Copel apresenta plano estratégico para os próximos três anos e se compromete a fazer lição de casa saneando custos
27 Novembro 2023 - 9:37AM
ADVFN News
Em seu primeiro evento próprio com investidores após a
privatização, a Copel apresentou seu plano estratégico para os
próximos três anos no qual se compromete a fazer a “lição de casa”
saneando custos, fazendo investimentos robustos em distribuição e
se preparando para oportunidades de mercado neste período, seja via
leilão de reserva de capacidade, seja diante de um cenário de
preços mais atrativos em energia, a partir de 2026.
A companhia se dispôs a economizar pouco mais de R$ 500 milhões
nos próximos três anos, resultado da otimização na frente de
Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outras despesas (PMSO),
que responderá pela redução entre R$ 460 milhões e R$ 480 milhões,
além da gestão de contingências que poderá resultar na economia de
até R$ 70 milhões no período.
De acordo com o diretor de Finanças e de Relações com
Investidores da holding, Adriano Rudek de Moura, o trabalho com
PMSO foi o primeiro a ser entregue pela diretoria pós-privatização
e teve como primeiro “grande produto” o Programa de Demissão
Voluntária (PDV), que deve reduzir R$ 428 milhões em custos anuais,
apesar do dispêndio inicial de R$ 610 milhões.
Outra frente de redução de custos é a alienação de ativos que
vão deste a única termelétrica movida a carvão (Figueira) da
companhia, cuja devolução da concessão já foi pedida ao Ministério
de Minas e Energia (MME) até Centrais Geradoras Hidrelétricas
(CGHs) e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) com capacidade
inferior a 10 megawatts (MW), além de imóveis próprios.
A empresa reforçou ainda o avanço de operações de venda já em
andamento como a da Compagas, em linha com a estratégia de foco em
atividades relacionadas, especificamente, a energia elétrica, e da
usina termelétrica (UTE) Araucária, cujo desfecho é esperado para
março do próximo ano e visa a descarbonização do portfólio.
Apesar dos destaques à redução de despesas, o diretor-presidente
da Copel (BOV:CPLE6), Daniel Slaviero, afirmou que a iniciativa é
apenas uma primeira fase do ciclo pós-privatização da companhia e
destacou a “agenda muito mais abrangente da companhia”, cujo
crescimento se dará, segundo o executivo, pela execução “impecável”
do plano estratégico e sem “cavalos de pau”.
Crescimento no “próprio quintal”
O diretor de Desenvolvimento de Negócios da Copel, Cássio
Santana da Silva, afirmou, durante o Copel Day, que “entre
priorizar distribuição e transmissão, devemos optar por
distribuição”. Apesar de demonstrar apetite para o que chamou de
crescimento “inorgânico”, o executivo disse que é na própria área
de concessão que o aporte deve ser aplicado.
Para além da expectativa de crescimento econômico do Paraná, o
plano está ancorado na necessidade de modernização da base
operacional, cujos níveis de depreciação estão acima da média
nacional.
Enquanto isso, o plano é estudar possíveis oportunidades já que
ativos que tenham “sinergia” com a Copel Distribuição estão, hoje,
fora da mesa. O diretor-presidente da Copel, Daniel Slaviero, fez
questão de descartar o interesse pela Amazonas Energia, cuja
caducidade da concessão foi recomendada nesta semana pela Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e pela Light, que enfrenta
uma recuperação judicial.
No cenário de transmissão, a empresa disse estar avaliando a
participação nos certames marcados para 2024 e reiterou que não
participará na disputa por lotes do próximo mês. A Copel prevê
investimentos da ordem de R$ 91,3 milhões para o segmento em 2024,
com quase totalidade destinada a melhorias e reforços de
empreendimentos que já são da companhia. Esta frente pode,
inclusive, mobilizar R$ 1,5 bilhão nos próximos 10 anos, segundo
previsões da empresa.
Leilões e cenário de preços
A diretoria da Copel admitiu que o cenário atual de baixos
preços de energia é um desafio. Disse, contudo, estar seguindo uma
estratégia que classificou de bem sucedida de manter altos níveis
de sua energia contratada nos próximos dois anos, deixando 15% do
portfólio para fazer frente ao risco hidrológico (GSF, no jargão
setorial).
Para 2026, os níveis de contratação são menores sob a
expectativa da volta dos preços a patamares considerados mais
atrativos pelos empreendedores de geração. Para Slaviero, “se tem
um lado bom de ter mais dois anos de preço baixo de energia é que
estamos bem posicionados”, o que permitirá que a companhia “termine
a lição de casa”.
No curto prazo, o grande destaque do Copel Day foi o
posicionamento da empresa diante do leilão de reserva de capacidade
previsto para 2024. Os executivos ressaltaram a possibilidade de
ampliação da hidrelétrica de Foz do Areia, uma das três cuja
renovação da concessão foi possibilitada com a privatização, como
diferencial na competição, cujas regras ainda não foram
definidas.
Informações infomoney
COPEL PNB (BOV:CPLE6)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
COPEL PNB (BOV:CPLE6)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024