A Alupar arrematou o Lote 2 em um consórcio com a empresa Mercury no mega leilão de transmissão de energia do Brasil realizado na sexta-feira, 15. O projeto terá uma Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 452 milhões.

Logo após o leilão, a companhia divulgou comunicado detalhando as motivações do lance realizado. A Alupar (BOV:ALUP11) destacou que o projeto apresenta início mais cedo em 20 a 25 meses em relação à meta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com cerca de dois anos de fluxo de caixa adicional, e prevê menor gasto de capital (capex, na sigla em inglês) que a comparação com a estimativa da reguladora.

O Bradesco BBI estima que a companhia assegurou uma taxa interna de retorno (TIR) alavancada de cerca de 9,5%. O número se apresenta como 300 pontos-base (bps) superior à TIR real da ação mas muito próxima ao custo de capital que seria necessário para construir um projeto greenfield.

“O lance aparentemente agressivo da Alupar inicialmente assustou alguns investidores durante o leilão, com ALUP11 recuando -2,5% em certo momento, mas se recuperando posteriormente conforme a empresa forneceu mais esclarecimentos sobre o lance/retorno garantido”, afirma o BBI.

A Levante enxerga que a companhia deve investir R$ 2,6 bilhões, considerando que o deságio foi de 47% na comparação com o prêmio máximo oferecido pela Aneel. A visão da casa é positiva para empresas do “rentável setor de energia em nosso país”.

A participação no leilão reforçou o que foi apresentado no Investor Day da companhia, que apresentou os sucessos da Alupar em três leilões em 2023. A principal mensagem foi de que a Alupar não é mais uma empresa brasileira mas sim uma empresa latino-americana.

Mesmo com as mensagens positivas e as expectativas de participação em mais leilões em 2024, com investimentos de US$ 2,3 bilhões, a classificação do JPMorgan para o nome segue como “neutra”. A casa considera que a empresa está bem precificada com TIR real de 8,6%.

Ainda assim, o JPMorgan considera que há boas oportunidades a serem exploradas pela empresa, em especial para alocação de capital em projetos greenfield.

“Alupar também está pronta para aproveitar a abertura do mercado livre por meio de sua divisão de geração, investindo em equipes comerciais para aumentar sua presença no mercado. Em janeiro de 2024, 13 mil clientes migrarão, e a empresa espera que 73 mil clientes migrem até 2026”, considera.

Dentre os pontos de atenção para as ações está a participação no projeto de transmissão TNE com a Eletrobras, com construção em curto após muitos obstáculos e que poderá ter uma decisão no processo arbitral no início de 2024, de acordo com o JPMorgan.

A XP também tem recomendação neutra para o nomes, com destaque para a experiência que a Alupar tem para assumir projetos fora do Brasil. A análise ressalta também a a estratégia e desenvolvimentos mais recentes da companhia, com foco em disciplina financeira, desenvolvimento social, estrutura de capital eficiente, governança e crescimento sustentável.

“É importante destacar que a Alupar possui alguma experiência nesses mercados, e o Brasil ainda apresenta uma demanda significativa por nova capacidade de transmissão, embora a competição tenha se intensificado. Essa abordagem pode ser uma opção interessante se atingir uma escala que efetivamente ‘mova a agulha’ em seu portfólio atual”, aponta.

A visão do Itaú BBA para os papéis é mais positiva, por considerar que as ações estão com desconto considerável em relação às empresas do setor sob cobertura. “O ALUP11 está atualmente sendo negociado com uma TIR real implícita de 11,2%, em comparação com um rendimento de 5,5% em títulos do Tesouro brasileiro”, considera.

Informações Infomoney
ALUPAR (BOV:ALUP11)
Gráfico Histórico do Ativo
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ALUPAR (BOV:ALUP11)
Gráfico Histórico do Ativo
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