O Bank of America (BofA) e o Itaú BBA revisaram suas estimativas para as proteínas brasileiras após um terceiro trimestre de 2024 (3T24) sólido, com a JBS sendo apontada como a principal recomendação de ambos os bancos no setor. Em relatório, os analistas destacam um panorama favorável para a área, impulsionado por uma alta demanda por carne bovina, frango e carne suína, que deve sustentar os preços e os lucros nos próximos meses.

Segundo o BofA, a JBS continua a se destacar pela sua capacidade de gerar fluxo de caixa robusto, com o banco aumentando suas estimativas para o Ebitda deste ano e de 2025 em 13% e 7%, respectivamente. O banco agora projeta um preço-alvo de R$ 50 para as ações da companhia, acima dos R$ 45 anteriores. A empresa, conforme o BofA, também se beneficia de uma plataforma diversificada, com forte presença no mercado global e expectativas de crescimento, além de apresentar uma das melhores equações de crescimento e valor do setor.

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Outro ponto positivo destacado pelo BofA é o retorno de caixa feito pela JBS (BOV:JBSS3) aos seus acionistas, um sinal de solidez financeira, com R$ 9,5 bilhões previstos para o 4T24. O banco mantém uma visão positiva sobre o desempenho da Seara e da Pilgrim’s, que também contribuem para a performance da JBS.

O BBA, por sua vez, diz que a JBS apresentou resultados que superaram as expectativas, impulsionados pela forte performance da sua divisão de carne bovina nos Estados Unidos e por uma margem maior no segmento de carne bovina no Brasil.

Marfrig e BRF: perspectivas variadas

Apesar de o BofA também manter a recomendação de compra para a Marfrig (BOV:MRFG3), a análise aponta um “upside menor” após a alta recente das ações da companhia. O banco ajustou seu preço-alvo de R$ 21,50 para R$ 21 para as ações da Marfrig, considerando o pagamento de dividendos e o processo gradual de desalavancagem da empresa.

O BBA também pontua em relatório que a Marfrig teve resultados dentro das expectativas, com uma leitura neutra, embora tenha se destacado pela distribuição de dividendos, que o banco interpreta como um sinal positivo sobre a sustentabilidade do seu processo de desalavancagem.

No entanto, os analistas afirmam que a incerteza quanto à performance do negócio de carne bovina nos Estados Unidos permanece como um risco para a tese de investimento, razão pela qual a recomendação para as ações da Marfrig segue neutra, com desempenho esperado em linha com a média do mercado.

Quanto à BRF (BOV:BRFS3), o BofA manteve a recomendação neutra, embora tenha revisado seu objetivo de preço de R$ 26,50 para R$ 28, o que, de acordo com os analistas, reflete um sólido momento de lucros e uma alavancagem baixa. No entanto, o banco vê riscos no aumento do capex (investimentos em ativos) previsto para 2025, o que poderia impactar a avaliação da empresa.

O Itaú BBA concorda que a BRF surpreendeu positivamente com a rentabilidade operacional de sua operação no Brasil, que superou as estimativas de lucro, e com a sua operação internacional, que alcançou uma das maiores margens Ebitda de sua história, chegando a 22%.

Mas destaca que a avaliação do fluxo de caixa livre recorrente da empresa continua sendo um tópico importante, e que uma visão mais positiva sobre a companhia depende da continuidade do bom desempenho internacional ou de melhorias nas eficiências operacionais.

Nesse sentido, o BBA diz que a recomendação para as ações da BRF também permanece neutra, com um foco no curto prazo, dado o controle da oferta de frango e a abundância de grãos no mercado.

Projeções para 2025

O setor de proteínas brasileiras segue otimista para 2025, com os preços da carne bovina mostrando tendência de alta devido ao aumento do custo do gado nos EUA e Brasil, segundo o BofA. Além disso, os custos de alimentação continuam a ser favoráveis para o setor de frango, o que deve sustentar as margens de lucro.

Em termos de expectativas cambiais, o BofA revisou suas previsões para o câmbio, ajustando a taxa de R$ 5,75 para o final de 2025, o que também teve um impacto positivo nas projeções do setor.

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