Rio de Janeiro, 15 de Março de 2015 – Em janeiro de 2015, os preços aferidos nas indústrias de transformação do Brasil variaram, em média, 0,02% quando comparados a dezembro de 2014. Essa taxa é superior à observada na comparação entre dezembro e novembro de 2014 (0,59%).
No primeiro mês do ano, das vinte e três atividades medidas pelo indicador, dezesseis apresentaram variações positivas de preços. No mês anterior, dezoito das vinte e três atividades aferidas haviam registrado inflação. As quatro maiores variações observadas em janeiro de 2015 se deram entre os produtos compreendidos nas seguintes atividades industriais: fumo (2,57%), outros produtos químicos (-2,30%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-2,23%) e impressão (1,76%).
Em termos de influência, destaque para: outros produtos químicos (-0,25%), refino de petróleo e produtos de álcool (- 0,16%), veículos automotores (0,15%) e alimentos (-0,10%).
A seguir são analisados com mais detalhes cinco setores, que, no mês de janeiro, encontravam-se entre os principais destaques do Índice de Preços ao Produtor.
Alimentos
Em janeiro de 2015, os preços do setor tiveram variação negativa, em relação a dezembro de 2014, de 0,52%, primeiro resultado negativo desde julho de 2014 (-1,21%).
Em termos de influência, dos quatro produtos em destaque (carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, resíduos da extração de soja, sucos concentrados de laranja e carnes de bovinos congeladas) apenas um (sucos concentrados de laranja) apresentou variação positiva de preços. Os quatro produtos tiveram influência de – 0,79 ponto percentual, na taxa de – 0,52%.
No caso das variações mensais dos quatro produtos em destaque (apenas carnes de bovino frescas ou refrigeradas aparece nas duas listas), dois tiveram variações negativas de preços (além da carne já citada também manteiga de cacau) e dois (produtos embutidos ou de salamaria de carnes, integrado ao abate e produtos embutidos ou de salamaria de carnes, não integrado ao abate), positivas.
Entre produtos de maior influência, o recuo de preços esteve associado à safra (soja e carnes bovinas). Já o suco de laranjas respondeu ao aumento sazonal do preço da própria fruta.
Refino de petróleo e produtos de álcool
Na comparação com dezembro de 2014, os preços de janeiro apresentaram variação de -1,43%. Esta é a segunda maior variação negativa da série (a primeira foi de – 2,08%, de maio de 2011) e também é o segundo caso de ocorrer uma taxa negativa no mês de janeiro (a outra foi em 2012, – 0,58%).
Ao dar destaque às variações e à influência, dois produtos (querosene de aviação e naftas), ambos com variação negativa de preços, são comuns às duas listas. Os quatro produtos de maior influência (além dos já citados, álcool etílico (anidro ou hidratado) e “óleo diesel e outros óleos combustíveis) influenciaram a taxa de janeiro em -1,59 ponto percentual (em – 1,43%), sendo que apenas álcool teve variação positiva de preços.
No caso do álcool, a elevação de preços observada esteve ligada a expectativa de que a taxação sobre a gasolina viesse a aumentar a demanda do etanol e, particularmente no caso do nordeste, à proximidade da entressafra. Já no caso dos derivados de petróleo, de modo geral observa-se o alinhamento com o mercado internacional, especialmente no caso das naftas.
Outros produtos químicos
A indústria química registrou neste primeiro mês de 2015 uma variação negativa de preços de 2,30%; maior variação negativa entre todos os setores econômicos da pesquisa e maior redução de preços desde julho de 2012 (-2,61%).
Metalurgia
Ao comparar os preços do setor em janeiro de 2015 contra dezembro de 2014, houve uma variação positiva em 0,23%, representando a quinta variação positiva nos últimos seis meses.
Os destaques, tanto na variação de preços quanto em influência, na comparação mês contra mês imediatamente anterior, foram os produtos do grupo de metalurgia dos materiais não ferrosos (barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre e alumínio não ligado em formas brutas) e tubos de aços com costura, todos com variações negativas de preços, fazendo contrapartida aos lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono. Estes produtos representaram -0,04 ponto percentual da variação no mês positiva de 0,23%.
Os resultados globais deste setor foram fortemente influenciados pelas flutuações cambiais em relação ao dólar (desvalorização do real em 18,1% no último semestre de 2014 e de 10,5% nos últimos 12 meses), que fizeram contraponto à queda de preços internacionais dos metais não ferrosos, além dos gastos referentes ao consumo energético para produção.
Veículos automotores
A fabricação de veículos automotores apresentou variação mensal de 1,32% em janeiro de 2015. Nesse indicador destacaram-se os produtos automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência, caminhão-trator para reboques e semi-reboques, caminhão diesel com capacidade superior a 5 toneladas, com variações positivas, e peças para motor de veículos automotores, com variação negativa. Esses produtos em conjunto representaram 1,24 ponto percentual do resultado de janeiro.
Embora não constem entre as quatro maiores influências neste indicador, os produtos bombas injetoras para veículos automotores, com variação negativa, e filtro de ar, óleo ou combustível para veículos automotores e rodas para veículos automotores, com variações positivas, são outros produtos destacados em termos de variação de preços, na comparação com o mês anterior.
IPP
Produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Produtor (IPP) tem como principal objetivo medir a variação média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no Brasil.
O IPP mensura a evolução dos preços de produtos de vinte e três setores da indústria de transformação. Cerca de mil e quatrocentas empresas são visitadas pelo IBGE para a pesquisa.
Os preços coletados ainda não apresentam a incorporação de impostos tarifas e fretes, sendo definidos apenas pelas práticas comerciais usuais. O instituto coleta, aproximadamente, cinco mil preços por mês.
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