Comentários sobre o último balanço trimestral da JBS do terceiro trimestre de 2017. O lucro líquido apurado foi de R$ 323 milhões, abaixo do lucro de R$ 887 milhões apurado no mesmo trimestre de 2016. A queda no lucro se deu principalmente em função da adesão da JBS aos benefícios do Programa Especial de Regularização Tributária - PERT, no qual a companhia parcelou débitos tributários devidos à União de aproximadamente R$ 4,2 bilhões com anistia de multa e juros de R$ 1,1 bi. Sem a adesão ao PERT, o lucro seria de R$ 1,9 bi.Olhando por cima pareceu um resultado ruim, mas vei...
Comentários sobre o último balanço trimestral da JBS do terceiro trimestre de 2017. O lucro líquido apurado foi de R$ 323 milhões, abaixo do lucro de R$ 887 milhões apurado no mesmo trimestre de 2016. A queda no lucro se deu principalmente em função da adesão da JBS aos benefícios do Programa Especial de Regularização Tributária - PERT, no qual a companhia parcelou débitos tributários devidos à União de aproximadamente R$ 4,2 bilhões com anistia de multa e juros de R$ 1,1 bi. Sem a adesão ao PERT, o lucro seria de R$ 1,9 bi.Olhando por cima pareceu um resultado ruim, mas veio um resultado respeitável, classificado como o melhor trimestre da JBS pela sua diretoria. A geração de caixa da companhia (EBITDA) teve um aumento robusto para R$ 4,3 bi (+37,4% em relação ao mesmo trimestre do ano passado), com a margem de EBITDA aumentando de 7,6% (3º tri 2016) para 10,5%.Com a venda das operações no Mercosul para a Minerva por R$ 1, bi e com a geração de caixa, o endividamento líquido da companhia caiu de R$ 50,3 bi no 2º tri de 2017 para 45,5 bilhões no 3º tri do mesmo ano. A alavancagem se reduziu para 3,42 a geração anual de caixa, tendo a JBS como objetivo reduzir essa alavancagem para próximos de 3,00 até o final de 2017 com a entrada de recursos da venda da Moy Park para a Pilgrim Pride e com a futura venda da Five Rivers, empresa de confinamento de gado nos EUA e Canadá. Como esperado, as operações da JBS Mercosul foram fortemente impactadas no período. Os motivos foram a venda das operações no Mercosul e os impactos da Operação Carne Fraca e a delação dos irmãos Batistas. O abate de bovinos despencou no Brasil, tendo a Minerva e a Marfrig abocanhado esse espaço deixado pela JBS no Brasil e Mercosul. O lucro e a geração de caixa despencaram no período. A única operação que se salvou por aqui foi a Seara, que apesar do faturamento estável, conseguiu aumentar significativamente a geração de caixa e a margem de EBITDA com a queda do preço do milho no Brasil.O carro chefe no período foram as operações da JBS de bovinos e suínos e aves (Moy Park) com aumento relevante na geração de caixa e margem de EBITDA. A tendência é que essas operações nos EUA, Canadá e Austrália se mantenham robustas no quarto tri de 2017 e em 2018 dada as estimativas de aumento do número de bovinos nos EUA, o pleno emprego observado no país e o aumento das exportações de carne nos EUA. Só na Austrália tiveram problemas com a aquisição de gado para abate em função da menor disponibilidade de animais.Hoje, pode-se dizer que a JBS é uma companhia estadunidense, tendo em vista que 70% de seu faturamento vem do país.
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