ADVFN Logo

Não encontramos resultados para:
Verifique se escreveu corretamente ou tente ampliar sua busca.

Tendências Agora

Rankings

Parece que você não está logado.
Clique no botão abaixo para fazer login e ver seu histórico recente.

Registration Strip Icon for alerts Cadastre-se para alertas em tempo real, use o simulador personalizado e observe os movimentos do mercado.

Parlamentares reagem à escolha de Marun como relator da CPMI da JBS

LinkedIn

Após a confirmação do nome do deputado Carlos Marun (PMDB-PR) para a relatoria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) criada para investigar irregularidades envolvendo o grupo JBS, dois senadores – Otto Alencar e Ricardo Ferraço – pediram para deixar o colegiado em protesto pela escolha. Logo que o presidente da CPMI, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), anunciou o início dos trabalhos, o senador Otto Alencar (PSD-BA) pediu a palavra para criticar o que chamou de “CPI chapa branca”.

Apesar dos apelos de Ataídes para que se acalmasse e continuasse ouvindo os colegas, Otto Alencar deixou a sala da comissão. “O testa de ferro do Temer na Câmara, que é o Carlos Marun, é o relator. Então você acha que vai acontecer o que com o Temer? Absolutamente nada. Ele está envolvido nas denúncias de corrupção da JBS, ele foi gravado, tem a fala dele dizendo coisas que não deveria dizer”, denunciou o parlamentar, em entrevista à imprensa após deixar o local.

A CPMI foi instalada para investigar as operações da JBS e da holding J&F com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de apurar as condições em que foi firmado o acordo de delação premiada entre os executivos da companhia e o Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato. Na semana passada os executivos da J&F Joesley Batista   e Ricardo Saud tiveram os benefícios da delação suspensos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Um dos principais aliados do presidente Michel Temer, Marun disse que não se sente impedido de assumir a relatoria, apesar de ter recebido, de forma indireta, recursos financiados pela JBS em sua campanha. “Eu me sentiria impedido se eu tivesse relação estreita com a JBS, coisa que eu não tenho. Então, me sinto completamente à vontade e tranquilo para o exercício dessa relatoria. Tenho uma relação estreita com o governo. Mas eu vou atuar em cima da verdade”, declarou Marun antes do início da reunião.

Mais cedo, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) já havia pedido a retirada do seu nome como integrante do órgão alegando que o objetivo da CPMI não é investigar e sim “fazer acerto de contas”. O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) também estuda deixar a comissão, mas disse que pode continuar a colaborar com a “amplíssima minoria” para fazer as denúncias “na medida do possível”.

“O comando da CPMI não está aqui, está no Palácio do Planalto. Tem um consenso entre o governo e a oposição. Setores da oposição, notadamente o PT, que não reagiram à designação de Marun. É uma reação do sistema político à investigação. É um sistema político que não aceita ser investigado e quer intimidar quem investiga”, criticou o senador Randolfe Rodrigues.

Relatores

Já o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) disse acreditar nos trabalhos da comissão, mesmo discordando da escolha de Marun. “Essa situação foi minimizada no momento em que o presidente abriu duas subrelatorias e colocou dois parlamentares totalmente independentes. Como tal, temos como trabalhar. Essa CPMI não vai ficar debruçada sobre assuntos de ordem particular de A ou de B. Mas sim buscar o que a sociedade brasileira espera de uma empresa que foi alavancada no período do PT e que passou a ser a maior do mundo com dinheiro da população brasileira e nós pagando o prejuízo”, declarou.

Escalado para uma das subrelatorias da comissão, o deputado Fernando Francischini (SD-PR) disse que buscará fazer um “contraponto” à relatoria de forma técnica. Segundo ele, é preciso separar o “joio do trigo” no acordo de delação após virem à tona indícios de que os executivos Joesley Batista e Ricardo Saud omitiram informações ao Ministério Público.

“A maioria dos senadores e deputados pediu ao presidente que me colocasse na subrelatoria para que a gente pudesse fazer também um trabalho técnico. Claro que o embate político é típico de qualquer CPMI. Nós não podemos aceitar que interesses obscuros queiram anular toda a delação premiada da JBS. Noventa por cento ou mais das provas obtidas com a delação tem fatos consistentes de crime organizado, corrupção de poderosos e autoridades do nosso país”, disse.

Além de Fernando Francischini, que será o responsável pela relatoria dos contratos com o BNDES, dos financiamentos e da delação, o deputado Hugo Leal (PSB-RJ) ficará com a segunda relatoria, que investigará as áreas fiscal, previdenciária e agropecuária da companhia.

O senador Lasier Martins (PSD-RS) disse respeitar Carlos Marun, mas é de opinião que “não é o mais indicado” para o cargo. “O PMDB e o PT não deveriam ocupar essa relatoria, porque têm profundos interesses na causa”, disse, defendendo que os parlamentares membros da CPMI atuem como “vigilantes”.

Plano de trabalho

Os requerimentos para que a convocação de pessoas consideradas chave para a CPMI não foram votados, apesar da previsão inicial. Ao tomar a palavra ao final da reunião, o relator Carlos Marun disse que pretende elaborar o plano de trabalho da comissão nos próximos três dias e apresentar na reunião da próxima terça- feira (12). O deputado manifestou repúdio à decisão do senador Otto Alencar de deixar a CPMI, classificando de “atitude pirotécnica” e prometeu não “varrer para debaixo do tapete” qualquer atitude incorreta dos procuradores da República.

O presidente da CPMI, senador Ataídes Oliveira, também criticou a atitude de Otto, considerando “horrorosa” e um “desrespeito” aos colegas. “O nosso propósito aqui é muito específico. Quando vejo oposição e situação falando a mesma língua, o objetivo é único. Eu acredito num bom resultado dessa CPI. Estamos prestando atribuições que nos são de dever”, disse.

 

Deixe um comentário

Ao acessar os serviços da ADVFN você estará de acordo com os Termos e Condições

Support: (11) 4950 5808 | suporte@advfn.com.br