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IPP: Apenas 11 das 24 atividades industriais brasileiras apresentaram aumento de preços em Fevereiro de 2017

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Em fevereiro de 2017, apenas onze das vinte e quatro atividades industriais avaliadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para elaboração do Índice de Preços ao Produtor (IPP) apresentaram variações positivas de preços em relação ao mês imediatamente anterior.

As quatro maiores variações observadas se deram entre os produtos compreendidos nas seguintes atividades industriais: indústrias extrativas (-5,06%), metalurgia (2,96%), impressão (-2,29%) e fumo (-2,01%). Em termos de influência, ainda na comparação mensal, sobressaíram alimentos (-0,27 ponto percentual), metalurgia (0,22 ponto percentual), indústrias extrativas (-0,19 ponto percentual) e refino de petróleo e produtos de álcool (-0,14 ponto percentual).

Clique aqui para saber mais detalhes sobre a performance do IPP em fevereiro de 2017.

Entre as atividades que, no indicador acumulado no ano (comparação de fevereiro de 2017 contra dezembro de 2016), tiveram as maiores variações percentuais na perspectiva deste indicador sobressaíram: metalurgia (5,62%), fumo (-5,41%),outros equipamentos de transporte (-4,33%) e refino de petróleo e produtos de álcool (4,19%). Neste indicador, os setores de maior influência foram: alimentos (-0,75 ponto percentual), refino de petróleo e produtos de álcool (0,42 ponto percentual), metalurgia (0,41 ponto percentual) e outros produtos químicos (0,13 ponto percentual).

Na análise do indicador acumulado nos últimos doze meses, as quatro maiores variações de preços ocorreram em indústrias extrativas (52,92%), outros equipamentos de transporte (-15,29%), fumo (-14,44%) e impressão (10,87%). Neste indicador, os setores de maior influência foram: indústrias extrativas (1,24 ponto percentual), outros produtos químicos (-0.93 ponto percentual), metalurgia (0,75 ponto percentual) e alimentos (0,60 ponto percentual).

Confira a seguir, todos os produtos analisados na atividade apresentaram variação negativa de preços no mês, bem como no acumulado do ano.

Alimentos

Com a variação de -1,31% ocorrida na passagem de janeiro para fevereiro, o setor acumulou, nesses dois meses, -3,51% de variação média de preços de seus produtos. Os preços, na comparação com o mesmo mês de 2016, estavam 2,96% maiores em fevereiro do presente ano.

Em termos de influência, o setor se destaca em todos os indicadores: é o primeiro tanto no mês contra mês anterior (-0,27 ponto percentual em -0,43% das indústrias extrativas e de transformação) quanto no acumulado no ano (-0,75 p.p. em -0,13%) e o quarto na comparação com fevereiro de 2016 (0,60 p.p. em 1,54%).

Dois produtos se destacam na variação de fevereiro frente a janeiro, tanto entre as principais variações quanto entre as principais influências, são eles: “óleo de soja refinado” e “óleo de soja em bruto, mesmo degomado”. Entre as principais influências, todas as variações destacadas foram negativas e somaram -1,30 ponto percentual (em -1,31%). Os outros dois produtos são: “carnes de bovinos frescas ou refrigeradas” e “açúcar cristal”.

A queda do preço dos açúcares, ainda que em período de entressafra da cana-de-açúcar, em especial o cristal, esteve ligado a uma demanda fraca, num cenário de estoque equilibrado. Alia-se a isso o fato de, mais uma vez, o real ter se apreciado frente ao dólar (aproximadamente 3%), o que tem impacto particularmente nas exportações do demerara e do VHP. No caso de “carnes de bovinos frescas ou refrigeradas”, imputa-se a queda dos preços internos à retração da demanda, e dos externos, à apreciação do real.

Refino de petróleo e produtos de álcool

Em fevereiro contra janeiro, invertendo o sinal do mês anterior, os preços do setor variaram em -1,28%, e, com isso, o acumulado recuou de 5,54% para 4,19%. No caso da comparação com o mesmo mês do ano anterior, a variação foi de 5,52%, maior resultado desde novembro de 2015 (5,67%).

O destaque dado ao setor se deve à influência no indicador do mês contra o mês anterior, quarta maior influência, em módulo, -0,14 ponto percentual em -0,43% das indústrias extrativas e de transformação, e, no caso do acumulado, por ser a quarta maior variação e a segunda maior influência (0,42 ponto percentual em -0,13%) – sempre em módulo.

Outros produtos químicos

A indústria química no mês de fevereiro apresentou uma variação média de preços, em relação a janeiro, de -0,11%, após cinco meses seguidos de recuperação de preços, os quais não foram suficientes para reverter o resultado negativo dos últimos 12 meses (-8,90%). Esta queda ligada aos resultados dos preços internacionais e aos custos da matéria-prima importada, ambos com influência da apreciação do real em relação ao dólar de 21,9% nos últimos 12 meses e 7,4% somente nos dois primeiros meses do ano. Também é importante citar o movimento dos preços dos derivados de petróleo, especialmente da nafta, além dos resultados de variação de preços da amônia.

Interessante ressaltar que os quatro produtos de maior influência no mês contra mês imediatamente anterior (“adubos ou fertilizantes à base de NPK”, “herbicidas para uso na agricultura”, “inseticidas para uso na agricultura” e “polipropileno”) representaram um resultado negativo em 0,44 ponto percentual no resultado de variação de -0,11% no mês, ou seja, os demais 28 produtos contribuíram positivamente com 0,33 ponto percentual.

Metalurgia

Ao comparar os preços do setor em fevereiro de 2017 contra janeiro de 2017 pode-se reparar a continuidade na elevação de preços registrados desde novembro de 2016, alcançando uma variação média de preços positiva em 2,96% (maior variação entre as atividades da pesquisa) e, desta forma, acumulando nos últimos 12 meses uma variação positiva de 10,55% e no ano de 5,62%.

Entre os destaques, tanto em termos de variação quanto de influência, na comparação com janeiro, aparecem: ”bobinas a frio de aços ao carbono, não revestidos”, “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono” e “tubos de aços com costura”. O produto “chapas grossas de aços ao carbono, não revestidos” é um destaque em termos de variação e o “bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidos” em relação à influência.

Quanto aos produtos que mais influenciaram os resultados de longo prazo (acumulado no ano e acumulado em 12 meses), três são comuns: ”bobinas a frio de aços ao carbono, não revestidos”, “bobinas a quente e a frio de aços ao carbono, não revestidos” e “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”. “Bobinas ou chapas de aços inoxidáveis, inclusive tiras” é o destaque faltante no acumulado ano e “alumínio não ligado em formas brutas” completa a lista das quatro principais influências no acumulado em 12 meses, sendo o único caso de valor negativo.

O comportamento do setor é influenciado pela combinação dos resultados dos grupos siderúrgicos (ligado aos produtos de aço) e do grupo de materiais não ferrosos (cobre e alumínio), os quais, por sua vez, apresentam comportamentos bastante diferenciados. O grupo siderúrgico é afetado pelo excedente de capacidade de aço no mundo, mesmo com a meta de redução da produção de aço na China, além do custo da energia elétrica e do gás natural, sem esquecer o avanço dos preços do minério de ferro no mercado internacional (a variação de preços do setor extrativo nos últimos 12 meses, foi de cerca de 53%). Já o segundo grupo apresenta seus preços ligados às cotações das bolsas internacionais e às variações do dólar.

Os quatro produtos anteriormente citados como os de maior influência nos resultados da comparação com o mês anterior representaram 1,98 ponto percentual dos 2,96% de variação de fevereiro em relação a janeiro.

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