Camil Alimentos ainda tem grande capacidade financeira para fazer outras aquisições
11 Outubro 2021 - 10:11AM
ADVFN News
A Camil Alimentos (BOV:CAML3) ainda tem grande capacidade
financeira para fazer outras aquisições, segundo o
diretor-presidente da empresa, Luciano Quartiero. A empresa
concluiu o segundo trimestre fiscal deste ano, encerrado em agosto,
com caixa de R$ 1,366 bilhão, incluindo aplicações financeiras, e
alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) de 1,6 vez. O
indicador ainda não inclui a despesa com as compras recentes feitas
pela empresa da Dajahu, de arroz do Equador; da Pastifício Santa
Amália, de massas; e da marca de café Seleto, da JDE. “Após a
conclusão das operações, a companhia deve ficar com alavancagem
entre 2,1 vezes e 2,2 vezes. Ainda temos capacidade financeira para
fazer outras aquisições”, disse o executivo há pouco, em
teleconferência com investidores para apresentação de
resultados.
O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da empresa,
Flávio Vargas, acrescentou que, mesmo após a conclusão das
operações, a alavancagem da companhia deve ficar abaixo de um
patamar considerado confortável, de 2,5 vezes. “O atual patamar de
dívida líquida mostra que temos capacidade grande para financiar
outras aquisições alavancando a companhia. Concretizamos uma série
de oportunidades e continuamos com muito apetite em olhar outras”,
afirmou Vargas. O executivo explicou que a empresa também vem
trabalhando para melhorar o perfil de endividamento e alavancagem,
refinanciamento empréstimos ou fazendo novos financiamentos para
custear as aquisições.
Sobre as novas operações, Quartiero disse que a expectativa é de
conclusão da aquisição da mineira Santa Amália este mês. A Camil
comprou a empresa por R$ 260 milhões e também assumirá o
endividamento da companhia de R$ 150 milhões. A Superintendência
Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou
a transação no fim de setembro. “Tínhamos um desejo antigo de
entrar na cadeia de trigo e trata-se de uma empresa que tem
liderança no mercado de Minas Gerais. É um ativo que vai ajudar a
entender a dinâmica nova de distribuição e de produto novo no
portfólio”, comentou Quartiero.
Em relação ao mercado de café, no qual adquiriu a marca Seleto
da JDE, Quartiero relevou que a empresa estuda a construção de uma
nova planta fabril para a marca. “Temos objetivo de recuperar o
espaço que a marca teve no passado. Vamos trabalhar nos próximos
meses para entrar neste mercado, revisando toda a plataforma de
distribuição. No momento, é uma entrada sutil”, disse. O valor do
negócio não foi divulgado pelas companhias. Ele acrescentou que a
empresa está “entusiasmada” com a entrada no setor, por ser
segmento “extremamente valorizado”. Sobre a Dajahu, de arroz do
Equador, o executivo pontuou que a transação de US$ 36,5 milhões
reforça a atuação da companhia na América Latina. A Camil assumi a
operação em 15 de setembro.
O diretor-presidente afirmou ainda que a empresa estará focada
nos próximos dois trimestres na execução das três novas categorias,
que tendem a render melhores desempenhos para a empresa nos dois
últimos trimestres do ano. “Teremos dois meses de operação no
Equador, um mês com Santa Amália e talvez um mês com café. Já
expressávamos vontade de entrar na cadeia de massas e café.
Entendemos que as duas categorias são sinérgicas às nossas
operações. Também expressamos isso quando entramos em açúcar e
pescados”, destacou Quartiero.
Açúcar – A queda de 1,7% na quantidade vendida de
açúcar pela Camil Alimentos no segundo trimestre fiscal de 2021,
encerrado em agosto, em comparação com igual período do ano passado
refletiu a menor oferta da commodity no mercado, disse o
diretor-presidente da empresa, Luciano Quartiero. “Não há mudança
de estratégia da companhia. O menor volume está relacionado à menor
oferta da commodity no período”, afirmou o executivo. A produção de
açúcar nesta safra no Centro-Sul do Brasil foi menor do que na
temporada passada, em virtude de condições climáticas adversas.
Na avaliação de Quartiero, o recuo também refletiu o aumento de
preços do produto. “Sentimos que, quando há uma movimentação forte
de preços, o mercado leva um tempo para se reestruturar. O açúcar
teve um aumento de preços e a companhia repassou esse reajuste”,
afirmou o executivo. Para os próximos trimestres, a companhia
espera ter melhores volumes de açúcar e melhor rentabilidade na
comparação com o primeiro trimestre do ano.
Flávio Vargas avaliou os resultados do segundo trimestre como
“bastante sólidos”. A Camil Alimentos obteve lucro líquido de R$
106,5 milhões no período, queda de 23,2% ante igual período do ano
passado, quando a companhia registrou lucro de R$ 138,6 milhões. O
lucro por ação também diminuiu 23,2% na comparação anual, para R$
0,29. A receita líquida aumentou 16%, para R$ 2,22 bilhões. Já
Quartiero afirmou que a conjuntura de mercado está mais difícil,
com desemprego em alta e economia em retração. “Essa conjuntura faz
com que operemos abaixo das margens comuns de rentabilidade”,
apontou.
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