Petrobras inicia estudos para a implantação de nova plataforma em Búzios
14 Agosto 2024 - 11:37AM
ADVFN News
A Petrobras iniciou estudos para a implantação de uma nova
plataforma em Búzios, o que seria a 12ª unidade do tipo FPSO no
mega campo do pré-sal situado na Bacia de Santos, disseram três
fontes com conhecimento do assunto.
A plataforma, cujo custo poderia envolver bilhões de dólares,
criaria ainda um novo “hub” de gás do pré-sal, em momento em que o
Brasil lida para aumentar a oferta do combustível, segundo as
fontes, que falaram na condição de anonimato.
“Vai ter a 12ª unidade, os estudos já estão em curso”, disse uma
das fontes, evitando falar sobre os montantes necessários para o
projeto.
Cada plataforma de Búzios teve custo médio estimado em 3,5
bilhões de dólares, segundo uma das fontes.
“Essa plataforma é para ampliar a produção de gás em Búzios. A
ideia é ter plataforma de tratamento de gás para Búzios”, adicionou
a fonte.
Búzios, já é o segundo campo de produção do Brasil, ainda atrás
de Tupi, produziu 874,8 mil barris de óleo equivalente ao dia
(boed) em junho, de um total de 4,35 milhões de boed produzidos no
país, de acordo com dados da reguladora ANP.
Mas as plataformas de Búzios foram concebidas, segundo as
fontes, com foco maior na reinjeção do gás do pré-sal. Do total de
Búzios, cerca de 690 mil barris/dia foram de petróleo em junho.
A 12ª unidade em Búzios, onde a Petrobras (BOV:PETR3)
(BOV:PETR4) é operadora com 89% de participação e tem as parceiras
chinesas CNOOC e CNODC com fatias minoritárias, serviria para
produção de gás, além de tratar o produto produzido a partir das
outras FPSOs.
Uma nova FPSO — do inglês, unidade flutuante de produção,
armazenamento e transferência — otimizaria a produção no pré-sal
após a Petrobras ter sofrido pressões para reinjetar menos gás nos
poços.
Essa estratégia que potencializa a produção de petróleo, em
detrimento da de gás, já foi criticada anteriormente pelo ministro
de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
A produção do pré-sal no Brasil também sofre com déficit de
infraestrutura de escoamento do gás, o que não deixa outra
alternativa a não ser a reinjeção de determinados volumes, algo que
deve ser minimizado com a entrada em operação do gasoduto Rota 3,
neste terceiro trimestre.
O projeto Búzios prevê, até o momento, 11 unidades para o campo
que detém as maiores reservas de óleo e gás em águas profundas do
mundo, segundo especialistas, mas tem a produção concentrada mais
em óleo do que em gás.
“Ela seria uma plataforma para ser um hub, um cluster. É uma
oportunidade para melhorar a qualidade do gás de Búzios, usar mais
gás, tratar e melhorar a qualidade de gás para ser trazido para o
rota 3 da Petrobras”, explicou a fonte.
Búzios já representa algo próximo de 20% da produção nacional de
petróleo e gás, mas vai ampliar o bombeamento na medida que novas
unidades produtivas sejam agregadas, tornando-se então o maior
campo do país.
O campo opera atualmente com cinco plataformas, todas do tipo
FPSO: P-74, P-75, P-76, P-77 e Almirante Barroso, que entrou em
produção no ano passado.
Além das cinco unidades já em operação em Búzios, o atual Plano
Estratégico da Petrobras prevê mais seis unidades.
Com unidades previstas até o momento, a Petrobras prevê produção
na casa dos 2 milhões de barris de óleo por dia até 2030, segundo
comunicado divulgado em abril, quando Búzios alcançou produção
acumulada de 1 bilhão de barris.
Uma 12º FPSO idealizada elevaria em ao menos 150 mil (boed) a
capacidade, segundo uma das fontes.
Procurada, a Petrobras não comentou o assunto imediatamente.
“Em breve, a Petrobras vai chegar à marca 800 mil barris/dia em
Búzios; e a marca de 1 milhão certamente será alcançada em 2026”,
disse a fonte.
“Búzios será a grande estrela da Petrobras e vai superar Tupi já
em 2025. Um está em trajetória de alta e o outro em declínio”,
explicou, referindo-se ao declínio natural e esperado de Tupi nos
próximos anos.
Informações Reuters
PETROBRAS PN (BOV:PETR4)
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