BR Distribuidora se prepara para a transição energética, afirma o presidente da rede de distribuição de combustíveis
06 Julho 2021 - 2:51PM
ADVFN News
Agora uma empresa com o capital totalmente pulverizado na Bolsa
de Valores, após a Petrobras acabar de vender toda a sua
participação, a BR Distribuidora (BOV:BRDT3) caminhará a passos
largos para se preparar para a transição energética, afirma o
presidente da rede de distribuição de combustíveis, Wilson Ferreira
Júnior, que assumiu o comando da empresa em março, depois de deixar
a estatal Eletrobrás. “Vamos ser uma empresa de energia e não só de
combustível”, afirmou ele ao Estadão.
A BR Distribuidora acaba de concluir a oferta de ações em que a
Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) vendeu uma fatia de 37,5% da
empresa por R$ 11,4 bilhões, na maior oferta de ações na B3 de
2021.
Segundo Ferreira, ao longo desse processo de saída da Petrobras,
os investidores buscaram informações sobre os planos de curto prazo
da empresa, que incluem a expansão da fábrica de lubrificantes e
ampliação da logística de combustível.
Além disso, as reuniões que ocorreram durante duas semanas
tiveram também abordaram o posicionamento de mais longo prazo da
empresa frente à transição energética – quesito no qual o executivo
garante que a BR está à frente de seus concorrentes.
O mercado de distribuição é bastante competitivo no Brasil.
Conforme o último boletim de abastecimento, da Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a BR tem cerca de
23% de participação, seguida de perto pela Raízen, licenciada da
marca Shell (20,5%), e pela Ipiranga (19,3%).
Para o presidente da BR, apesar de os dados mostrarem as
empresas brigando cabeça a cabeça pela primeira posição, a BR tem
hoje o menor custo do setor e baixo endividamento, estando pronta
para acessar o mercado se houver necessidade de mais recursos para
arcar com investimentos.
No cenário de transição energética, com a chegada de carros
elétricos, por exemplo, os postos de combustíveis precisarão estar
prontos para suprir essa nova demanda, se adaptando para abastecer
a frota que se alimentará de energia elétrica. “Em primeiro lugar,
temos de estar bem posicionados em energia elétrica. Em segundo, em
GNL (gás natural liquefeito)”, explica.
A relação com a Petrobrás, que agora se resume à esfera
comercial, segue positiva. “Somos o maior comprador da Petrobras”,
frisa o executivo.
Diagnóstico
Para ter em mãos um estudo detalhado sobre a companhia que o
executivo assumiu há poucos meses, a BR contratou a consultoria BCG
(Boston Consulting Group), que a apoiará nessa revisão estratégica.
Esse processo deverá ser concluído em cerca de um mês e meio.
Nesse processo, afirma Ferreira, há pontos que de imediato
precisam ser trabalhados, de olho no ganho de eficiência. Um que
chama atenção são as 1,2 mil lojas de conveniência da empresa, que
hoje não agregam ganhos ao resultado da companhia.
A virada de chave, segundo ele, já está em curso, com a recente
parceria firmada com as Lojas Americanas, por meio das redes Local
e BR Mania. Elas formarão uma joint venture e dividirão a sociedade
em 50%. Já está nos planos a abertura de mais mil lojas – hoje,
apenas 25% dos postos da BR têm operação de varejo, enquanto no
exterior o índice de redes semelhantes chega facilmente a 60%.
Para os analistas do UBS, a BR começa, após o desinvestimento da
Petrobras, um novo capítulo. “Com a venda concluída, acreditamos
que a BR está pronta para materializar o desempenho positivo
esperado de todas as melhorias operacionais que obteve desde a
privatização”, diz o documento assinado pelo analista Luiz
Carvalho.
Já Heloise Fernandes Sanchez, da Terra Investimentos, afirma que
a saída da Petrobras abre “caminho para que a empresa entre em
outros segmentos do setor de óleo e gás, inclusive podendo virar
uma concorrente da Petrobras”.
A BR Distribuidora pretende divulgar os resultados
do 2T21 no dia 10 de agosto
⇒
Confira a agenda completa de
resultados do segundo trimestre de 2021 (2T21)
BR Distribuidora (BRDT3): lucro líquido de R$ 492 milhões no
1T21, avanço de 110,3%
A BR
Distribuidora registrou lucro
líquido de R$ 492 milhões no primeiro trimestre de
2021, avanço de 110,3% na comparação anual.
A receita líquida nos três primeiros
meses do ano atingiu R$ 26,133 bilhões, o que equivale a uma alta
de 23,3%, em comparação com o primeiro trimestre de 2020 e de 7,6%
em comparação com o último trimestre do ano passado.
O ebitda – lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização – ajustado ficou em R$ 1,182
bilhão entre janeiro e março desse ano, ante R$ 545 milhões
anotados no mesmo período em 2020. A margem Ebitda ajustada,
por sua vez, passou de 2,6% no primeiro trimestre do ano passado,
para 4,5% no primeiro trimestre desse ano.
Informações Broadcast
Vibra Energia ON (BOV:VBBR3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
Vibra Energia ON (BOV:VBBR3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024