Embraer segue trajetória de forte alta, com grandes bancos reforçando teses positivas para a fabricante brasileira de aviões
22 Março 2024 - 1:55PM
ADVFN News
A Embraer segue a sua trajetória de forte alta na sessão desta
sexta-feira (22) e acumulando ainda mais ganhos no ano, com mais
grandes bancos reforçando teses bastante positivas para a
fabricante brasileira de aviões comerciais e executivos. No pregão
desta sexta, às 13h05 (horário de Brasília), EMBR3 saltava 6,15%, a
R$ 32,80, levando a ação a subir 47% no acumulado do ano e 35% só
em março, destacando-se como a maior alta disparada no período
entre as ações do Ibovespa.
O destaque na semana passada ficou com o Morgan Stanley, que
dobrou o preço-alvo para os ADRs (recibo de ações negociados na
Bolsa americana) da companhia.
O preço-alvo foi de US$ 19,50 para US$ 40,00 (elevação do target
em 105%), com os analistas destacando a empresa “como o terceiro
player no mercado de aeronaves comerciais, ganhando espaço e
possivelmente quebrando o duopólio de Boeing e Airbus”. Já nesta
semana, os analistas do banco reiteraram a visão positiva logo após
a divulgação do balanço (na segunda de manhã), seguiram com o top
pick na companhia em aviação e destacou que a tese positiva está
intacta.
Seguindo os passos do Morgan, no fim desta semana JPMorgan e
Goldman Sachs reiteraram visão positiva e recomendação de compra
para os ADRs e para EMBR3, negociada na B3.
O JPMorgan, por sinal, elevou o preço-alvo dos ADRs para os
mesmos US$ 40 estabelecidos pelo Morgan na semana passada (ainda um
potencial de alta de 62% em relação ao fechamento de quinta),
enquanto o preço-alvo para EMBR3 subiu de R$ 28 para R$ 51 (upside
de 65%), excluindo Eve (fabricante de EVTOLs, ou os conhecidos
carros voadores). Incluindo a Eve, o valor justo subiria para US$
58 e R$ 73 para os ADRs e EMBR3, respectivamente, levando a um
potencial de alta superior a 130%.
Segundo os analistas do banco, as revisões para cima refletem:
i) múltiplos mais elevados ao avaliarem as ações pelo método de
soma das partes, que iria para 10,3 vezes, ainda com um desconto de
cerca de 25% em relação aos pares; ii) redução do custo médio
ponderado de capital (WACC) para 9,4%, bem como uma revisão para
cima nos lucros devido a campanhas recentes e perspectivas
positivas de defesa. O banco vê a ação como atraente, com uma
relação EV/Ebitda (EV = enterprise value, ou valor de mercado +
dívida líquida”; Ebitda= lucro antes de juros, impostos,
depreciações e amortizações) esperada para 2024 de 7,2 vezes,
abaixo do nível histórico de 5 anos de 8,3 vezes.
O desconto ante os pares ocorre, apontam os analistas, apesar
das melhorias no retorno e da perspectiva de crescimento superior,
especialmente em defesa, que é negociada em múltiplos acima da
média.
Para o JPMorgan, o fluxo de notícias de curto prazo deve apoiar
o rali das ações. O banco destaca que, embora o primeiro semestre
seja sazonalmente fraco para a Embraer (BOV:EMBR3) e nos últimos
dois anos as ações tenham registrado uma correção significativa
neste período, neste ano deve ser diferente, pois o fluxo de
notícias de curto prazo deve ser favorável.
Os principais gatilhos de curto prazo são i) a conclusão do
processo de arbitragem envolvendo a Boeing, representando uma
entrada de caixa potencial de US$ 300-400 milhões; ii) potencial
pedido de aeronaves E-Jets E2 nos EUA, à medida que a empresa
continua suas campanhas de vendas; iii) pedidos no segmento de
defesa da Índia e da Arábia Saudita, bem como conversão de
memorandos de entendimento com os Países Baixos, Áustria e
República Tcheca de 11 aeronaves; e iv) reavaliação para a Eve,
dadas as taxas mais baixas nos EUA e os avanços na certificação e
no desenvolvimento.
O banco manteve sua estimativa de Ebitda para 2024, mas elevou
para 2025 em 7%, refletindo um aumento equivalente nas receitas
devido às perspectivas positivas para a defesa. “Vemos receitas no
segmento em US$ 785 milhões contra previsão anterior de US$ 650
milhões. Além disso, o recente pedido da American Airlines também
resultou em um aumento em nossas margens esperadas para 2025-26.
Nossa estimativa de Ebitda para 2024 está 8% acima do consenso, e
nossa estimativa para 2025 está 6% acima”, apontam os
analistas.
O Goldman, por sua vez, aumentou sua projeção média para o
Ebitda da Embraer entre 2024 e 2027 em 7%, ressaltando que a
companhia tem uma posição dominante no mercado de jatos regionais,
onde a demanda impulsionada pela substituição está aumentando. Além
disso, conta com uma posição forte no mercado de jatos executivos,
onde a oferta/demanda permanece restrita, sua taxa de crescimento
de defesa está reacelerando e seu maior contribuinte para o Ebitda
continua sendo seu negócios de pós-venda, com margem mais alta.
“Continuamos com recomendação de compra para a ação”, destaca o
Goldman, que possui preço-alvo de US$ 35 para o ADR ERJ, ou upside
de 41,5% em relação ao fechamento da véspera.
De acordo com compilação LSEG com analistas de mercado, de 13
casas que cobrem o ADR ERJ, onze têm recomendação de compra para os
papéis e dois têm recomendação neutra.
Informaçoes Infomoney
EMBRAER ON (BOV:EMBR3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
EMBRAER ON (BOV:EMBR3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024