Vivo quer reduzir aportes em infraestrutura de rede e ser reconhecida como empresa de tecnologia, diz CEO
18 Outubro 2023 - 1:50PM
ADVFN News
Depois de desembolsar R$ 9,5 bilhões em investimentos no ano de
2022, a Vivo sinaliza que a cifra representou um pico de capex para
a companhia – e não deve mais se repetir.
“Eu acho que o auge de investimento na infraestrutura já
passou”, afirmou Christian Gebara, CEO da Vivo, durante a
comemoração de 25 anos de listagem da companhia na Bolsa
brasileira.
Do total investido no ano passado, R$ 7,972 foram destinados à
infraestrutura de rede. Isso sem contar. Já no primeiro semestre de
2023, o capex para esse fim ficou em R$ 3,468 bilhões, dos R$ 4,039
bilhões em investimentos totais do período.
O objetivo de reduzir aportes em infraestrutura de rede está
conectado à busca da Vivo (BOV:VIVT3) em ser reconhecida como
empresa de tecnologia, não apenas uma “telco”.
“Quando você constrói a maior e mais ampla plataforma de
conectividade do país, com uma cobertura móvel única, isso
possibilita se posicionar como uma empresa que vende outros
serviços, não só aquela que leva uma conexão”, afirma Gebara.
“Estamos nos transformando em uma empresa de tecnologia. Amanhã,
pode me interessar uma aquisição de empresa de um setor muito
diferente do nosso”, completou o CEO. O executivo citou aquisições
recentes da Vivo, como a do market place Vale Saúde, e os
investimentos da Vivo Venture, braço de venture capital da
companhia, em empresas de open banking e consórcios. “Estamos
mudando o espectro”.
Fair share
Gebara explica que a relação entre investimentos e receitas das
operadoras brasileiras é “mais elevada do que em qualquer outro
país”. Segundo ele, o volume de recursos que as empresas precisam
desembolsar para dar conta de um crescimento de 20% a 30% no
tráfego de dados é incompatível com um retorno adequado ao
acionista.
E não é só isso – sobra menos dinheiro para expandir a rede e
levá-la a lugares onde ainda não há cobertura.
“Na rede móvel, o consumo de dados está concentrado em seis,
sete grupos de tecnologia, que são responsáveis pela geração [do
fluxo]. A conta tem que ser paga por mais pessoas. A gente precisa
distribuir”, disse o executivo.
Atualmente, a Vivo oferece aos seus usuários da rede móvel o uso
ilimitado do aplicativo Whatsapp, de mensagens instantâneas.
“Existe uma preocupação se essa gratuidade está sendo realmente
benéfica ao consumidor”, afirmou, explicando que o custo dessa
gratuidade é a redução da cobertura.
A Vivo e outras operadoras já enviaram sugestões à Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel) para que big techs e
plataformas de streaming arquem com parte dos custos das redes.
Fibra
A Vivo tem 25 milhões de domicílios passados com a rede de fibra
e pretende expandi-la para que o número de residências seja
ampliado para 29 milhões ainda no ano que vem.
“A partir de 29 milhões, de 30 milhões, começam a existir
alternativas: construo, compro ou uso”, afirma Gebara. O CEO admite
que a companhia sempre olha para possíveis aquisições, mas ainda
não encontrou um ativo que valesse a compra.
Muitas vezes, a operadora alvo da aquisição tem sobreposição com
a rede da Vivo. “Cada vez a sobreposição é maior, porque a nossa
rede não para de crescer”, diz o executivo. A Vivo também descarta
empresas que não oferecem a mesma qualidade de conexão que a
praticada pela companhia.
Gebara diz que o preço também influencia decisão. “O valor que
essa empresa quer ser vendida compensa para mim ou é melhor eu
fazer a própria construção? Agora também há alternativa de alugar
capacidade de rede de fibra neutra”, explica.
“Não é uma fórmula fácil, até agora não encontramos nenhum
ativo, mas estamos sempre olhando”, conclui o CEO da Vivo.
Informações Infomoney
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Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
TELEF BRASIL ON (BOV:VIVT3)
Gráfico Histórico do Ativo
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