Oi refuta questionamentos sobre pedido de revisão no preço de venda da rede móvel da companhia
04 Outubro 2022 - 03:19PM
ADVFN News
A abertura do processo de arbitragem envolvendo TIM, Vivo e
Claro contra a Oi em função de divergência sobre o valor correto na
venda da rede móvel da operadora carioca marca o início de uma
discussão longa e sem prazo definido para uma conclusão, conforme
apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo
Estado) com fontes envolvidas nas negociações.
As três empresas compradoras cobram um ajuste no preço de venda
do ativo, o que a Oi (BOV:OIBR3) (BOV:OIBR4) refuta. Na
segunda-feira, 3, o trio anunciou que levará o caso para arbitragem
após a Oi supostamente ter descumprindo certas obrigações previstas
no contrato de alienação e não ter havido um entendimento entre as
partes sobre o caso nas últimas semanas.
A rede móvel da Oi foi leiloada em dezembro de 2020, mas só teve
o fechamento 16 meses depois, em abril de 2022, após receber aval
da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade) – este último numa
votação apertada.
A venda foi acertada por R$ 16,5 bilhões, montante sujeito a
ajustes para refletir a situação operacional e financeira da
companhia ao longo desse período. A previsão de ajustes nos valores
finais é normal em transações cujo desfecho leva tempo.
Neste caso, entretanto, o valor ficou muito acima do esperado
por acionistas da Oi. O trio de compradoras alega que têm direito a
um desconto de R$ 3,186 bilhões. Desse total, R$ 1,447 bilhão já
está retido pelas companhias. Haveria, portanto, a necessidade de a
Oi devolver R$ 1,739 bilhão.
No dia 19 de setembro, TIM (BOV:TIMS3), Vivo (BOV:VIVT3) e Claro
comunicaram ao mercado que notificaram a Oi cobrando o ajuste de
contas, munidas de um laudo econômico-financeiro elaborado pela
consultoria KPMG. Segundo esse laudo, a Oi não teria sustentado uma
porção de métricas definidas no contrato de alienação, como
manutenção de capital de giro, nível mensal de investimento e
participação nas adições líquidas de clientes no período.
A Oi refuta esses questionamentos e já entregou uma
contra-notificação ao trio na última sexta-feira, 30, e outra
manifestação está em fase de elaboração, apurou o Broadcast. Isso
porque ainda existem passos contratuais fora da arbitragem a serem
seguidos, mas, dada a falta de sinais sobre um possível
entendimento, um desfecho só deverá ocorrer via arbitragem.
Paralelamente, a Oi também recorreu ao juiz da 7ª Vara
Empresarial do Rio de Janeiro, Fernando Viana. Como a venda da rede
móvel se deu por meio de leilão autorizado e homologado pelo juízo
que conduz a recuperação judicial da tele, haveria algum espaço por
lá para fazer valer a conclusão do pagamento.
Se a cobrança do trio estiver correta, a maior beneficiada pelo
ajuste de valores seria a TIM, que ficou com a maior fatia da rede
móvel da Oi e também pagou a maior parte. A TIM teria R$ 768,9
milhões a receber (além do valor já retido de R$ 634,3 milhões). Em
seguida vêm a Vivo, com R$ 587,0 milhões a receber (R$ 488,4
milhões já retidos), e a Claro, com R$ 383,5 milhões a receber (R$
324,7 milhões já retidos).
Informações Broadcast
TIM ON (BOV:TIMS3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2023 até Abr 2023
TIM ON (BOV:TIMS3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2022 até Abr 2023