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CPI da Covid é instalada e Renan Calheiros é confirmado relator

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O Senado instalou nesta terça-feira a CPI da Covid e confirmou o desenho desfavorável ao governo nos postos-chave da comissão, tendo Renan Calheiros (MDB-AL) como relator, Omar Aziz (PSD-AM) como presidente e o líder da Oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), como vice-presidente.

A CPI foi proposta para investigar ações e omissões do governo federal no combate à pandemia e teve seu objeto posteriormente ampliado para apurar também o repasse de recursos federais na área da saúde para Estados e municípios.

Renan Calheiros apresentou 11 requerimentos de convocações e documentos para as investigações.

O documento a que a CNN teve acesso elenca todos eles (veja a lista abaixo). Entre os pedidos, serão convocados o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e os três últimos ministros que o antecederam: Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello.

Também será convocado o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.

Requerimentos

1) Inteiro teor dos processos administrativos, de contratações e das demais tratativas relacionadas às aquisições de vacinas e insumos no âmbito do Ministério da Saúde;

2) Toda a regulamentação feita pelo governo no âmbito da Lei 13.979 de 2020 que trata das medidas de enfrentamento da emergência de saúde pública, especialmente sobre temas como isolamento social, quarentena e proteção da coletividade;

3) Todos os registros de ações e documentos do governo federal relacionados a medicamento sem eficácia comprovada, tratamentos precoces, inclusive indicados em aplicativos como TrateCov, plataforma desenvolvida pelo Ministério da Saúde;

4) Todos os documentos e atos normativos referentes às estratégias e campanhas de comunicação do governo federal e do Ministério da Saúde, em particular, além dos gastos orçamentários;

5) Requisição de todos os contratos, convênios e demais ajustes da União, que resultaram em transferência de recursos para o combate à covid e sua distribuição  entre os entes subnacionais, além de suplementação orçamentária;

6) Todos os contratos, convênios e demais ajustes da União que resultaram em transferências de recursos orçamentários para estados e capitais

7) No caso emblemático do caos da saúde pública no Amazonas, estamos solicitando que todas as autoridades sanitárias de Manaus encaminhem  todos os pedidos de auxílio e de envio de suprimentos hospitalares, em especial oxigênio, além das respostas do governo federal;

8) Convocar o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e os três últimos ministros que o antecederam;

9) Convocar o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres;

10) Requisitar ao STF o compartilhamento  da investigação das Fake News;

11) Requisitar a CPI das Fake News todo material apurado.

O senador Renan Calheiros também disse ter absoluta convicção de que a tragédia da Covid-19 no país, com elevado número de mortes e de casos, poderia ter sido evitada com ações adequadas e tempestivas.

Alvo de questionamentos de parlamentares governistas, que temem sua condução como relator dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado, Renan prometeu atuação isenta, imparcial e despolitizada.

Criticou, no entanto, que a gestão do Ministério da Saúde tenha sido dada a um não especialista, em referência ao ex-ministro Eduardo Pazuello, um general do Exército.

Renan afirmou ainda que não fará acusações sem provas e que se pautará por argumentos científicos.

Numa primeira sugestão de funcionamento da comissão, o relator propôs a requisição de documentos e informações ao Executivo sobre contratações de vacinas, regulamentações de medidas sanitárias como isolamento social, e registros de ações relacionadas a medicamentos sem comprovação científica comprovada, entre outros.

As sugestões precisam ser chanceladas pelos demais integrantes da CPI.

Os senadores integrantes da comissão terão até o meio-dia desta quarta-feira (28) para apresentarem sugestões de investigações e convocações para subsidiar o plano de trabalho do relator.

Por determinação do presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), as reuniões serão de forma semipresencial. Os integrantes da comissão que sempre estarão nas sessões presenciais serão ele, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o relator.

CPI da Pandemia ouve na semana que vem o ex-ministro Mandetta

Antes mesmo da aprovação do plano de trabalho, os senadores já definiram que o primeiro a ser ouvido pelo colegiado, já na próxima terça-feira (4), será o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Entre outras questões, ele deve falar sobre a compra de remédios sem eficácia comprovada, como a cloroquina, e também sobre o processo de aquisição de vacinas contra a covid-19.

Os outros ex-ministros da pasta Nelson Teich, Eduardo Pazuello, e o atual, Marcelo Queiroga, e o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, também devem ser ouvidos.

A  comissão quer ouvir também o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo.

No que diz respeito aos gastos públicos, a CPI da Pandemia deverá ser auxiliada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pela Polícia Federal (PF), pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelos tribunais de contas estaduais.

Imparcialidade

Sob acusações de ser suspeito para a função de relator, por seu filho Renan Filho ser o governador de Alagoas, Calheiros garantiu que “se pautará pela isenção, imparcialidade e despolitização dos trabalhos”.

“A CPI não é uma sigla de comissão parlamentar de inquisição, é de investigação. Nenhum expediente tenebroso das catacumbas do Santo Ofício será utilizado. A CPI, alojada em uma instituição secular e democrática, que é o Senado da República, tampouco será um cadafalso com sentenças pré-fixadas ou alvos selecionados”, ressaltou.

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