Ações da JBS lideram altas, após JPMorgan elevar recomendação e preço-alvo
26 Julho 2024 - 12:02PM
ADVFN News
As ações de empresas de proteína animal registram ganhos
expressivos nesta sexta-feira (26), em um movimento de recuperação
após temores de que a doença de Newscastle em aves se espalhe sendo
dissipados. Às 12h30 (horário de Brasília), BRF (BOV:BRFS3), R$
21,60, +2,61%, Marfrig (BOV:MRFG3), R$ 11,30, +2,73% e Minerva
(BOV:BEEF3), R$ 6,30, +1,94% avançavam entre 2% e 3%.
Contudo, o grande destaque de alta ficava para a JBS
(BOV:JBSS3), com as ações em disparada de 8,11%, a R$ 33,45, no
mesmo horário.
Duas “novidades” impulsionam as ações na sessão: a maior
produtora de carnes do mundo anunciou nesta sexta-feira que vai
inaugurar em novembro a sua fábrica de empanados de frango na
Arábia Saudita. A unidade vai quadruplicar a capacidade de produção
de produtos de frango da companhia na Arábia Saudita, para 40 mil
toneladas ao ano, consolidando ainda a estratégia de vendas de
produtos de maior valor agregado na importante região para a
JBS.
Além disso, o JPMorgan elevou a recomendação para ação da JBS de
equalweight (exposição igual a média do mercado, equivalente à
neutro) para overweight (exposição acima da média do mercado,
equivalente à compra) após uma recente queda no preço das ações,
que considera injustificada, dado o cenário de melhora nas margens
de frango (PPC, subsidiária processadora de frangos listada nos
EUA, e Seara), forte lucratividade de suínos nos EUA e na
Austrália, margens estáveis de carne bovina nos EUA e
enfraquecimento do real.
Além disso, analistas esperam que o segundo trimestre deve ser
um catalisador positivo para a ação, combinado com uma perspectiva
forte para o segundo semestre na maioria das linhas de
negócios.
O banco também elevou o preço-alvo de R$ 27 para R$ 37, o que
representa um potencial de alta de 19,6% frente o fechamento da
última quinta-feira (25) de R$ 30,94.
O banco americano prevê um Ebitda (lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização) de R$ 8,1 bilhões no 2º
trimestre, 15% acima do consenso. Para o ano, a preivsão é de R$
30,3 bilhões, 10% acima do consenso.
Segundo o JPMorgan, ainda não é tarde para se expor à ação,
mesmo após o bom desempenho da PPC no 1º semestre, pois a empresa
deve continuar vendo um ciclo prolongado e forte de frango
globalmente, combinado com um bom ambiente de negócios para a
Seara, suínos nos EUA e na Austrália, compensando em grande parte a
fraqueza da carne bovina nos EUA tanto em 2024 quanto em 2025.
Além disso, conforme analistas, tem havido uma visibilidade sem
precedentes sobre os baixos custos de alimentação, já que os
mercados de soja e milho estão amplamente abastecidos.
Com isso, o banco modela uma margem de 13% para PPC no 2º
trimestre, uma média de 10,7% para 2024 e 9% em 2025.
O JPMorgan ainda cita que a Austrália está experimentando uma
disponibilidade recorde de gado, melhorando a disponibilidade de
mão de obra, o que está impulsionando a melhoria dos spreads na
região. Nesse contexto, o banco acredita que a Austrália pode
operar com margens de dois dígitos nos próximos trimestres. No caso
dos suínos nos EUA, o banco vê os spreads melhorando marginalmente
à medida que a oferta de suínos reduz os preços. A carne bovina no
Brasil, por sua vez, está passando por um ciclo forte, com a JBS
ganhando terreno com novas licenças de exportação e boa demanda
doméstica.
Por outro lado, a carne bovina nos EUA continua sendo o
principal risco, uma vez que deve se normalizar apenas em 2027. A
grande questão continua sendo quão baixa ela pode chegar no fundo
do ciclo, que o banco acredita deve ser no final de 2025. Apesar de
esperar que as margens provavelmente se tornem negativas nos
trimestres de baixa temporada, a projeção é de uma margem de 0,3%
para 2025.
Analistas também projetam que a alavancagem da JBS deve terminar
em 2,3 vezes em 2024 e 2,4 vezes em 2025, colocando a empresa de
volta nos trilhos para possíveis fusões e aquisições.
De acordo com a gestão, o processo de documentação para a
listagem nos EUA está avançando. Na opinião do banco, uma definição
potencial do BNDES (participação de 20,8% na JBS) pode estar
atrasando um processo de votação, sobre o qual o banco não tem
certeza se pode ocorrer este ano.
Em termos de avaliação, o JPMorgan vê a ação sendo negociada
barata a 4,8 vezes Valor da Firma (EV)/Ebitda e um rendimento de
fluxo de caixa (FCF) de 13%. Ao câmbio atual do real (vs. nossa
média estimada de 5,17 para 2024), o Ebitda para 2024 aumentaria
para R$ 31,5 bilhões e a avaliação seria de 4,6 vezes
EV/EBITDA.
Informações BDM
BRF S/A ON (BOV:BRFS3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Nov 2024 até Dez 2024
BRF S/A ON (BOV:BRFS3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Dez 2023 até Dez 2024