Analistas destacam o que esperar para as ações da Alupar
21 Dezembro 2023 - 5:21PM
ADVFN News
A Alupar arrematou o Lote 2 em um consórcio com a empresa
Mercury no mega leilão de transmissão de energia do Brasil
realizado na sexta-feira, 15. O projeto terá uma Receita Anual
Permitida (RAP) de R$ 452 milhões.
Logo após o leilão, a companhia divulgou comunicado detalhando
as motivações do lance realizado. A Alupar (BOV:ALUP11) destacou
que o projeto apresenta início mais cedo em 20 a 25 meses em
relação à meta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com
cerca de dois anos de fluxo de caixa adicional, e prevê menor gasto
de capital (capex, na sigla em inglês) que a comparação com a
estimativa da reguladora.
O Bradesco BBI estima que a companhia assegurou uma taxa interna
de retorno (TIR) alavancada de cerca de 9,5%. O número se apresenta
como 300 pontos-base (bps) superior à TIR real da ação mas muito
próxima ao custo de capital que seria necessário para construir um
projeto greenfield.
“O lance aparentemente agressivo da Alupar inicialmente assustou
alguns investidores durante o leilão, com ALUP11 recuando -2,5% em
certo momento, mas se recuperando posteriormente conforme a empresa
forneceu mais esclarecimentos sobre o lance/retorno garantido”,
afirma o BBI.
A Levante enxerga que a companhia deve investir R$ 2,6 bilhões,
considerando que o deságio foi de 47% na comparação com o prêmio
máximo oferecido pela Aneel. A visão da casa é positiva para
empresas do “rentável setor de energia em nosso país”.
A participação no leilão reforçou o que foi apresentado no
Investor Day da companhia, que apresentou os sucessos da Alupar em
três leilões em 2023. A principal mensagem foi de que a Alupar não
é mais uma empresa brasileira mas sim uma empresa
latino-americana.
Mesmo com as mensagens positivas e as expectativas de
participação em mais leilões em 2024, com investimentos de US$ 2,3
bilhões, a classificação do JPMorgan para o nome segue como
“neutra”. A casa considera que a empresa está bem precificada com
TIR real de 8,6%.
Ainda assim, o JPMorgan considera que há boas oportunidades a
serem exploradas pela empresa, em especial para alocação de capital
em projetos greenfield.
“Alupar também está pronta para aproveitar a abertura do mercado
livre por meio de sua divisão de geração, investindo em equipes
comerciais para aumentar sua presença no mercado. Em janeiro de
2024, 13 mil clientes migrarão, e a empresa espera que 73 mil
clientes migrem até 2026”, considera.
Dentre os pontos de atenção para as ações está a participação no
projeto de transmissão TNE com a Eletrobras, com construção em
curto após muitos obstáculos e que poderá ter uma decisão no
processo arbitral no início de 2024, de acordo com o JPMorgan.
A XP também tem recomendação neutra para o nomes, com destaque
para a experiência que a Alupar tem para assumir projetos fora do
Brasil. A análise ressalta também a a estratégia e desenvolvimentos
mais recentes da companhia, com foco em disciplina financeira,
desenvolvimento social, estrutura de capital eficiente, governança
e crescimento sustentável.
“É importante destacar que a Alupar possui alguma experiência
nesses mercados, e o Brasil ainda apresenta uma demanda
significativa por nova capacidade de transmissão, embora a
competição tenha se intensificado. Essa abordagem pode ser uma
opção interessante se atingir uma escala que efetivamente ‘mova a
agulha’ em seu portfólio atual”, aponta.
A visão do Itaú BBA para os papéis é mais positiva, por
considerar que as ações estão com desconto considerável em relação
às empresas do setor sob cobertura. “O ALUP11 está atualmente sendo
negociado com uma TIR real implícita de 11,2%, em comparação com um
rendimento de 5,5% em títulos do Tesouro brasileiro”,
considera.
Informações Infomoney
ALUPAR (BOV:ALUP11)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
ALUPAR (BOV:ALUP11)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024