A Grendene, dona das marcas Melissa e
Ipanema, registrou uma queda de 2,9% no lucro
líquido do primeiro trimestre ante mesmo período de 2021,
para R$ 125,5 milhões. O resultado reflete um desempenho
operacional afetado pelo ambiente macroeconômico e a onda de
contaminações pela variante ômicron no início do ano.
A receita líquida somou R$ 517,9
milhões entre janeiro e março deste ano, baixa de 1% na comparação
com igual etapa de 2021.
O Ebitda – juros, impostos, depreciação e
amortização – ajustado cresceu 46,6% no 1T22, totalizando R$
67,9 milhões. Já a margem Ebitda ajustado da Grendene atingiu 13,1%
no período, contração de 11,2 pontos percentuais frente a margem
registrada em 1T21.
A margem bruta caiu 7,2 pontos percentuais, para 37,9%, e a
margem Ebitda recuou 11,2 pontos, para 13,1%.
Foi na linha de resultado financeiro que a companhia se saiu
melhor, impulsionada pelo aumento dos juros básicos: um avanço de
108,3%, para R$ 88,8 milhões. Por essa razão, a margem líquida da
companhia ficou apenas 0,5 ponto percentual menor, a 24,2%. A
Grendene encerrou o período com caixa de R$ 1,8 bilhão.
A receita bruta caiu 2,1%, para R$ 630,8 milhões. A queda
de receita é fruto de uma combinação de fatores: consumo mais fraco
no mercado brasileiro; vendas do Natal de 2021 abaixo do esperado
no varejo, afetando reposições e aberturas para novos lançamentos
do primeiro trimestre; antecipação de compras em dezembro do ano
passado por uma parcela dos clientes para evitar o reajuste de
preços promovido em janeiro; e a forte base de comparação com o
primeiro trimestre de 2021.
No mercado interno, a receita bruta da Companhia contraiu 8,9%
no trimestre, para R$ 429,9 milhões, enquanto o volume de pares
embarcado foi de 18,9 milhões, retração de 30,4%. A receita bruta
por par no mercado interno cresceu 31,0% para R$ 22,68 em virtude
do reajuste realizado em jan/22, do bom desempenho do segmento
feminino (nos produtos de maior valor agregado) e da recuperação
dos canais varejo e magazine.
As vendas da companhia ao exterior ganharam maior
representatividade em relação ao mesmo período do ano anterior,
crescendo 16,4% no 1T22 para R$ 200,9 milhões em receita bruta e
18,9% para 9,7 milhões em volume de pares embarcados, passando a
representar 31,9% do faturamento total da Grendene versus 26,8% no
1T21. A receita bruta por par em dólares cresceu 2,3% para USD
3,97, consequência, principalmente, do embarque de produtos de
maior valor agregado, enquanto em reais o indicador recuou
2,1%.
O resultado financeiro líquido foi de R$ 88,7
milhões no 1T22, uma elevação de 108,3% na comparação com 1T21.
O lucro bruto da Grendene totalizou R$ 196,2 milhões nos três
primeiros meses de 2022, uma redução de 16,9% em relação ao mesmo
trimestre de 2021. A margem bruta foi de 37,9% no 1T22, baixa de
7,2 p.p. na comparação anual.
O menor volume de pares embarcados impactou negativamente a
produtividade relacionada a mão de obra da produção, trazendo
pressão adicional ao CPV no período.
O lucro bruto da Grendene totalizou R$ 196,2 milhões nos três
primeiros meses de 2022, uma redução de 16,9% em relação ao mesmo
trimestre de 2021. A margem bruta foi de 37,9% no 1T22, baixa de
7,2 p.p. na comparação anual.
As despesas operacionais avançaram 13,4% no período, passando a
representar 29,0% da receita operacional líquida em comparação a
25,3% no 1T21, fruto da ampliação das despesas comerciais
relacionadas a fretes, ao digital commerce e da intensificação
dos investimentos em publicidade.
Os custos das principais matérias primas que compõem o nosso CPV
mantiveram-se estáveis durante o 1T22, mesmo depois da eclosão do
conflito russo-ucraniano. Ainda assim, os insumos continuaram
pressionando o CPV nos primeiros três meses do ano, pois carregam
os reajustes realizados nas matérias primas ao longo do ano
passado.
A Grendene observou o recuo da resina de PVC no mercado
internacional, em virtude da menor demanda da Índia e da China, bem
como do aumento da produção deste insumo. Adicionalmente, a
valorização da moeda brasileira tende a contribuir para o recuo dos
insumos utilizados na produção da Grendene.
Nos primeiros três meses do ano, o caixa gerado nas atividades
operacionais da Grendene foi de R$ 225,5 milhões. Com isso, a
empresa encerrou o trimestre com caixa de R$ 1,8 bilhão, mantendo
sólida situação financeira.
No 1T22, os principais investimentos foram em manutenção de
prédios industriais e instalações, reposição do ativo imobilizado e
aquisição de novos equipamentos para modernização do parque fabril
e nos diversos projetos para melhorar a eficiência da empresa.
O caixa líquido (considerando caixa, equivalentes e aplicações
financeiras de curto e longo prazo menos empréstimos e
financiamentos de curto e longo prazo) em 31 de março de 2022
totalizou R$1,8 bilhão, aumento de 19,6% em relação aos R$1,5
bilhão de 31 de dezembro de 2021.
⇒ Dividendos
A Grendene aprovou a distribuição de dividendos sobre
o montante de R$ 83,6 milhões, que serão pagos a partir do dia
25 de maio.
A distribuição dos lucros será feita de duas maneiras:
- Em forma de dividendos antecipados o valor de R$ 46.696.009,12,
cabendo aos acionistas titulares de ações ordinárias, o valor de R$
0,051760415 por ação (excluídas as ações em tesouraria), sem
remuneração ou atualização monetária e não haverá retenção de
Imposto de Renda.
- Em forma de juros sobre o capital próprio (JCP) imputados nos
dividendos obrigatórios, o montante bruto de R$ 37.000.000,00,
correspondendo ao valor bruto por ação de R$ 0,041012827 (excluídas
as ações em tesouraria), para os acionistas que sejam
comprovadamente imunes ou isentos ou, com retenção de Imposto de
Renda na Fonte, conforme legislação em vigor.
Os resultados da Grendene (BOV:GRND3) referentes suas operações
do primeiro trimestre de 2022 foram divulgados no dia 259/04/2022.
Confira o Press Release completo!
Teleconferência
Alceu Albuquerque, diretor de relações com investidores da
Grendene (GRND3), na abertura da apresentação dos resultados do
1T22, diz que o “ano começou difícil”.
Ele apontou a inflação alta, juros altos e elevado nível de
desemprego como causadores do início de 2022 complexo.
Segundo o executivo, o consumidor de classes mais baixas está
com a “renda pressionada”. Nas classes A e B, ao contrário,
Albuquerque vê com “apetite de consumir”.
No entanto, cenário para o consumo, no geral, melhorou ao longo
do 1T22. “O pior pode ter passado”, avalia o diretor.
Durante a apresentação dos resultados do 1T22 a analistas de
mercado, Alceu Albuquerque, diretor de relações com investidores da
Grendene (GRND3), disse que a companhia vê ambiente positivo para
negócios no mercado externo, notadamente com a recuperação na
América do Norte.
Os fretes internacionais dos países asiáticos, porém, seguem
elevados, informou o executivo.
Na apresentação a analistas de mercado dos resultados do 1T22,
nesta sexta (29), Alceu Albuquerque, diretor de relações com
investidores da Grendene (GRND3), explicou que o Ebitda recorrente
teve queda de 57% na comparação com 1T21.
Segundo o executivo, “foi influeciado com a continuidade da
pressão de custos de matérias-primas”. Albuquerque explicou que
quando se compara com o primeiro trimestre do ano passado, “pegamos
todos os carretos dos aumentos de 2021”.
“Em 2021, a resina de PVC, um de nossas principais
matérias-primas, que representa 20 a 25% de nosso custo, subiu mais
de 60%”, complementou.
Alceu Albuquerque, diretor de relações com investidores da
Grendene (GRND3), comentou a analistas de mercado nesta sexta (29),
na apresentação dos resultados do 1T22, que o processo de transição
das operações na China seguiu, com foco na construção da
infraestrutura necessária para garantir o crescimento da operação
naquele país.
Mas o executivo destacou que o lockdown tem atrapalhado “a
estruturação da GGB (Grendene Global Brands) na China”. “Nós temos
evolução, conseguimos adquirir as lojas online de nossos antigos
distribuidores, um dos principais canais de venda na China. O
lockdown está postergando a entrada da GGV na China. Estamos
trabalhando fortemente pra avançar”, explicou o executivo.
VISÃO DO MERCADO
BRADESCO BBI
A equipe de research do BBI avalia o resultado operacional da
Grendene como “decepcionante”, mas resta saber se a forte queda de
volume no Brasil pode ser recuperada no segundo trimestre. O modelo
predominantemente atacadista da Grendene cria uma defasagem entre a
recuperação do varejo e essa recuperação se refletindo nos
resultados. Então, pode ser que a Grendene consiga compensar os
volumes perdidos com maiores vendas no próximo trimestre.
Os custos mais altos de matérias-primas também contribuíram para
a margem bruta mais baixa, mas a empresa relata que esses custos
são amplamente estáveis no acumulado do ano, portanto, se isso
continuar, a pressão anual dos custos mais altos de matérias-primas
começará a se dissipar nos próximos trimestres.
Bradesco BBI mantém recomendação neutra com preço-alvo
de R$ 12,00…
XP Investimentos
A receita líquida veio 4% abaixo das projeções da XP por conta
do cenário macro desafiador. A margem bruta veio bastante
pressionada (-7 p.p. A/A) por conta de maiores custos de matéria
prima, com uma queda de margem Ebitda de 11 p.p. A/A, em razão de
maiores despesas operacionais.
Por outro lado, as exportações cresceram (22% em dólar, 16% em
real) e, junto com a receita financeira, compensou a pressão de
margem, o que levou o lucro a cair apenas 3% A/A. Apesar da
Grendene ter sinalizado um segundo trimestre mais otimista.
XP mantém recomendação neutra com preço-alvo de R$
10,70…
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão
GRENDENE ON (BOV:GRND3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
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