Braskem avisa funcionários que Adnoc desembarca no Brasil a partir de janeiro para dar andamento às diligências
18 Dezembro 2023 - 11:07AM
ADVFN News
A Braskem está avisando seus funcionários que a Adnoc, a
petroleira de Abu Dabhi, desembarca no Brasil a partir de janeiro
para dar andamento às diligências que são parte do processo de
aquisição que está sendo negociado com a Novonor e a Petrobras
(BOV:PETR3) (BOV:PETR4), donas das maiores participações na
petroquímica. A mensagem transmitida a funcionários é de que os
negócios continuam acontecendo, apesar de uma nova crise em
Alagoas, após o rompimento de uma das 35 minas de exploração de
sal-gema desativadas desde 2019 na unidade de Maceió.
A informação levada foi a de que representantes da Adnoc estão
marcando encontros com o alto escalão da Braskem para conduzir
novas diligências. Em comunicado interno, a empresa avisa que
haverá visitas técnicas de equipes da Adnoc junto com assessores
globais em unidades da Braskem (BOV:BRKM5).
A petroquímica de Abu Dabhi já fez as diligências financeiras,
que resultaram em uma proposta de R$ 10,5 bilhões por uma fatia de
38% no capital total da Braskem. Agora, faltam as diligências mais
amplas, pelas quais a empresa terá acesso a documentos e
informações comercialmente confidenciais, com o objetivo de mitigar
riscos no negócio, como o de Alagoas. Posteriormente, a Adnoc pode
apresentar uma proposta firme de preço, também chamada de
vinculante.
Alagoas é onde reside o maior problema da Braskem. Em 2019,
levou a holandesa LyondellBasell a desistir do negócio já
confirmado pela petroquímica brasileira. A Braskem (BOV:BRKM5) tem
provisões de R$ 14,4 bilhões pelo acidente geológico causado pela
exploração de sal-gema em Maceió, dos quais já desembolsou R$ 9,2
bilhões. Existem ainda outros cerca de R$ 3 bilhões em ações na
Justiça movidos pelo governo do Estado de Alagoas e Ministério
Público que estão em discussão.
Mas o rompimento no último domingo da mina 18, uma das 35
desativadas em 2019 na lagoa Mundaú, trouxe novamente o problema
aos holofotes, levando o Ministério Público Federal (MPF) a
solicitar o bloqueio de R$ 1 bilhão da empresa. O pedido foi negado
pela Justiça. As agências de classificação de risco Moody’s e Fitch
rebaixaram a nota de crédito da Braskem nesta semana.
Oferta única
A gigante estatal árabe é dona da única proposta hoje na mesa,
de R$ 10,5 bilhões, por uma fatia de 38% no capital total da
petroquímica. Ao mesmo tempo, tem mantido negociações com o governo
brasileiro desde o início do ano. A Braskem é controlada pela
Novonor (ex-Odebrecht) e a Petrobras é sua maior sócia. A
Petrobras, que tem direito de preferência na aquisição da Braskem,
concluiu recentemente sua due diligence na empresa.
A ideia da Adnoc é marcar presença nas Américas com essa
aquisição, criando uma plataforma de investimentos a partir da
Braskem, que pode ter seu capital fechado. O eventual fechamento do
negócio envolveria a aceitação da proposta por um grupo de cinco
grandes bancos – Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – que têm
ações da Braskem, dadas em garantia por empréstimo pela então
Odebrecht.
Procuradas, a Adnoc e a Braskem não comentaram.
Informações Broadcast
BRASKEM PNA (BOV:BRKM5)
Gráfico Histórico do Ativo
De Jun 2024 até Jul 2024
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