A Copel informou que seu programa de demissão voluntária (PDV)
teve adesão de 1.437 funcionários, com custo estimado de R$ 610
milhões referentes a indenizações e despesas adicionais.
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:CPLE6) nesta
quarta-feira (19).
De acordo com a empresa de energia, o custo previsto apenas com
as indenizações soma R$ 441 milhões.
“Adicionalmente, cada empregado contemplado também receberá o
valor da multa do FGTS, além do subsídio mensal referente ao plano
de saúde e do auxílio alimentação, por um período de 12 meses”,
disse a empresa, elevando o valor total para 610 milhões de reais,
a ser reconhecido no exercício deste ano.
“O desembolso de caixa da indenização e multa do FGTS será feito
no momento do desligamento de cada empregado”, que ocorrerá durante
um período de transição até agosto de 2024, “salvo exceções”,
acrescentou a Copel.
A companhia prevê economia anual de R$ 428 milhões a partir dos
desligamentos, na base atual.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
Conforme destaca o Bradesco BBI, para referência, esse montante
equivale a 10% do lucro antes de juros, impostos, depreciações e
amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) dos últimos 12
meses).
Na avaliação dos analistas do banco, a notícia é muito positiva
para as ações, superando a sua estimativa de que 1.000 funcionários
deixariam a empresa até 2024.
Assim, a estimativa de economia total da Copel de R$ 428 milhões
ao ano é maior do que a estimativa atual da casa de R$ 250 milhões
ao ano, não apenas pelo maior número de funcionários saindo, mas
também porque parece que o salário médio dos número de funcionários
é muito maior do que os analistas projetavam inicialmente.
Supondo que a Copel não precise contratar novos funcionários
para reabastecer sua força de trabalho, o impacto dessa redução na
folha de pagamento seria de aproximadamente R$ 1,5 bilhão, o que é
aproximadamente R$ 750 milhões acima de sua estimativa atual, ou 3%
do valor de mercado da empresa.
Para o BBI, o anúncio é uma evidência de que o turnaround
(virada por cima) da Copel será mais rápida e profunda do que o
mercado atualmente atribui à gestão.
“Para contextualizar, e em contraste, após a sua privatização em
junho de 2022, a Eletrobras ELET3, que consideramos uma empresa
muito mais complexa, levou cerca de 12 meses para contratar a
equipe de gestão sênior para liderar o processo de recuperação, que
ainda está na sua fase inicial. A Copel, por outro lado, começou a
trabalhar após sua privatização em agosto de 2023 (há dois meses),
com a maior parte da alta administração já instalada para
implementar o plano de redução de custos”, afirmam.
O BBI tem em suas estimativas uma redução de despesas
operacionais (folha de pagamento, materiais, serviços e outros)
equivalente a 20% do nível de custos pré-privatização.
“Notavelmente, esta redução na folha de pagamento ajuda a diminuir
o risco sobre a recuperação da Copel e indica que nossa previsão
ainda pode ser conservadora”, afirma.
O Bradesco BBI tem a mesma recomendação, mas com preço-alvo de
R$ 12,50 (upside de 54,5%).
Guide
A Guide Investimentos também ressalta que a manutenção e
crescimento das iniciativas de ganhos de eficiência e focos em
ativos core são alguns dos principais pontos olhados pelo mercado
após o êxito da privatização da companhia.
“Em relação ao Programa de Desligamento Voluntário
especificamente, vemos o remodelamento da base de funcionários,
favorecendo a opção de saída para os colaboradores com mais tempo
de casa, que no geral possuem maior custo médio (economia anual
projetada de R$300 mil por funcionário), como uma das principais
formas de ganho de contenção de despesas para a companhia
elétrica”, afirma.
A casa de análise destaca ser válido lembrar que é provável ver
um aumento das despesas da companhia no curto-prazo, mas a partir
do segundo semestre do ano que vem já é esperado ver um resultado
majoritariamente limpo de impactos de rescisões, gerando um patamar
de economia proporcional a aproximadamente 2,5% dos custos e
despesas operacionais acumulados nos últimos 12 meses.
Itaú BBA
Em relatório chamado “sempre encontrando maneiras para
surpreender positivamente os investidores”, o Itaú BBA também
apontou esperar reação positiva aos números do programa,
impulsionada por uma participação de funcionários superior ao
previsto, o que gerará maiores reduções de custos no futuro.
Com isso, entre os próximos eventos para ficar de olho, o BBA
destaca o Investor Day agendado para 22 de novembro, onde se espera
que a empresa forneça detalhes adicionais sobre outras medidas de
redução de custos, além da evolução no processo de desinvestimento
de seus ativos não essenciais, como Compagás e Araucária.
O Itaú BBA tem recomendação outperform (desempenho acima da
média do mercado, equivalente à compra) para as ações CPLE6, com
preço-alvo de R$ 12 (potencial de alta de 48% frente o fechamento
da véspera).
Informações Infomoney
COPEL PNB (BOV:CPLE6)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
COPEL PNB (BOV:CPLE6)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024