Qual o impacto da queda nos preços de papel e celulose para Suzano e Klabin?
25 Setembro 2024 - 3:09PM
ADVFN News
Mesmo com quedas recentes, ainda há espaço para que preços
cheguem a patamares ainda menores, de acordo com analistas. Segundo
análise do Morgan Stanley, uma combinação de pressão de compradores
chineses, nova oferta chegando ao mercado e estoques de celulose
ainda elevados pode garantir preços líquidos mais baixos na
China.
O banco estrangeiro também destaca que estão presentes também
sinais baixistas, com preços de revenda caindo cerca de US$ 72 a
tonelada desde julho. A queda não deve acabar tão cedo, de acordo
com a projeção. A expectativa é que os fatores sigam atuando nos
preços até novembro de 2024, quando a commodity deve atingir seu
fundo em US$ 530/tonelada. A recuperação dos preços apenas é
prevista para março de 2025, depois do período tradicionalmente
mais fraco na China por questões sazonais. Para o fim de 2025, a
projeção é de US$ 610/tonelada.
A visão do Goldman Sachs é um pouco mais otimista e sustenta que
é possível que a oferta aumente significativamente no 4º trimestre,
pela nova capacidade de produção na América Latina e na China. A
expectativa do banco é que o apetite de compra siga refletindo a
melhoria sazonal, uma vez que há antecipação de compras antes do
feriado da Semana Dourada, em outubro. No entanto, ainda assim, o
Goldman projeta que a estratégia seja apenas de adquirir o mínimo
necessário, uma vez que os preços não animam compras mais robustas
para reabastecimento.
Outro ponto destacado pelo Goldman é que uma série de potenciais
novas ofertas da commodity seguem sendo anunciadas. Mesmo que o
cronograma para aplicação seja ainda incerto, com certeza, reflete
a maior integração e a redução da dependência da celulose
importada.
Para Klabin (BOV:KLBN11) e Suzano (BOV:SUZB3), os efeitos da
queda de preços são opostos. O Morgan mantém a recomendação de
overweight (peso superior, similar a compra) para a Klabin,
considerando a menor exposição à celulose pura. A preferência do
banco estrangeiro no setor é justamente pautada pela proporção da
exposição à commodity. Quanto menor, maior o otimismo com o
nome.
A Klabin apresenta aumento da produção das PM27 e PM28 (duas
máquinas mais avançadas de produção de papel), projetos novos da
companhia, que poderá resultar em mais lucratividade, somado a
melhoria no mix e com iniciativas de gestão de custos. Por isso, o
Morgan entende que há potencial de alta de 36% para a companhia,
que tem preço alvo estabelecido em R$ 29 por ação para o segundo
trimestre de 2025.
Já a Suzano, na outra ponta, se apresenta com exposição mais
alta à celulose e, por isso, o desempenho das ações pode ser
impactado. A companhia é classificada como equal-weight (peso
equivalente, similar a neutro). Mesmo considerando volumes maiores
da operação Cerrado e a forte geração de fluxo de caixa livre, a
companhia ser impactada. “Além disso, acreditamos que o impacto das
aquisições deve ofuscar os fundamentos da empresa, já que a
internacionalização e a diversificação de segmentos continuam a
fazer parte da estratégia da companhia”, considera o Morgan.
Informações Infomoney
KLABIN (BOV:KLBN11)
Gráfico Histórico do Ativo
De Out 2024 até Nov 2024
KLABIN (BOV:KLBN11)
Gráfico Histórico do Ativo
De Nov 2023 até Nov 2024