Atenas, 18 de Setembro de 2013 – O sofrimento da população grega parece não ter fim. Nesta quarta-feira, as escolas do país amanheceram fechadas e os hospitais passaram a funcionar apenas com equipes de emergência, simbolizando o início de uma greve que promete paralisar o país nas próximas quarenta e oito horas. Os trabalhadores gregos decidiram mais uma vez protestar contra os planos do governo de demitir milhares de funcionários do setor público.
O governo grego pretende colocar um total de vinte cinco mil trabalhadores sob um chamado regime de mobilidade até o final deste ano, no qual os funcionários públicos podem ser transferidos para outros cargos no governo ou demitidos. A Grécia tem a missão de cumprir uma meta de quinze mil cortes de empregos em 2013 e 2014.
O corte de empregos no setor público é uma exigência dos credores do país para que continuem a liberar as parcelas do empréstimo 240 bilhões de euros, que vem sendo utilizado para equilibrar a economia do país mediterrâneo. A equipe econômica formada por autoridades do Banco Central Europeu, Comissão Européia e Fundo Monetário Internacional, também conhecida como Troika, que foi responsável pelo acordo de empréstimo ao governo grego, teme que se tais medidas não forem tomadas, a Grécia nunca terá condição de pagar seus credores e se equilibrar financeiramente.
Os esforços para reduzir o serviço público da Grécia, que possui seiscentos mil funcionários e muitas vezes é visto como perdulário e corrupto, têm enfrentado a resistência dos sindicatos do país, que dizem que novos cortes de postos de trabalho apenas piorarão a situação da população grega, que já enfrenta o sexto ano consecutivo de recessão.
Convocada pela central sindical do serviço público Adedy, a mais recente paralisação acontece dias antes de uma nova visita da Troika ao país para verificar o progresso do governo grego com relação as reformas prometidas.