Rio de Janeiro, 15 de Março de 2015 – Ao comparar janeiro de 2015 com janeiro de 2014, a variação de preços aferida nas indústrias de transformação foi de 3,00%. No mês anterior, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrara variaçao anual de 4,45%.
As quatro maiores variações de preços ocorreram nos segmentos de: bebidas (9,90%), outros equipamentos de transporte (9,48%), calçados e artigos de couro (8,45%) e fumo (8,44%).
As principais influências sobre os preços colhidas diretamente das indústrias de transformação no primeiro mês de 2015 vieram de veículos automotores (0,77%), metalurgia (0,46%), alimentos (0,39%) e outros produtos químicos (-0,31%).
A seguir são analisados com mais detalhes cinco setores, que, no mês de janeiro, encontravam-se entre os principais destaques do Índice de Preços ao Produtor.
Alimentos
Em janeiro de 2015, os preços do setor tiveram variação positiva, em relação a janeiro de 2014, de 1,99%, menor resultado da série histórica do indicador – substituindo a taxa de 2,18% aferida em janeiro de 2012.
Refino de petróleo e produtos de álcool
Na comparação com janeiro de 2014, os preços de janeiro de 2015 apresentaram variação de 0,72%. Esse é o menor resultado nesse tipo de comparação na série histórica que se iniciou em dezembro de 2010 (4,34% em janeiro de 2011; 3,22% em janeiro de 2012; 7,21% em 2013; e 11,68% em 2014).
Outros produtos químicos
A indústria química acumulou nos últimos 12 meses uma variação de preços de -2,82%, menor valor desde o início da série histórica.
O cenário da indústria química dos produtos petroquímicos básicos e intermediários para plastificantes, resinas e fibras (classes 2021 e 2022 da CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas) é muito ligado aos preços da nafta (insumo de produtos como o polietileno de alta densidade, o polipropileno e o estireno), o qual teve uma sensível queda de preços nos últimos 12 meses.
Em contrapartida, no caso dos produtos químicos inorgânicos, as pressões observadas são altistas.
Metalurgia
O setor metalúrgico acumulou nos últimos 12 meses uma variação de preços de 5,86%; resultado muito inferior ao de dezembro de 2014 que foi de 10,16% (influência do resultado de janeiro de 2014).
Em relação às principais influências na análise comparativa anual, todos os produtos em destaque apresentaram resultados positivos. São eles: alumínio não ligado em formas brutas, bobinas ou chapas de aços inoxidáveis, inclusive tiras, lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono e ligas de alumínio em formas brutas.
Os resultados globais deste setor foram fortemente influenciados pelas flutuações cambiais em relação ao dólar (desvalorização do real em 18,1% no último semestre de 2014 e de 10,5% nos últimos 12 meses), que fizeram contraponto à queda de preços internacionais dos metais não ferrosos, além dos gastos referentes ao consumo energético para produção.
Veículos automotores
Com relação aos últimos 12 meses, o índice da variação de preços nas fábricas de veículos automotores ficou em 7,08%. Os produtos que mais influenciaram esse indicador foram automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência, peças para motor de veículos automotores, caminhão diesel com capacidade superior a 5t e caminhão-trator para reboques e semi-reboques, todos com resultados positivos.
Aparecem destacados, em termos de variação, os produtos: limpadores de para-brisas, motores de partida para motores de explosão e rodas para veículos automotores – todos com variações positivas de preços.
IPP
Produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Produtor (IPP) tem como principal objetivo medir a variação média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no Brasil.
O IPP mensura a evolução dos preços de produtos de vinte e três setores da indústria de transformação. Cerca de mil e quatrocentas empresas são visitadas pelo IBGE para a pesquisa.
Os preços coletados ainda não apresentam a incorporação de impostos tarifas e fretes, sendo definidos apenas pelas práticas comerciais usuais. O instituto coleta, aproximadamente, cinco mil preços por mês.
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