Telefônica Brasil tem interesse enorme de chegar em cobertura onde não há cobertura móvel e fibra
21 Novembro 2023 - 4:11PM
ADVFN News
O pico de investimentos da Telefônica Brasil/Vivo pode até ter
ficado para trás, depois de o capex alcançar R$ 9,5 bilhões feitos
em 2022. Mas isso não quer dizer que a empresa decidiu pisar no
freio e desacelerar sua expansão. Após a integração de clientes da
Oi Móvel e quitar pagamentos referentes à compra de frequência 5G,
a Vivo mira na ampliação de sua rede de fibra e quer chegar em
localidades onde há pouca ou nenhuma cobertura de rede móvel.
“Tivemos, sim, eventos excepcionais no ano passado e que não se
repetiram este ano, por isso a gente dá um target de capex mais
baixo. [Mas] Isso não tira a nossa obrigação de continuar
crescendo”, afirmou Christian Gebara, CEO da companhia, em
entrevista ao Por Dentro dos Resultados, do InfoMoney. “Temos um
interesse enorme de chegar em cobertura onde ainda não chegamos,
tanto com móvel como com fibra”.
Nos nove primeiros meses de 2023, a Vivo (BOV:VIVT3) fez R$ 6,7
bilhões em investimentos, 5,3% menos que no mesmo período em 2022.
A companhia projeta capex abaixo de R$ 9 bilhões para este ano.
“Segue sendo um capex elevado. Já dá uma tendência de redução
importante, comparando com outras empresas mundiais, e acreditamos
que vamos manter, talvez, esses níveis nos próximos anos”.
Gebara reafirmou a meta da Vivo de fazer com que a rede de FTTH
(fibra) chegue a 29 milhões de domicílios até o ano que vem — ao
final do terceiro trimestre, a companhia tinha 25,1 milhões de
casas passadas e 6 milhões de casas conectadas.
“Nós vamos construir mais [rede], mas a maior parte já foi
construída”, afirma o CEO, explicando que o os investimentos em
fibra, daqui para frente, estarão mais associados à expansão da
base de clientes, e não à construção de infraestrutura.
No segmento móvel, a companhia tem sido desafiada a gerenciar os
investimentos em um contexto de transição tecnológica. A Vivo
precisa cumprir com as obrigações relacionadas às frequências que
adquiriu nos leilões 5G, o que demanda mais investimento nessa
tecnologia. Ao mesmo tempo, desacelera os recursos voltados ao 4G e
seus antecessores.
“O 2G e o 3G são duas tecnologias que estamos pensando,
inclusive, em ir desativando pouco a pouco. Principalmente o 2G,
porque já não tem mais demanda”, afirma Gebara.
O CEO, que atualmente também é presidente da Telebrasil, a
associação brasileira de telecomunicações, voltou a falar da
urgência que os investimentos em aumento de capacidade de rede,
para lidar com o crescente tráfego de dados, sejam divididos com as
big techs, principais responsáveis pela expansão desse fluxo.
“Se a gente precisar ficar investindo capex em aumento da
capacidade na rede já existente, sobrará pouco para colocar em nova
rede, ou seja, na cobertura de novas cidades ou de novas áreas
ainda não cobertas”, afirma. “A inclusão só vai ser possível se
tivermos mais agentes se responsabilizando pelos
investimentos”.
Segundo o executivo, a Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) tem se mostrado aberta ao diálogo sobre o tema ao
colher insumos para a abertura de uma consulta pública. “Entendo,
sim, que esse tema tem cada vez mais ressonância, na Anatel, no
governo, na sociedade”.
Gebara também defendeu acordos de compartilhamento de rede entre
as operadoras (RAN sharing) como forma de que a cobertura chegue a
mais lugares e classificou a iniciativa como “fundamental para o
crescimento da digitalização do Brasil”. A Vivo faz RAN sharing com
a TIM no 4G em 716 cidades e, com isso, consegue economizar capex
enquanto aumenta sua cobertura.
“O dinheiro que eu não preciso investir onde tem o RAN sharing
eu invisto em outras cidades e assim você aumenta a cobertura de
redes no Brasil”, afirma. “Estamos confiantes de que vamos seguir
com esse modelo”.
Informações Infomoney
TELEF BRASIL ON (BOV:VIVT3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
TELEF BRASIL ON (BOV:VIVT3)
Gráfico Histórico do Ativo
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