BusinessFabricante de materiais de construçãoJustiça aprova saída da Eternit (ETER3) da recuperação judicial após 6 anosA Eternit entrou com pedido de recuperação judicial no início de 2018, afetada pela proibição do uso de amianto no Brasil, matéria-prima fundamental para seus produtosReuters09/08/2024 18h37 • Atualizado 3 dias atrásSÃO PAULO (Reuters) – A Justiça aprovou o encerramento do processo de recuperação judicial da Eternit (ETER3), após mais de seis anos desde o pedido de reestruturação da companhia, informou a fabricante de materiais de construção nesta s...
BusinessFabricante de materiais de construçãoJustiça aprova saída da Eternit (ETER3) da recuperação judicial após 6 anosA Eternit entrou com pedido de recuperação judicial no início de 2018, afetada pela proibição do uso de amianto no Brasil, matéria-prima fundamental para seus produtosReuters09/08/2024 18h37 • Atualizado 3 dias atrásSÃO PAULO (Reuters) – A Justiça aprovou o encerramento do processo de recuperação judicial da Eternit (ETER3), após mais de seis anos desde o pedido de reestruturação da companhia, informou a fabricante de materiais de construção nesta sexta-feira.“A sentença de encerramento da recuperação judicial reconhece que o Grupo Eternit cumpriu todas as obrigações assumidas frente aos credores que se venceram até o momento, tendo implementado com sucesso todas as medidas previstas, conforme os prazos, termos e condições estabelecidos na recuperação judicial”, afirmou o grupo em fato relevante.A Eternit entrou com pedido de recuperação judicial no início de 2018, afetada pela proibição do uso de amianto no Brasil, matéria-prima fundamental para seus produtos. A empresa ainda extrai o material em sua mina no município de Minaçu, em Goiás, amparada por lei estadual que permite a produção para exportação.A decisão de 2017 do Supremo Tribunal Federal leva em conta a natureza cancerígena do amianto e a “impossibilidade de seu uso de forma efetivamente segura”, segundo acórdão do tribunal, que também destaca a existência de matérias-primas alternativas.O diretor financeiro da Eternit, Vitor Mallmann, disse a jornalistas que o processo de transição do uso de fibra de amianto para a fibra de polipropileno foi “doloroso”.A fibra de polipropileno é utilizada na fabricação de telhas, principal negócio da empresa, respondendo atualmente por cerca de dois terços do seu faturamento.“De um dia para o outro nós tivemos que alinhar toda a produção com esse novo insumo. E esse novo insumo requer mais cuidado com o processo”, afirmou Mallmann, que também é diretor de relações com investidores.O executivo elencou, entre os pontos que considerou importantes para a saída da recuperação judicial, o “timing” do pedido – que na sua visão foi bem antecipado – a venda de uma unidade de louças sanitárias que vinha “drenando o caixa” da empresa e de outros ativos não operacionais, além de um “boom” de material de construção civil durante a pandemia, que também valorizou os ativos que a empresa estava vendendo.Segundo o presidente da Eternit, Paulo Roberto Andrade, a empresa poderia ter saído mais cedo da recuperação judicial, uma vez que nos anos de 2021 e 2022 a companhia já apurava um fluxo de caixa mais saudável, com menor alavancagem, mas esperou chegar a um acordo que a protegesse contra possíveis processos trabalhistas no futuro, especialmente ações civis públicas, dada a exposição ao amianto.“A gente queria fechar uma negociação com os credores que nos desse uma blindagem com relação à sobrevivência da companhia”, disse Andrade.Os executivos disseram que a empresa tem provisionado 54 milhões de reais para ações desse tipo, que, na visão deles, inevitavelmente irão surgir.Apesar da proibição da utilização do amianto crisotila no Brasil, a empresa ainda pode vender a fibra para outros países – com respaldo de uma lei de 2019 que autoriza a extração do minério em Goiás para fins de exportação – e tem como principais compradores a Índia e países do Sudeste Asiático.A legislação goiana tem sido contestada, o que traz incertezas para o negócio de exportação de amianto, que ainda representa parcela considerável do faturamento da Eternit, cerca de um terço, de acordo com os executivos.“Existem algumas incertezas com relação ao tempo que a gente vai operar a mina”, disse Andrade. “O nosso pleito é que a mina hoje é uma mina que opera em condições perfeitas de segurança…a gente não tem nenhum tipo de relatório de enfermidades e doenças com a operação da mina, então a gente não vê nenhuma razão para o fechamento dela.”Questionado se a empresa mira diversificar seu portfólio, inclusive para não depender fortemente de um único negócio – um dos gatilhos que levou a sua recuperação judicial – Andrade disse que existe atualmente a busca por dois “mercados complementares”: sistemas construtivos e fotovoltaico – este último, já com uma fábrica piloto em operação para telhas que captam energia solar.“Estamos entendendo o mercado e a ideia seria fazer investimento nessa seara também, com uma planta nova, não agora em 2025, talvez em 2026, porque a gente ainda tem capacidade na planta piloto.”Mas o executivo reforçou que a empresa tem como foco no curto prazo fazer uso da capacidade instalada, que recebeu investimentos para expansão nos últimos anos.https://www.infomoney.com.br/business/justica-aprova-saida-da-eternit-eter3-da-recuperacao-judicial-apos-6-anos/
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