Dívida de R$ 11 bilhões da Light, é o segundo golpe na reputação de Beto Sicupira
14 Maio 2023 - 9:37PM
ADVFN News
A dívida de R$ 11 bilhões da Light, informada no pedido de
recuperação judicial da empresa feito na sexta-feira, é o segundo
golpe na reputação de Beto Sicupira, um dos maiores acionistas da
Americanas.
Somadas, as dívidas não honradas pelas duas empresas neste ano
chegam a R$ 54 bilhões. Os credores vão desde pequenos negócios a
acionistas minoritários, investidores debenturistas e passivos
trabalhistas. Sicupira, de 74 anos, tem 10% de participação na
Light.
O investidor e empresário, que integra o 3G Capital ao lado de
Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles, já perdeu mais de 80% do
investimento feito na empresa.
Sicupira comprou 30 milhões de ações da Light (BOV:LIGT3) em
outubro de 2020, pelo valor de R$ 550 milhões. Hoje, o valor é de
R$ 110 milhões. A perda é de R$ 440 milhões.
O investimento na empresa que fornece energia para o Estado do
Rio de Janeiro foi feito com a intenção de lucrar com uma virada
positiva na trajetória das ações da empresa, o que não aconteceu
como esperado.
Segundo o índice de bilionários da Bloomberg, Sicupira é dono de
uma fortuna estimada em US$ 8,71 bilhões (R$ 42,86 bilhões), o que
o coloca entre as pessoas mais ricas do Brasil. Procurado, o 3G
Capital não se manifestou.
INTERVENÇÃO
Apesar dos boatos sobre a recuperação judicial da empresa de
energia elétrica há algumas semanas, o pedido surpreendeu muita
gente. Investidores reagiram de forma negativa e empurraram as
ações da companhia a uma perda de mais de 17%. O anunciou despertou
uma onda de questionamentos sobre qual será a resposta dos órgãos
reguladores para o pleito e os potenciais impactos no mercado de
crédito à infraestrutura.
Para um especialista do setor elétrico, a Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) teria se precipitado na repercussão, sem o
pleno conhecimento do conteúdo da ação judicial, que veio à tona
após a publicação da nota. No mercado, há dúvidas se a estratégia
da empresa não vai contra a lei, que proíbe pedidos de recuperação
judicial de concessões de energia, o que reforçaria a necessidade
de intervenção.
Para o ex-diretor da Aneel, Edvaldo Santana, não haveria razões
para pedir recuperação da holding já que não há dívidas nesta
empresa, tendo sido o meio de alcançar a distribuidora, tentando
contornar a lei.
Informações Broadcast
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