 bi para
previdência
Abreu estima ainda que a possível tributação dos fundos
exclusivos de investimentos atrairia algo em torno de R$ 400
bilhões para modalidades não tributadas. ““Sem dúvida alguma, os
produtos de previdência são a melhor modalidade de investimentos em
um prazo superior a 5 anos, momento em que a tabela regressiva do
Imposto de Renda (IR), que pode chegar a 10%, faz diferença,
independentemente do produto a ser comparado”, afirma.
De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos
Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) os fundos de previdência
somaram R$ 766,9 bilhões em patrimônio líquido ao final de julho
deste ano, volume 12,3%% maior quando comparado aos R$ 682,7
bilhões registrados em igual período do ano anterior.
Campanhas provocativas
O Santander lançou ontem uma campanha publicitária provocativa
sobre a isenção na taxa de carregamento. Com uma linguagem direta,
o Banco apresenta o benefício e reforça seu diferencial em relação
à concorrência. “Não sabe o que é taxa de carregamento? Pergunte ao
seu banco”, diz o texto.
A mensagem está alinhada à utilizada na campanha do Santander
Master – que dá 10 dias sem juros no limite da conta corrente –, em
que o Banco sugere às demais instituições “parar de chamar de
especial o crédito mais caro do mercado”.
SANTANDER BR (BOV:SANB11)
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