A Auren Energia anunciou a cessão de todos os direitos creditórios decorrentes do acordo judicial com a União para indenização pela usina hidrelétrica de Três Irmãos.

O comunicado foi feito pela companhia (BOV:AURE3) na sexta-feira (16).

A companhia divulgou que celebrou a cessão, em caráter definitivo e sem qualquer coobrigação, da totalidade dos direitos creditórios decorrentes do acordo judicial firmado com a União Federal visando a indenização da CESP pela reversão de bens não amortizados ou não depreciados em relação à Usina Hidrelétrica Três Irmãos.

Em contrapartida à referida cessão, a CESP receberá o valor de aproximadamente R$ 4,2 bilhões atualizado nos termos do contrato de cessão firmado pela CESP com a companhia de securitização e a interveniência da Auren.

As companhias informam, ainda, que a efetivação da cessão está sujeita a determinadas condições precedentes e de mercado, típicas para este tipo de operação, e o pagamento do Preço da Cessão está previsto para ocorrer após o cumprimento destas condições, até o dia 29 de junho de 2023.

VISÃO DO MERCADO

Credit Suisse

O Credit Suisse aponta que o NPV (Valor Presente Líquido, ou VPL) da antecipação de recebíveis veio em linha com as estimativas do time e a visão positiva sobre a notícia tem como fundamento a redução de risco de recebimento e implica em baixo desconto ao recebível ajustado.

Além disso, a transação abre espaço para pagamentos adicionais de dividendos, uma vez que a empresa se torna “caixa líquido”, aumentando a probabilidade de possíveis dividendos de R$ 1,5 bilhão, ou cerca de 10,3% de dividend yield, ou dividendo em relação ao valor da ação, já mencionados pela empresa.

Bradesco BBI

O Bradesco BBI aponta que este movimento é positivo, embora esperado. Até o final de junho, a Auren receberá cerca de R$ 4,2 bilhões, enquanto a administração ainda está analisando a necessidade de recolhimento de tributos, pois o ressarcimento se trata de uma “indenização” pela qual, por lei, nenhum imposto seria devido. Como referência, o imposto de renda + vendas seria de cerca de R$ 850 milhões (risco de alta para o caso base do BBI, para ser conservador, já deduzindo todos esses impostos).

Com esta mudança, o BBI também aponta que a Auren terá dinheiro mais do que suficiente para cumprir sua promessa de pagar mais dividendos de R$ 1,50, ou um 10% de yield extraordinário, no quarto trimestre de 2023 (além dos R$ 1,50 pagos em maio), o que foi questionado por alguns investidores.

Notavelmente, de acordo com a administração, após capex (investimentos) e este pagamento de dividendos esperado, a alavancagem, ou relação entre dívida líquida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da Aurenficaria entre 2,0 vezes e 2,2 vezes.

Os analistas do banco também questionam fusões e aquisições ou dividendos extras? Essa baixa alavancagem deixa espaço significativo para movimentos de fusões e aquisições (M&A), ou ainda mais pagamentos de dividendos.

“Em relação aos dividendos extras, achamos que isso seria provável apenas se o governo federal já não sinalizasse em 2023 uma mudança para tributar dividendos (o que é incerto). Quanto aos possíveis movimentos de M&A, a Auren planeja participar do próximo leilão de transmissão greenfield em 30 de junho, que colocará em licitação 9 projetos com capex total de cerca de R$ 16 bilhões”, apontam os analistas.

Bradesco BBI mantém recomendação outperform com preço-alvo de R$ 18,00.

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