CFO da Petrobras explica porque companhia não pretende renovar licença de marcas para a Vibra
12 Janeiro 2024 - 4:38PM
ADVFN News
Sem planos (até 2028) para retorno à distribuição de
combustíveis, a Petrobras mira em novas formas de uso da marca BR,
de acordo com Sergio Caetano Leite, diretor financeiro (CFO, na
sigla em inglês) da estatal.
A Petrobras anunciou, na quarta-feira (10), a não-renovação da
licença de marcas para a Vibra (BOV:VBBR3). Em reunião com o Itaú
BBA e investidores no dia seguinte ao comunicado, o CFO da estatal
destacou a boa relação com a companhia e a possibilidade de
realização de novo acordo em relação à marca BR.
O executivo destacou que o contrato em vigência não está muito
claro em várias condições e que se apresentava atualmente como
ineficiente pelo ponto de vista estratégico da Petrobras
(BOV:PETR3) (BOV:PETR4). Os principais pontos de divergência para a
Petrobras eram a cláusula de não concorrência no segmento de
distribuição de combustíveis e a impossibilidade de uso da própria
marca em outros negócios ou iniciativas.
Assim, ainda que o contrato mantenha sua vigência até 2029, a
companhia optou por notificar a Vibra da ausência de intenção de
renovação (o que poderia ser feito até 2027) para acelerar o
processo de debranding (desvinculando a Vibra da marca, uma espécie
de “desmarcação”). Com a notificação antecipada, a Vibra conta com
até seis anos para realização do processo de saída das marcas.
O CFO afirmou que a boa relação entre ambas companhias deve ser
destacada, assim como a relevância da parceria comercial de longa
data estabelecida.
“Ele também observou que a fase de elaboração do plano é uma
ótima oportunidade para a Petrobras e a Vibra negociarem termos
diferentes que permitam à Petrobras maior flexibilidade no uso de
sua marca, incluindo novas oportunidades de negócios em parceria
com a Vibra em arranjos que atualmente não são permitidos”, destaca
o BBA.
Leite reforçou a possibilidade de negociação com a Vibra para
novas formas de uso da marca e novas condições contratuais para
manutenção de cooperação entre as companhias. Contudo, uma emenda
ao contrato não seria sido suficiente para garantir as mudanças
desejadas pela estatal.
Apesar de destacar a proibição da presença da Petrobras no
negócio de distribuição de combustíveis como um dos pontos que
motivaram a não-renovação do contrato, Leite destacou que não há
previsão de retorno ao negócio no plano estratégico da Petrobras
para 2024-2028.
Há, no entanto, uma análise interna para determinação do papel
do modelo tradicional de distribuição de combustíveis fósseis,
considerando o atual modelo de transição energética presente na
estratégia da empresa.
Sobre o encontro, o BBA destacou que a linha do tempo exata do
processo de desmarcação permanece como incerta, em especial em
relação ao gatilho para o início do processo. A divisão de análise
do banco mantém a Petrobras como market perform (performance de
mercado, similar à neutro), com preço-alvo estabelecido em R$
38,00.
O anúncio não trouxe grande repercussão para os papéis das
companhias, como já era esperado por analistas. A impressão é que,
além de já esperada, a notícia não impacta diretamente nenhuma das
duas no curto prazo. Poderia, contudo, ser negativa para Petrobras
caso de fato buscasse o ingresso no negócio de distribuição, uma
vez que a iniciativa exigiria mais investimentos da estatal. Para a
Vibra, o principal desafio é a consolidação de uma nova marca que
traga força similar à vista na já tradicional BR.
Informações Infomoney
Vibra Energia ON (BOV:VBBR3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
Vibra Energia ON (BOV:VBBR3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024