As perspectivas para os resultados trimestrais das grandes
empresas de telecomunicação listadas na Bolsa são favoráveis. A
Telefônica Brasil/ Vivo (VIVT3) será a pioneira a apresentar seus
números, já nesta terça-feira (25), após o fechamento do mercado. A
divulgação da TIM (TIMS3) está programada para a próxima
segunda-feira (31).
De acordo com analistas, ambas as companhias devem registrar
crescimento nas receitas, superando a inflação, especialmente no
segmento móvel, após terem ajustado os preços dos serviços
oferecidos.
O Bank of America (BofA) ressalta que o término do contrato TSA,
referente à transição da base adquirida pelas operadoras da Oi
(OIBR3), provavelmente resultará em um aumento significativo das
margens das empresas em comparação com o ano anterior.
“Continuamos otimistas em relação às grandes empresas de
telecomunicações, considerando as perspectivas de dividendos
sólidos e a racionalidade do mercado móvel”, afirmam os analistas
do banco.
Na análise do Santander, as operadoras foram bem-sucedidas ao
ajustar os preços nos planos “controle” e pós-pago.
“Esperamos que as operadoras brasileiras apresentem resultados
robustos no segundo trimestre de 2023, marcados por um crescimento
sólido das receitas e margens Ebitda saudáveis”, escreveu a equipe
de análise. A expectativa de margens melhores também é sustentada
por uma gestão mais eficiente dos custos.
Vivo: migração do pré-pago para controle deve refletir
nos resultados
A média das projeções do mercado, compilada pela Refinitiv,
aponta para um lucro líquido de R$ 915,05 milhões para a Vivo
(BOV:VIVT3) no segundo trimestre de 2023. Quanto às receitas, a
expectativa é que a empresa alcance R$ 12,556 bilhões,
representando um aumento de 6,12% em relação ao mesmo período do
ano anterior.
A XP demonstra otimismo em relação aos resultados financeiros da
Vivo, prevendo sólidos desempenhos operacionais e um saldo positivo
de adições líquidas no segmento pós-pago. Isso deve refletir uma
estratégia “assertiva” de migração do pré-pago para o controle, bem
como um saldo positivo de portabilidade, de acordo com os analistas
Bernardo Guttman e Marco Nardini.
Os ajustes de preços realizados na base de clientes também são
vistos como contribuintes para o crescimento da receita no
trimestre, além do segmento de banda larga fixa, que apresentou
dinâmicas positivas com adições líquidas em fibra, compensando a
queda na receita não relacionada ao core de acessos legados.
A XP estima um crescimento de 5% na receita líquida consolidada
da Vivo, com previsão de avanço de 6% na receita de serviços
móveis, 5% no faturamento com venda de aparelhos e 3% na receita
líquida fixa. A margem Ebitda é esperada para avançar 1,1 ponto
percentual devido à alavancagem operacional, e o lucro líquido deve
registrar um crescimento de 21%, totalizando R$ 903 milhões.
Por sua vez, o Santander prevê receitas de R$ 12,7 bilhões para
a Vivo no segundo trimestre, com crescimento orgânico de 7,5% em
comparação ao mesmo período do ano anterior. A casa calcula que o
faturamento do segmento móvel deve crescer 9,5%, superando
significativamente a inflação. Os analistas Felipe Cheng e Cesar
Davanco atribuem essa performance forte à bem-sucedida
implementação de aumentos de preços em maio e ao sólido crescimento
das adições líquidas de usuários.
No segmento de telefonia fixa, o Santander prevê um crescimento
das receitas mais moderado, estimando um aumento de 2,9%, após um
avanço de 3,5% no primeiro trimestre. Quanto à rentabilidade, a
casa estima Ebitda de R$ 4,9 bilhões para a Vivo, representando um
crescimento anual de 8%, com a margem Ebitda esperada em 38,9%, um
aumento de 20 pontos-base na mesma base de comparação. Por fim, a
casa calcula que o lucro líquido da operadora alcançará R$ 835
milhões, registrando um aumento de 12% em relação ao ano
anterior.
Os analistas do Santander preferem atualmente a Vivo em relação
à TIM, dada a atual conjuntura de preços.
Já o Bank of America projeta um crescimento de 6,5% nas receitas
da Vivo, com um avanço ainda mais expressivo de 8,6% no segmento
móvel. No que se refere à telefonia fixa, espera-se um crescimento
de 2% no faturamento, enquanto a fibra óptica (FTTH) deve crescer
18% em comparação ao ano anterior, embora outras tecnologias
apresentem declínio. O BofA também estima um crescimento sólido
para os serviços digitais da companhia.
Quanto à margem Ebitda da Vivo, o banco espera um crescimento de
80 pontos-base em relação ao ano anterior, impulsionado pela
conclusão de negócios com a Oi. Além disso, a margem também deve
ser favorecida por outras receitas operacionais que devem retornar
ao território positivo, de acordo com os analistas. O Bank of
America projeta um lucro líquido de R$ 850 milhões para a Vivo no
segundo trimestre.
Por fim, o Bradesco BBI prevê um Ebitda de R$ 4,9 bilhões para a
Vivo no período. Assim como na TIM, a casa espera observar
tendências positivas de faturamento, com melhorias nas receitas por
usuário impulsionadas por iniciativas de ajuste de preço, enquanto
as margens devem se manter estáveis em comparação trimestral.
TIM: maior receitas por usuários e cancelamentos sob
controle
A média das projeções do mercado, compilada pela Refinitiv,
indica que a TIM (BOV:TIMS3) deve registrar um lucro líquido de R$
507,88 milhões no segundo trimestre de 2023. Quanto às receitas, a
expectativa é que a companhia alcance R$ 5,784 bilhões, o que
representa um crescimento de 7,7% em relação ao mesmo período do
ano anterior.
As previsões da XP estão acima do consenso. A empresa projeta um
crescimento de 9% nas receitas com serviços móveis da TIM,
impulsionado pelo aumento de preços ao longo do trimestre e baixos
níveis de cancelamento. Em relação à margem Ebitda, os analistas
preveem uma expansão de 2,3 pontos percentuais, atingindo 48,6%,
beneficiada pelo fim do contrato TSA com a Oi.
Além disso, a XP estima um crescimento de 82% no lucro líquido
da TIM no trimestre, comparando com um ano antes, para alcançar R$
569 milhões. Esse valor deve ser positivamente impactado pelos R$
520 milhões pagos em juros sobre capital próprio (JCP) ao longo do
trimestre.
Segundo o Santander, as receitas da TIM devem crescer 8,8%,
atingindo R$ 5,8 bilhões. No segmento mobile, a expectativa é de um
avanço de 9% no faturamento, impulsionado pelo aumento de preços em
abril e maio. Para o Ebitda, a previsão é de R$ 2,8 bilhões, um
crescimento de 14% em relação ao ano anterior, com a margem
atingindo 48,5%, um aumento de 220 pontos-base na mesma base de
comparação. Esses números devem ser impulsionados pela conclusão da
transição da parte da Oi Móvel, adquirida pela TIM.
O Santander prevê um lucro líquido de R$ 593 milhões para a
operadora no segundo trimestre, o que representa um crescimento de
89,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com o Bank of America, a TIM deve apresentar um
crescimento de 8,5% nas receitas em bases anuais e de 9% no
faturamento com serviços móveis. Quanto ao segmento de linhas
fixas, o banco está otimista, prevendo um avanço de 6% em
comparação ao ano anterior, e de 10% na Tim Live, o negócio de
fibra óptica da companhia.
O banco também calcula uma expansão de até 180 pontos-base na
margem Ebitda da companhia, após a conclusão do negócio com a Oi,
que teve um impacto negativo nos trimestres anteriores. O Bank of
America projeta um lucro líquido de R$ 530 milhões para a TIM no
segundo trimestre.
O Bradesco BBI espera um Ebitda de R$ 2,7 bilhões no segundo
trimestre, ligeiramente acima do registrado nos três primeiros
meses do ano e em linha com o consenso do mercado. Na visão dos
analistas da casa, as receitas da TIM devem continuar mantendo a
força vista no primeiro trimestre, sustentada por tendências
saudáveis de ARPU (receita média por usuário).
Isso, de acordo com o BBI, é resultado de iniciativas de ajuste
de preços, enquanto os níveis de cancelamento (churn) continuam sob
controle. O lucro líquido, por sua vez, também deve se beneficiar
de uma alíquota efetiva baixa com o pagamento de juros sobre o
capital próprio no trimestre, segundo o relatório assinado por
Otavio Tanganelli.
TELEF BRASIL ON (BOV:VIVT3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
TELEF BRASIL ON (BOV:VIVT3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024