As cartas na manga da Azul (AZUL4) para fugir da recuperação judicial; entendaAção da aérea já caem mais de 70% no ano; somente em um dia, AZUL4 despencou 20%Cynthia Decloedt e Altamiro Silva Junioreinvestidor@estadao.com03/09/2024, 12:43 ( atualizada: 03/09/2024, 13:08 )Não se trata de uma estratégia única, mas várias serão necessárias para a Azul (AZUL4) evitar chegar ao “Chapter 11”, jurisdição à qual as companhias aéreas têm recorrido para se protegerem de seus credores internacionais.A disparada do dólar no segundo trimestre fez as dívidas da companhia aérea aument...
As cartas na manga da Azul (AZUL4) para fugir da recuperação judicial; entendaAção da aérea já caem mais de 70% no ano; somente em um dia, AZUL4 despencou 20%Cynthia Decloedt e Altamiro Silva Junioreinvestidor@estadao.com03/09/2024, 12:43 ( atualizada: 03/09/2024, 13:08 )Não se trata de uma estratégia única, mas várias serão necessárias para a Azul (AZUL4) evitar chegar ao “Chapter 11”, jurisdição à qual as companhias aéreas têm recorrido para se protegerem de seus credores internacionais.A disparada do dólar no segundo trimestre fez as dívidas da companhia aérea aumentarem R$ 3,7 bilhões só entre abril e junho, fechando em R$ 28 bilhões. Em meio aos problemas financeiros, a ação da empresa chegou a despencar mais de 20% na quinta-feira (29), com a Azul avaliada em R$ 1,9 bilhão.O Broadcast apurou que tanto uma oferta de títulos de dívida no exterior (bonds) quanto uma emissão de ações são considerados neste momento, enquanto, paralelamente, a Azul conversa com os arrendadores de aeronaves e se prepara para discutir cenários com os detentores de títulos de dívida (bondholders). Esse grupo já contratou o PJT Partners para assessora-los, disseram fontes.O ponto de partida da estratégia seria uma nova emissão de bonds para liquidar suas dívidas com arrendadores de aeronaves e bondholders, prosseguir nas tentativas de fusão com a Gol (GOLL4) e buscar liquidez no mercado de ações, com sua dívida já organizada.A Azul trabalha desde o começo do ano com o Citigroup e a Guggenheim Securities para avaliar as oportunidades de fusão com a Gol, que deram uma esfriada por causa dos problemas enfrentados pela Azul. O Itaú BBA deve se juntar ao Citi em uma eventual oferta de ações.A ponta principal no quebra cabeças da Azul são os arrendadores de aeronaves, que receberam ao redor de US$ 570 milhões em títulos conversíveis em ações na reestruturação de compromissos feita com esses credores no segundo semestre de 2023. Esses títulos começam a vencer este ano. Ainda em 2024, a Azul tem o vencimento de US$ 105 milhões em bonds que foram emitidos em 2017.A Azul foi a única empresa aérea brasileira a não reestruturar suas dívidas sob proteção da Justiça e para muitos do mercado esse é o motivo de ainda enfrentar dificuldades financeiras. A Gol é a que mais recentemente recorreu ao Chapter 11 e com a qual a Azul já negocia uma fusão. A Latam saiu da recuperação judicial nos Estados Unidos em 2022, dois anos após ter entrado com o pedido.Negociações da Azul com credoresNa conferência de resultado do segundo trimestre, o diretor financeiro da Azul, Alex Malfitani, afirmou que a companhia está engajada em conversas bilaterais com seus credores, principalmente os arrendadores. Assim como apoiaram o plano de reestruturação da Azul de 2023, a expectativa é contar novamente com o apoio delas pela frente, disse o executivo.Uma das possibilidades, explicou Malfitani, é uma estrutura para uma emissão de bonds, tendo a Azul Cargo como garantia, o que permitiria captar até US$ 800 milhões. Fontes do mercado dizem que a Cargo é um dos únicos ativos que a empresa ainda tem livre para oferecer a credores como garantia a novos empréstimos.Pelo cronograma de dívidas, a Azul tem R$ 660 milhões vencendo este ano e R$ 985 milhões em 2025. A maior parte dos vencimentos dos próximos quatro anos, R$ 5,4 bilhões, ocorrerá em 2028. A situação da Azul, que já não era tão favorável, se agravou com a desvalorização do real frente ao dólar de 11,7%, que jogou sua alavancagem para 4,5 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) no segundo trimestre. A dívida bruta fechou o período em R$ 28,1 bilhões.Em um comunicado na tarde da última quinta-feira (29), a Azul informou que desenvolveu um novo plano estratégico para melhorar sua estrutura de capital e liquidez, em resposta aos desafios econômicos atuais. Veja os detalhes na reportagem:A companhia aérea disse, no comunicado, que está em negociações com seus principais acionistas para otimizar a estrutura de capital. A empresa cita ainda a possibilidade de emitir dívida, mencionando a capacidade de US$ 800 milhões de captação com o uso da Azul Cargo.A companhia menciona também a aprovação de lei que facilita o acesso das companhias aéreas a linhas de crédito com apoio do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac). No entanto, os R$ 5 bilhões previstos para a linha a todas as companhias aéreas são vistos como irrisórios para o tamanho dos problemas da empresa. A Azul ressalta que está “mantendo diálogos” com a Gol, sobre possíveis parcerias ou fusões com a companhia.https://einvestidor.estadao.com.br/negocios/azul-azul4-oferta-acoes-titulos-de-divida-evitar-recuperacao-judicial/
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