O Santander reportou lucro líquido gerencial de R$ 3,021 bilhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24), montante 41,2% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2023, informou o banco. O resultado superou expectativa média de R$ 2,89 bilhões apurada junto a analistas do setor, segundo dados da Lseg.

Já o retorno sobre o patrimônio líquido (ROAE) do Santander subiu 3,5 pontos porcentuais em um ano, para 14,1%.

A margem financeira bruta do banco, que reflete os ganhos com operações que rendem juros, foi de R$ 14,790 bilhões, alta de 14,5% em um ano, graças à dinâmica positiva da margem com clientes.

Nas margens com clientes, o resultado foi de R$ 14,457 bilhões, crescimento de 3,2% no comparativo anual e de 4,1% em três meses. Nesta linha, estão contabilizados os resultados com operações de crédito.

As despesas gerais atingiram R$ 6,297 bilhões no 1T24, aumento de 5% na base anual.

As despesas de provisão (PDD) caíram 10,7% em um ano, para R$ 6,043 bilhões.

O índice de inadimplência superior a 90 dias atingiu 3,2% em março deste ano, ficando estável na comparação ano a ano.

Já a carteira de crédito ampliada totalizou R$ 654,020 bilhões em março de 2024, um crescimento de 8,1% na comparação com igual etapa do ano passado.

Enquanto isso, os ativos totais somaram R$ 1,169 trilhão em março de 2024, alta de 11,5% na base anual.

Os resultados da Santander  (BOV:SANB3) (BOV:SANB4) (BOV:SANB11) referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2024 foram divulgados no dia 30/04/2024.

VISÃO DO MERCADO

Bradesco BBI

O Bradesco BBI também ressaltou a importante recuperação da rentabilidade: “em nossa opinião, o Santander Brasil registrou tendências gerais positivas no 1T24, refletindo principalmente uma recuperação trimestral na lucratividade ante um 4T23 fraco. Notadamente, a inadimplência de pessoas físicas e grandes empresas permaneceu estável no trimestre, enquanto os resultados de tesouraria apresentaram importante recuperação no trimestre. Já as taxas de serviços foram ligeiramente mais fracas do que o esperado, refletindo a sazonalidade do 1T, e as despesas operacionais permaneceram sob controle”.

Itaú BBA

O resultado superou expectativa média de R$ 2,89 bilhões apurada junto a analistas do setor, segundo dados do LSEG, e também dos analistas do Itaú BBA, que ressaltaram ainda a forte recuperação em relação aos cerca de R$ 2 bilhões reportados no último trimestre.

Para o Itaú BBA, o lucro acima da projeção veio principalmente de uma melhor margem financeira e de menores despesas com provisão de crédito. A carteira total de empréstimos também foi mais forte, aumentando 2% em termos trimestrais, com a força no financiamento ao consumo (+4% em termos trimestrais) compensando uma queda de 2% em termos trimestrais nos empréstimos corporativos. Enquanto o BBA destacou a carteira de empréstimos, o BBI ainda viu um crescimento ainda tímido do crédito.

A empresa reclassificou diversas fontes de receita, tornando mais válidas as comparações históricas, aponta o Itaú BBA. Em comparação com o último trimestre, a margem financeira líquida (NII) total subiu 7% no trimestre, com a parcela de clientes aumentando 4% no trimestre e o NII do mercado entrando em território positivo.

“Em suma, um bom conjunto de resultados que devem ser bem recebidos pelos mercados”, projetou o BBA, ressaltando que o Santander já recupera receitas, enquanto “o momento de absorção” das piores colheitas de crédito está quase no fim. Para os analistas do BBA, no geral, a temporada deve ser geralmente positiva para os bancos brasileiros, mas ainda mantém recomendação equivalente à neutra para os ativos. O BBI, por sua vez, segue com recomendação equivalente à venda (underperform, ou desempenho abaixo da média do mercado) para os ativos, enquanto JPMorgan, assim como o BBA, possui recomendação neutra para SANB11.

JPMorgan

O JPMorgan também ressaltou que o lucro ficou cerca de 6% acima do que o consenso projetava, ainda que tenha ficado 3% abaixo das suas projeções.

Levante

A Levante Corp também aponta ter considerado o resultado do Santander Brasil, em termos qualitativos, ligeiramente positivos, indicando um nível de evolução nas safras de crédito do banco, além da continuidade da expansão nas linhas focadas em clientes Alta Renda e Private. Quanto ao lucro líquido gerencial os números foram bons, e refletiram uma expansão da NIM (margem financeira gerencial) somada a um nível de disciplina nos custos e despesas.

Por outro lado, observa que o índice de cobertura do banco – que representa a proporção que a provisão para risco de crédito é capaz de cobrir os créditos inadimplentes – caiu de 222% para 209%, sendo um ponto de atenção, já que, embora os níveis de inadimplência tenham apresentado certo nível de estabilidade, ainda existe risco de deterioração no sistema, sendo um risco também para o Santander.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão
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