O Morgan Stanley rebaixou a recomendação para ISA Cteep, cuja ação subiu 21,15% nos últimos 12 meses, de equal-weight (exposição igual à média do mercado, equivalente à neutro) para underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda), pois a avaliação parece pouco atraente no atual patamar, o que implica em uma das TIRs (taxa interna de retorno) mais baixas sob a cobertura do banco. O preço-alvo também foi reduzido de R$ 27 para R$ 23.

A equipe de reserach do banco ainda salientou 4 potenciais catalisadores negativos para ações da companhia elétrica.

Primeiramente, analistas pontuam potenciais reduções no perfil de indenização do Rede Básica do Sistema Existente (RBSE). Segundo eles, essa discussão regulatória plurianual poderá ter um resultado no curto prazo, pois os diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) esperam votar o tema até o início de abril deste ano.

Como o banco não assumiu mudanças no perfil atual de recebíveis do RBSE no cenário base, possíveis revisões podem afetar negativamente as empresas expostas, reduzindo a avaliação da ISA Cteep (BOV:TRPL3) (BOV:TRPL4) em R$ 1,50 por ação. “Embora alguma revisão seja de alguma forma esperada pelo mercado, a sua materialização poderá adicionar pressão ao preço da ação”, destaca.

Em segundo lugar, o Morgan lembra que a Eletrobras está buscando a venda de ativos não essenciais, provavelmente incluindo uma potencial oferta de participação de 35,7% na ISA Cteep o ​​que, na opinião do banco, poderia acontecer até o final do ano e pressionar para baixo as cotações dos papéis da empresa. A administração da Eletrobras tem se concentrado em uma diligência interna para revisar cláusulas contratuais e cláusulas restritivas que possam estar impedindo a venda de ativos, e já reduziu com sucesso o valor dado como garantia de passivos sobre sua participação na ISA Cteep (de 100% no 2T22 para 60% no 3T23).

O Morgan Stanley também não descarta uma violação do covenants (cláusulas de garantia em contratos de financiamento ou empréstimos que servem para proteger os interesses dos credores). A ISA Cteep tem cerca de R$ 14 bilhões de investimentos contratados (greenfield e retrofitting) para implantar até 2028, provavelmente aumentando a alavancagem acima de 3,5 vezes nos próximos anos (de 2,3 vezes dívida líquida/Ebitda no 4T23) e, teoricamente, violando seu compromisso de 3,0 vezes com o BNDES , cuja dívida totalizou R$ 600 milhões no 4T23.

Na avaliação de analistas, embora não possa descartar renúncias e a liquidez de caixa não seja um problema, caso a ISA Cteep acabe pagando antecipadamente essa dívida, uma potencial violação dos convenants poderá trazer risco de queda para as ações.

Além disso, segundo o relatório, a alta concorrência esperada nos próximos leilões de transmissão poderá continuar a limitar o potencial de criação de valor e tornar-se catalisadores neutros ou negativos para as ações de transmissão. Analistas destacam que esse risco tem sido particularmente importante para a ISA Cteep, que ofereceu um dos maiores descontos para teto de receita (RAP) em leilões de transmissão anteriores (por exemplo, a ação ofereceu desconto médio ponderado pela RAP de 43% versus 37% do Taesa e 29% da Alupar).

Informações Infomoney
ISA CTEEP ON (BOV:TRPL3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024 Click aqui para mais gráficos ISA CTEEP ON.
ISA CTEEP ON (BOV:TRPL3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024 Click aqui para mais gráficos ISA CTEEP ON.