Após alcançar 5% da 3R Petroleum, a Maha Energy propôs a venda
dos ativos que a empresa possui em terra (onshore) para a
Petrorecôncavo, em uma operação conhecida como carve-out, de acordo
com fontes do Broadcast.
A operação pode destravar sinergias de US$ 1,1 bilhão e faria o
valor de mercado de ambas as companhias dobrar, chegando a US$ 5
bilhões.
Segundo a fonte, o principal motivo da operação é que ambas as
empresas possuem campos de exploração de petróleo vizinhos na Bahia
e no Rio Grande do Norte. Portanto, faria sentido uni-los em uma
mesma companhia, neste caso a Petrorecôncavo (BOV:RECV3), que com
isso se tornaria a maior produtora de petróleo onshore da América
Latina, com produção de 80 mil barris de óleo por dia em 2024.
A partir da conclusão da operação, as empresas operariam cada
uma em um segmento. A 3R (BOV:RRRP3) ficaria com os ativos em
alto-mar (offshore), enquanto a Petrorecôncavo com a exploração em
terra. E, de acordo com a fonte, continuariam operando
completamente separadas.
No mercado, a Petrorecôncavo fará uma emissão de ações e os
acionistas da 3R devem ficar com metade da companhia, integrando
sua base acionária.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
O Bradesco BBI ressalta que os múltiplos implícitos parecem
favorecer os 3R, também projetando intensas discussões de ambos os
lados que argumentariam a favor dos seus respectivos ativos. “Em
qualquer caso, pensamos que é inquestionável que o acordo seria
benéfico para ambas as partes, uma vez que a oportunidade de gerir
uma operação maior e mais eficiente é óbvia. Nesse sentido,
acreditamos que ambas as ações reagirão positivamente com o início
das discussões sobre a fusão”, avalia.
Os próximos passos devem ser observados de perto pelo mercado. A
expectativa é de um acordo até 28 de fevereiro: (a) em conjunto com
o Conselho de Administração da 3R Petroleum, Maha apresentará uma
proposta de combinação de negócios para a PetroRecôncavo; (b)
negociar com a PetroRecôncavo, visando a operação no 2T24; (c)
garantir as aprovações das autoridades e dos credores, fechando a
transação no 3T.
O Bradesco BBI, por sua vez, ressalta que os múltiplos
implícitos parecem favorecer os 3R, também projetando intensas
discussões de ambos os lados que argumentariam a favor dos seus
respectivos ativos. “Em qualquer caso, pensamos que é
inquestionável que o acordo seria benéfico para ambas as partes,
uma vez que a oportunidade de gerir uma operação maior e mais
eficiente é óbvia. Nesse sentido, acreditamos que ambas as ações
reagirão positivamente com o início das discussões sobre a fusão”,
avaliou em relatório antes da abertura do mercado, o que
efetivamente aconteceu.
Os próximos passos devem ser observados de perto pelo mercado. A
expectativa é de um acordo até 28 de fevereiro: (a) em conjunto com
o Conselho de Administração da 3R Petroleum, Maha apresentará uma
proposta de combinação de negócios para a PetroRecôncavo; (b)
negociar com a PetroRecôncavo, visando a operação no 2T24; (c)
garantir as aprovações das autoridades e dos credores, fechando a
transação no 3T.
Genial
A proposta é vista pela Genial como geradora de valor em relação
aos preços de tela de ambos os ativos. Entretanto, pondera que
“preço é o que paga e valor é o que leva”. Os analistas veem que o
plano de negócios da 3R é muito mais ambicioso que o da
Petrorecôncavo, com a primeira tendo maior potencial de
destravamento de valor. Isso por conta de um portfólio maior,
melhor relação reservas 1P/3P, maior proporção de óleo em relação a
gás em seu portfólio e maior crescimento de produção esperado.
“Supondo que as dúvidas relacionadas a sua capacidade de
execução fossem sanadas, faria muito sentido que a empresa pudesse
negociar a múltiplos superiores à Petrorecôncavo. Sob esse ponto de
vista, os acionistas de referência podem alegar sub-avaliação do
ativo tendo em vista todo o seu potencial de reprecificação em
relação ao preço de tela atual”, avalia a casa.
Morgan Stanley
Na visão do Morgan Stanley, a combinação potencial poderia
trazer alívio à estrutura de capital da 3R, dadas as preocupações
com a alavancagem. Por outro lado, o seu caso base de Valor
Presente Líquido (VPL) implica em uma relação 60/40 a favor da 3R,
em comparação com a proposta 50/50, o que poderia gerar debate
entre os acionistas controladores.
XP
Particularmente no Brasil, essa estratégia é ainda mais apoiada
pelo potencial sinérgico observado nos campos existentes da 3R e da
PetroRecôncavo, no Rio Grande do Norte e na Bahia, e na
infraestrutura que os acompanha, avaliam os analistas da XP André
Vidal e Helena Kelm. A Maha vê que o VPL (Valor Presente Líquido)
das sinergias pode chegar a mais de US$ 1 bilhão.
A transação contaria com a segregação das concessões onshore de
óleo e gás da 3R, incluindo seus ativos midstream (processamento) e
downstream (logística), bem como sua dívida e passivos. Esses
ativos seriam contribuídos para a PetroRecôncavo em uma “fusão de
iguais” (50/50), o que significa que os acionistas da 3R também
adquirirão ações RECV3. A equipe de gestão existente da “RECV
“continuaria a supervisionar as operações dessa “Nova
PetroRecôncavo”. As participações offshore da 3R, especificamente
os Clusters Papa Terra e Peroá, permanecerão dentro da estrutura
corporativa da 3R, gerenciadas pela equipe existente da empresa, e
manterão sua listagem na B3 (Bolsa de Valores Brasileira).
- Estrutura dos acionistas pós-transação
proposta
O efeito combinado em potencial foi ressaltado pela Maha na
carta: (i) o compartilhamento de infraestrutura crítica, como a
Planta de Processamento de Gás de Guamaré, o Terminal de Guamaré e
a refinaria Clara Camarão.
O acesso da PetroRecôncavo à infraestrutura existente poderia
evitar investimentos consideráveis em novas instalações, melhor
poder de negociação com fornecedores primários, levando a reduções
significativas em custos, despesas e capex, potencialmente
conduzindo os níveis de lifting cost (custo de extração),
otimização do uso de plataformas e balanço patrimonial mais forte,
potencialmente resultando em menores custos de dívida.
Vidal e Kelm, da XP, apontam ainda que, como ambas as empresas
estão sendo negociadas atualmente com um desconto significativo em
relação ao setor (ambas cerca 45% abaixo de seus máximos
históricos), a entidade combinada possuiria atributos que poderiam
desencadear uma reavaliação. São eles: (i) um portfólio
diversificado; (ii) modelo de negócios verticalizado com amplo
acesso a plataformas e infraestrutura; (iii) melhoria nos preços de
negociação de petróleo com volumes maiores; (iv) aumento na
liquidez de negociação. Assim, ao estimar os ganhos para os
acionistas, após uma série de suposições, os analistas da XP
chegaram a um potencial de alta de aproximadamente 29% para a RRRP3
e de 18% para os acionistas da RECV3 com a operação.
- Ganhos estimados pela XP para acionistas da RECV3 e
RRRP3
“Temos sido otimistas com relação à consolidação das empresas
junior de óleo e gás, tanto para campos onshore quanto offshore.
Acreditamos que esse possível acordo ocorre em um momento em que as
ações de ambas as empresas estão subvalorizadas e quando, a julgar
por nossas interações com os clientes, o interesse nas duas
empresas está diminuindo”, avaliam os analistas da XP.
Para os analistas, mesmo que esse acordo não avance, ele lança
luz sobre o potencial de consolidação e sobre o preço baixo das
ações de ambas as empresas, o que deve ajudar os dois cases de
investimento, mantendo recomendação de compra para os dois
papéis.
Informações BDM
Petroreconcavo ON (BOV:RECV3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2024 até Mai 2024
Petroreconcavo ON (BOV:RECV3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mai 2023 até Mai 2024