A Rumo, do conglomerado
Cosan, registrou prejuízo líquido de R$ 384
milhões no quarto trimestre do ano passado, revertendo o lucro de
R$ 3 milhões do ano anterior.
A receita operacional líquida do grupo caiu 9%
no trimestre, chegando a R$ 1,512 bilhão, contra R$ 1,662 bilhão
registrado no mesmo período de 2020.
O ebitda – lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização – caiu 44,6% na comparação com igual
etapa de 2020, totalizando R$ 419 milhões. Já a margem Ebitda
alcançou 27,7% no 4º trimestre de 2021, baixa de 17,8 p.p. na
comparação com igual trimestre de 2020.
Segundo a Rumo, o desempenho do Ebitda foi pressionado pela
menor tarifa no trimestre, ante o aumento do custo variável,
principalmente com combustível, e a pressão de inflação sobre os
custos fixos.
A Rumo foi afetada pela quebra da safra de milho em 2021, um dos
principais produtos transportados pela companhia, junto à soja. A
quebra de safra trouxe retração de 38,4% nas exportações de milho
no Brasil na safra 20/21 em relação à safra anterior.
O resultado negativo foi amenizado pelo início da operação da
Rumo na Malha Central (Ferrovia Norte-Sul), que permitiu atingir o
mercado de grãos de Goiás, e pelo ganho de participação de mercado
no Mato Grosso. Analisando as exportações de grãos pelo Porto de
Santos, a Rumo teve um ganho de fatia de mercado — em 2021, a
participação chegou a 59,2% no ano anterior.
O lucro bruto caiu 65,9% no 4T21, atingindo o montante de R$ 141
milhões.
A margem bruta da companhia foi de 9,3% entre outubro e dezembro
de 2021, queda de 15,6 pontos percentuais.
A dívida líquida da companhia encerrou o ano de 2021 em R$ 9,4
bilhões.
Dessa forma, o índice de alavancagem, medido pela relação entre
dívida liquida e o Ebitda ajustado foi de 2,8 vezes, um aumento de
0,4 vez em relação ao 3T21.
O capex no ano de 2021 foi de R$ 3,453 bilhões, em linha com o
plano de investimentos.
⇒ Guidance
Para 2022, a projeção da Rumo é ampliar o Ebitda em 28%, segundo
as projeções de resultados para este ano, divulgadas há pouco pela
Rumo em fato relevante.
Principais premissas:
- O EBITDA considera os ajustes que são devidamente destacados
nos relatórios de resultado da Companhia a cada trimestre, ou seja,
reflete os resultados recorrentes das operações, excluindo
eventuais efeitos pontuais.
- Aumento da capacidade de transporte em razão dos investimentos
previstos;
- Demanda de mercado para os produtos e serviços prestados pela
Companhia;
- Desempenho da economia brasileira e internacional, incluindo
taxas de inflação, taxas de juros, crescimento do PIB – Produto
Interno Bruto e crescimento populacional;
- Não inclui a extensão da Malha Norte para Lucas do Rio
Verde;
- Não considera potenciais projetos de M&A ou novas
concessões;
- Não considera prorrogação antecipada da vigência da concessão
da Malha Sul; e
- Valores projetados são apresentados em termos nominais.
A companhia esclarece que não foram alteradas as projeções de
longo prazo, que permanecem aquelas indicadas no Fato Relevante
divulgado em 12 de agosto de 2021, e as projeções para o projeto de
construção, operação, exploração e conservação de ferrovia, sob
autorização, que conecta o terminal rodoferroviário de
Rondonópolis/MT à Cuiabá/MT e à Lucas do Rio Verde/MT.
Os resultados da Rumo (BOV:RAIL3) referente suas operações
do quarto trimestre de 2021 foram divulgados no dia
18/02/2021. Confira o Press Release completo!
Teleconferência
A Rumo prevê uma mudança no cenário de tarifas a partir do
segundo semestre de 2022 e em 2023, segundo o presidente da
empresa, Beto Abreu.
“O aumento da participação de mercado em janeiro foi
extraordinariamente alto, porque negociamos os contratos de
‘take-or-pay’ com antecedência, é um ‘toma-lá-dá-cá’. Fizemos nosso
melhor e estamos aproveitando os volumes. Talvez haja uma lacuna de
preço ao longo do ano, mas, mais cedo ou mais tarde, vamos captar
oportunidades de mercado considerando inflação e repasse de preço
de combustível”, disse, em teleconferência de resultados da
empresa.
Além disso, o executivo aponta “gatilhos” para 2023: o início de
cobrança de pedágio na BR-163 e a normalização das tarifas
rodoviárias, afetadas pela quebra de safra.
VISÃO DO MERCADO
BTG Pactual
A Rumo apresentou um balanço abaixo do esperado, diz o BTG
Pactual, com números aquém da expectativa do banco e do mercado.
Apesar de as receitas de R$ 1,5 bilhão terem sido em linha, o
Ebitda de R$ 419 milhões foi 24% abaixo das projeções, resultando
em uma margem fraca de 28%.
Os analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Aline Gil
escrevem que o prejuízo líquido de R$ 384 milhões também veio
abaixo da estimativa de perdas em R$ 255 milhões que o banco tinha,
já mais agressiva que a do mercado.
Eles apontam que a estabilidade no volumes da Rumo no trimestre,
combinado com maior custo com combustíveis, menor diluição de
gastos e despesas e um mix pior do que no ano anterior, causaram a
deterioração na margem.
Apesar de a Rumo ter lançado metas conservadoras para 2022,
abaixo do consenso, esperando preço mais baixos, o BTG afirma que o
mercado já precificou isso nos papéis. Em termos de longo prazo, os
bons fundamentos permanecem inalterados, comentam.
BTG Pactual tem recomendação de compra com preço-alvo em R$
27,00…
Citi
Os resultados operacionais da Rumo vieram fracos no quarto
trimestre, diz o Citi, com a queda de 45% no Ebitda sendo puxada
por baixa de 10% nos volumes agrícolas da Malha Paulista e Malha
Norte, além de retração de 13,5% nos rendimentos de frete. O
prejuízo por ação da companhia foi de R$ 0,21, abaixo do consenso
de R$ 0,16.
“Apesar de a empresa ter apresentado melhora no fluxo de caixa
operacional ano a ano e as metas para 2022 serem positivas, nos
parece que o prejuízo por ação maior que o esperado vai puxar a
ação para baixo”, escrevem os analistas Stephen Trent, Brian
Roberts e Filipe Nielsen.
Entre os pontos positivos, o banco americano chama atenção para
o Ebitda de R$ 75 milhões nas operações Sul e de R$ 27 milhões em
contêineres, dois segmentos que não há muito tempo só apresentavam
números negativos.
Citi tem recomendação de compra com preço-alvo em R$ 24,00…
Credit Suisse
Para o Credit Suise, os resultados fracos ocorreram apesar dos
fortes volumes no trimestre e podem ser atribuídos a tarifas
substancialmente mais baixas e margens, também impactadas pelo
aumento nos custos de combustível.
Para o Credit, a perda de Ebitda também é explicada em grande
parte pelo aumento repentino de R$ 49 milhões na linha “outros”
dentro de “outras despesas”, que o banco acredita ser não
recorrentes.
Credit Suisse mantém recomendação de compra com preço-alvo
de R$ 26,00…
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão, Reuters
RUMO S.A ON (BOV:RAIL3)
Gráfico Histórico do Ativo
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