Em meio à alta do preço do petróleo, vem aumentando a defasagem entre os valores cobrado pela gasolina da Petrobras em relação às concorrentes privatizadas no Brasil, bem como na comparação às cotações no mercado internacional.

A estatal está há 172 dias sem reajustar a gasolina e, de acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), por 64 dias a janela de importação esteve totalmente fechada.

Em relação ao mercado externo, essa defasagem se encontra em 15% na média acima dos principais polos de importação do País. Além do petróleo, o preço vem sendo afetado também pela desvalorização do real frente ao dólar.

Levantamento do Observatório Social do Petróleo (OSP) aponta, ainda, que a diferença de preços entre a gasolina cobrada pela Petrobras e nas refinarias privadas, em torno de 15%, ou R$ 0,42, é a maior desde 15 de agosto de 2023 (8 meses).

O economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), explica que a Petrobras consegue praticar preços menores do que as concorrentes privadas porque é uma empresa estatal, integrada e que não se baseia exclusivamente na maximização de lucros para definir o seu preço.

“Como a Petrobras deixou de reproduzir o preço de paridade de importação (PPI) em maio do ano passado, a recente subida de preços internacionais e a manutenção dos valores praticados pela estatal fizeram com que a diferença entre o preço da Petrobras e o das suas concorrentes privadas chegasse a maior diferença em oito meses”, destacou Dantas.

Petrobras: nova política de preços

A Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) adotou em maio do ano passado uma nova estratégia para os reajustes dos combustíveis, abandonando a política de paridade de importação (PPI) implantada na gestão de Pedro Parente à frente da estatal, em 2016.

Segundo a companhia, eventuais reajustes obedecem a critérios técnicos e são de responsabilidade da diretoria. Eventualmente, o Conselho de Administração da empresa pode solicitar explicações sobre a evolução dos preços, o que deve ocorrer na próxima reunião.

O Broadcast apurou, que todo mês é realizada uma apresentação sobre a situação dos preços dos combustíveis aos conselheiros, o que é considerado rotina na companhia.

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