Em fevereiro de 2016, os preços coletados nas indústrias de transformação brasileiras variaram -0,58% quando comparado a janeiro. A inflação anual nas portas das fábricas medida pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou, em média, 8,57%. No mês anterior, este mesmo indicador apontava para uma variação de 9,99%.
As quatro maiores variações de preços na comparação anual ocorreram na fabricação de: equipamentos de transporte (30,62%), fumo (26,40%), indústrias extrativas (-24,15%) e papel e celulose (18,07%)
As principais influências vieram de: alimentos (3,00 pontos porcentuais), outros produtos químicos (1,55 ponto porcentual), indústrias extrativas (-0,81 ponto porcentual), e veículos automotores (0,69 ponto porcentual).
A seguir, encontra-se a análise detalhada desses sete setores que, no mês de fevereiro de 2016, encontravam-se entre os principais destaques do Índice de Preços ao Produtor, de acordo com o indicador anual:
Equipamentos de transporte
Em fevereiro de 2016, com uma taxa de 30,62%, os preços do setor apresentaram pelo décimo segundo mês consecutivo a maior variação das indústrias extrativas e de transformação na comparação com o mesmo mês do ano anterior, reproduzindo a aderência da série histórica deste indicador à variação cambial (R$/US$).
Fumo
Em fevereiro de 2016 os preços da indústria do fumo (ambos os produtos “fumo” e “cigarro”) contribuíram para a variação negativa de 1,66%. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, os preços do setor apresentaram variação de 26,40%. A variação acumulada no ano foi de 3,03%.
Indústrias extrativas
No mês de fevereiro, as indústrias extrativas mantiveram a tendência de queda em seus preços pelo quarto mês seguido, registrando uma variação de -1,13%, em relação a janeiro. Na comparação com fevereiro de 2015 observou-se queda de 24,15% nos preços da atividade extrativas, sendo a maior variação negativa para a indústria como um todo. A influência da variação dos preços da atividade sobre este indicador (comparação com fevereiro de 2015) da indústria geral foi de -0,81 ponto porcentual. Todos os produtos analisados na comparação com fevereiro de 2015, exceto “Gás natural”, tiveram influência negativa.
Papel e celulose
Em fevereiro de 2016 o setor teve uma queda média de preços ao produtor da ordem de 1,07%, mas acumulando 18,07% de aumento desde fevereiro de 2015, e 1,18% de aumento desde o início de 2016 (isso, graças ao aumento de 2,28% ocorrido em janeiro de 2016). Em fevereiro de 2016, os produtos que mais influenciaram o resultado da variação de preços do setor foram “celulose”; “papel para escrita, impressão e outros usos gráficos, não revestidos de matéria inorgânica”; “caixas de papelão ondulado ou corrugado”; e “cadernos”. Juntos, esses quatro produtos foram responsáveis por -1,04 ponto porcentual, apesar de a única variação negativa ter sido observada em “celulose”.
Alimentos
A variação de preços observada entre janeiro e fevereiro foi de 0,33%, menor taxa desde junho de 2015 (0,13%). Com esse aumento, a variação positiva acumulada chegou a 1,95%. Já na comparação com fevereiro de 2015, a variação é de 15,67%. Com esses resultados, em termos de influência, o setor desponta como a principal influência positiva nos três indicadores avaliados: Mensal (0,07 ponto porcentual); Acumulado em 2016 (0,39 ponto porcentual); e no Anualizado (3,00 ponto porcentual). Os produtos em destaque em termos de influência são “resíduos da extração de soja” e “açúcar cristal”.
Outros produtos químicos
O cenário da indústria química dos produtos petroquímicos básicos e intermediários para plastificantes, resinas e fibras é ligado aos valores internacionais, aos custos associados à energia elétrica, à compra de matérias-primas importadas, à cotação do dólar e aos preços da nafta, produto com queda de preços entre outubro de 2015 e fevereiro de 2016; o que também explica em parte a redução dos preços no último mês. A indústria química registrou no mês de fevereiro uma variação negativa de 1,85%, o que gerou uma variação acumulada de preços no ano de -1,66% e de 15,70% em 12 meses (valor mais elevado de variação neste tipo de comparação desde julho de 2011).
Veículos automotores
Na comparação com o mês anterior, os preços dos produtos do setor, depois de terem tido a maior variação da série (2,13%, em janeiro de 2016), recuaram em 0,04%. Com isso, o acumulado recuou de 2,13% para 2,09% e, na comparação com o mesmo mês de 2015, a variação saiu de 7,14% para 6,24%.
Notícias Relacionadas
– IPP: inflação mensal medida na porta das fábricas caiu 0,58% em Fevereiro de 2016
Entenda o Índice de Preços ao Produtor (IPP)
Produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Produtor (IPP) tem como principal objetivo medir a variação média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no Brasil.
O IPP mensura a evolução dos preços de produtos de vinte e três setores da indústria de transformação. Cerca de mil e quatrocentas empresas são visitadas pelo IBGE para a pesquisa.
Os preços coletados ainda não apresentam a incorporação de impostos tarifas e fretes, sendo definidos apenas pelas práticas comerciais usuais. O instituto coleta, aproximadamente, cinco mil preços por mês.
Clique aqui e saiba mais sobre a inflação aferida na porta das fábricas brasileiras