O resultado do quarto trimestre da Natura&Co “deve ser um pouco nebuloso”, em meio a desafios operacionais e à desvalorização cambial da Argentina, embora beneficiado pela melhoria da produtividade e de métricas de rentabilidade, forte sazonalidade do trimestre e bases comparativas fáceis, afirmaram analistas da XP Investimentos.

Para 2024, Danniela Eiger e equipe da XP esperam continuar a ver alguns efeitos não recorrentes à medida que a implementação da Onda 2 – o plano de integração entre as marcas Natura e Avon na América Latina – continua, porém com uma dinâmica positiva de produtividade das consultoras e rentabilidade, conforme relatório enviado a clientes.

Os comentários foram feitos após reunião com o presidente-executivo da fabricante de cosméticos para América Latina, João Paulo Ferreira, e conversa com a equipe de relações com investidores da companhia. O relatório não informa quando ocorreram as discussões, que trataram de atualizações sobre as iniciativas estratégicas da empresa e as últimas tendências.

De acordo com o relato dos analistas, as principais mensagens das conversas foram que a Onda 2 está no caminho certo, com os ajustes nos desafios operacionais em andamento, bem como a integração logística no Brasil prevista para ocorrer no segundo trimestre. O lançamento no Chile já está acontecendo.

Os analistas também destacaram que os investimentos na Natura (BOV:NTCO3) estão a todo vapor, ao passo que o foco da Avon está no reposicionamento da marca. Apesar de alguns ruídos no quarto trimestre, a equipe acrescentou que há tendências sólidas à frente e citaram que existe uma estratégia corporativa de longo prazo e alocação de capital em discussão, mas ainda sem decisões.

A equipe da XP cita que, como esperado, o lançamento da Onda 2 veio com alguns problemas operacionais, incluindo logística, com atrasos e prazos de entrega mais longos; ajustes na base de gerentes das consultoras; e falta de produtos.

“No geral, estas questões estão sendo ‘endereçadas’, com a maior parte normalizada no início do primeiro trimestre, o último ajuste no 1º ciclo de 2024 e precisando de 2-3 trimestres para serem ajustados, pois precisam de dados sobre o novo padrão de compras das consultoras para prever melhor a demanda de SKUs”, escreveram no relatório.

Os analistas também citaram que o presidente da Natura&Co para a região observou que os canais do Peru e da Colômbia já se estabilizaram, enquanto a atividade das consultoras brasileiras é sólida.

Ainda conforme as conversas com a equipe da companhia, a Natura&Co deverá implementar a fase final da Onda 2 no Brasil – integração logística e de pedidos – em maio, uma vez que ainda estão trabalhando na integração dos centros de distribuição do Sudeste e a fim de evitar qualquer problema com o Dia das Mães.

“Em relação ao plano da Onda 2 da América Latina, ela foi lançada no Chile este mês, sendo o México o próximo da fila, embora eles precisem primeiro ajustar o modelo de negócios do país”, cita o relatório.

Eiger e equipe citaram que a companhia tem acelerado os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e marketing para a Natura, “com um sólido ‘pipeline’ de produtos e um ‘time to market’ mais ágil”.

No entanto, acrescentaram, os investimentos em marketing na Avon ainda estão sendo contidos, uma vez que a empresa está trabalhando no reposicionamento da marca.

Informações Reuters
NATURA ON (BOV:NTCO3)
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