São Paulo, 08 de Julho de 2015 – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de junho de 2015 apresentou oscilação mensal de 0,79%. Essa taxa de variação é apenas 0,05% maior que a valorização registrada no mês anterior (0,74%) e 0,39% maior que a aferida em junho de 2014 (0,40%). A inflação do sexto mês de 2015 também é a maior variação mensal registrada em meses de junho desde 1996, quando o indicador subiu 1,19%.
Com o resultado apurado em junho, o IPCA acumulado no primeiro semestre de 2015 foi de 6,17%, a maior alta para um período entre os primeiros seis meses de ano desde 2003, quando a taxa foi de 6,64%.
Com alta de 1,63%, as Despesas Pessoais voltaram a figurar como o grupo de maior contribuição individual para a alta mensal do IPCA em junho de 2015. Nesse grupo, o item jogos de azar, com variação de 30,80%, foi o que exerceu o principal impacto individual sobre o índice de preços no mês (0,12%). Considerando os meses de maio e de junho, o aumento foi de 47,50%, reflexo dos reajustes vigentes a partir de 18 de maio nos valores das apostas. O item empregado doméstico também destaque no grupo, com alta de 0,66%, tendo em vista a importância desta despesa no orçamento das famílias.
Na segunda colocação na relação dos principais impactos sobre a variação do IPCA no sexto mês do ano vieram as passagens aéreas, exercendo impacto de 0,10%. Embora a alta tenha atingido 29,19% no mês, este item, que se caracteriza por resultados instáveis por influência de fatores diversos, acumula queda de 32,71% no semestre.
Sob o impacto das passagens aéreas o grupo Transportes apresentou variação de 0,70%, sendo influenciado, ainda, pelos serviços de conserto de automóvel (1,70%), compra de automóveis usados (0,78%) e tarifas de ônibus urbano (0,40%). Nas tarifas, o resultado é reflexo de parte do reajuste de 12,50% em vigor a partir de 16 de maio na região metropolitana de Belém (6,72%).
A taxa de água e esgoto, cuja alta foi a 4,95%, constituiu-se no terceiro item de maior impacto no IPCA de junho, 0,07%. As variações de acordo com a região foram: São Paulo (12,07%), Rio de Janeiro (3,5%), Salvador (7,26%), Belo Horizonte (6,46%), Curitiba (4,93%), e Recife (1,3%).
O grupo Habitação fechou o mês com a taxa de 0,86%, com valores de itens de pesos significativos sendo artigos de limpeza, que tiveram alta de 1,52%, condomínio, com 0,92%, e aluguel residencial, com 0,66%.
Em Saúde e Cuidados Pessoais a taxa ficou em 0,91%, ainda sob influência dos remédios, que, ao ficarem 0,64% mais caros no mês, totalizam 6,03% no ano. O aumento é reflexo da aplicação dos reajustes de 5,00%, 6,35% ou 7,70%, conforme o nível de concentração no mercado, em vigor desde o dia 31 de março. No grupo, outros itens se destacaram: Artigos de Higiene pessoal (1,46%), Serviços médicos e dentários (1,10%), Plano de saúde (0,77%), e Serviços laboratoriais e hospitalares (0,70%).
Os aparelhos de TV, Som e Informática aumentaram 0,84% e se destacaram nos Artigos de Residência, cuja variação foi 0,72%, enquanto as roupas masculinas, com 1,13%, sobressaíram no Vestuário, que ficou em 0,58%.
Quanto ao grupo Alimentação e Bebidas, a variação foi de 0,63%, registrando na cebola o principal aumento, de 23,78%. As duas principais quedas de preços foram o Tomate, (-12,27%), e a Cenoura, (-10,78%).
O menor resultado de grupo ficou com Educação (0,20%), seguido de Comunicação (0,34%).
Observa-se que os três itens de maiores impactos individuais, jogos de azar (30,80%), passagens aéreas (29,19%) e taxa de água e esgoto (4,95%), somam 0,29%, e foram responsáveis por cerca de um terço do IPCA de junho.
Dentre treze regiões metropolitanas pesquisadas para elaboração do indicador, seis não registraram aceleração da variação mensal: Goiânia, Campo Grande, Vitória, Porto Alegre, Fortaleza e Recife. As demais regiões apresentaram valorização maior em junho do que em maio.
A maior variação mensal dentre as regiões pesquisadas a respeito dos índices regionais, foi de Brasília (1,05%) em virtude da alta de 25,50% nos preços das passagens aéreas, que, com peso de 1,57% gerou impacto de 0,40%.
O menor índice foi registrado em Goiânia (0,21%) onde o preço do litro da gasolina ficou 2,30% mais barato, enquanto no etanol a queda foi de 8,53%.
O IPCA é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 1980 e se refere às famílias com rendimento monetário mensal de 01 (um) a 40 (quarenta) salários mínimos.
A coleta de preços é realizada em estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços, domicílios e concessionárias de serviços públicos, abrangendo as 13 (treze) principais regiões metropolitanas do país: Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Vitória e Porto Alegre, Brasília, Goiânia e Campo Grande.
Para cálculo do IPCA em junho de 2015 foram comparados os preços coletados no período de 28 de maio a 29 de junho de 2015 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de abril a 27 de maio de 2015 (base).
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